Pré-mercado: Reta final do primeiro semestre: digerindo reforma tributária
Bom dia, pessoal!
Na reta final do primeiro semestre, contando os últimos dias de junho, as Bolsas abrem de mau humor na Europa, depois de os preços de importação da Alemanha em maio terem subido levemente acima do esperado, em grande parte por conta dos efeitos base do petróleo.
Futuros americanos, por sua vez, ensaiam otimismo na manhã, com estabilidade do Dow Jones (DJI) e alta do S&P 500 (SPX) e da Nasdaq (US100).
No Brasil, o dia promete ser de digestão de fatores políticos, em especial da reforma tributária, que desagradou muita gente e não atendeu as expectativas.
A ver…
Desagradou
Depois da entrega do projeto do Ministério da Economia na última sexta-feira (25), a Câmara começa a discutir os textos que tratam da Reforma Tributária, com foco no Imposto de Renda, sob relatoria de Celso Sabino (PSDB-PA), e na Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS), a ser relatada por Luiz Carlos Motta (PL-SP).
No fundo, o mercado não gostou da reforma tributária apresentada pelo governo ao legislativo – ao que tudo indica, o Congresso terá que ajustar diversos pontos, uma vez que, na avaliação de líderes parlamentares, há um claro aumento de imposto; isto é, os deputados e senadores também não ficaram confortáveis.
O mercado tende a ter tom negativo com esta reforma. Há também a previsão de discussões sobre mudanças na legislação eleitoral.
Adicionalmente, o Senado pode votar a MP 1040/21, que melhora o ambiente de negócios, e o projeto de lei que reabre o prazo para adesão ao Programa Especial de Regularização Tributária (Pert) da Receita Federal e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
Os fatores, ainda que positivos, não devem ter mais peso do que a precificação da reforma tributária.
Esperando dados de emprego debaixo do calor
Atualmente, uma onda de calor afeta partes dos Estados Unidos, podendo se desdobrar sobre alguns setores da economia, como saneamento, energia e construção civil.
Chama a atenção o fato de serem setores que costumam empregar um número relevante de pessoas, na véspera dos dados de emprego americanos.
No final da semana, o relatório dos EUA deve entregar 675 mil novos empregos criados em junho, ante 559 mil em maio.
Isso faria com que a taxa de desemprego caísse para 5,6%.
O relatório também pode fornecer mais evidências de que a escassez de mão de obra está pressionando para cima o crescimento dos salários.
Em maio, por exemplo, os ganhos médios por hora aumentaram 15 centavos para US$ 30,33, enquanto as empresas tentavam fazer com que os funcionários ocupassem as vagas.
Os salários devem ter subido novamente em junho, para US$ 31,54 por hora.
Os formuladores de política monetária estão observando de perto os salários enquanto monitoram a economia em busca de sinais de inflação pouco saudável.
Mais uma bateria de falas
Lá fora, os investidores se debruçam sobre os discursos de autoridades dos bancos centrais nos EUA e na Europa.
Muitos oradores do BCE são aguardados hoje para falar um pouco, mas há poucas expectativas de mudança por parte do banco central – seria necessário um comentário extraordinário para movimentar os mercados.
Agora, o caso do Federal Reserve é um assunto diferente, pois há claramente uma diferença de opinião entre os seus membros, divididos entre mais agressivos e mais cautelosos do Fed.
Na semana passada, por exemplo, gerou bastante volatilidade as falas trocadas entre os membros relevantes do Fed, com cada um dizendo um direcionamento de política monetária.
Anote aí!
Hoje, aqui no Brasil, o Instituto Butantan recebe mais 6 mil litros de insumo para a produção de 10 milhões de doses da CoronaVac – a notícia é positiva e dá forças para a tese de reabertura brasileira.
Além disso, o Ministério da Economia divulgará dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de maio, com um mercado que deve ter gerado 157.500 vagas de trabalho líquidas com carteira assinada em maio.
Por fim, a Secretaria do Tesouro Nacional divulgará o Relatório Mensal da Dívida (RMD) de maio e o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Luis Felipe Vital, deverá comentar os dados em entrevista coletiva.
Lá fora, os EUA e a Europa reservam o dia para uma bateria interessante de falas de autoridades monetárias.
Destaque especial para o Presidente do Fed de NY, John Williams – outros membros relevantes, como o Presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, também estão na agenda.
]Aqui na América Latina, nossa vizinha Colômbia divulga decisão de política monetária, podendo seguir os passos do Banco Central do Brasil.
Muda o que na minha vida?
O mercado está de olho no processo de vacinação asiático cada vez mais rápido, o que apoia a reabertura do comércio.
Se observarmos a performance das principais Bolsas da Ásia nesta primeira metade do ano, como a do Japão, veremos que ficaram para trás do mercado global principalmente por conta de um programa de vacinação contra a Covid-19 mais lento do que se esperava, o qual atrasou a normalização econômica.
Agora, porém, vemos sinais de que as vacinações na Ásia em geral estão começando a se recuperar. Para ilustrar, dados recentes mostraram que aproximadamente 10% da população do Japão já recebeu duas doses da vacina.
Com isso, estima-se que o número de pessoas que receberam pelo menos uma dose possa aumentar para 30 ou 40% da população entre julho e agosto.
Enquanto isso, a China administrou mais de 1,2 bilhão de doses de vacina e está vacinando mais de 1% de sua população por dia.
À medida que as vacinações progridem, esperamos uma nova reabertura das economias asiáticas nos próximos meses. Isso deve dar suporte às áreas cíclicas e de valor dos mercados de ações da região.
Fique de olho!
A série Agro Cash está chegando ao fim.
Hoje está sendo disponibilizado o penúltimo episódio da série Agro Cash, que conta com a participação de dois convidados especiais.
Fizemos questão de convidar especialistas que atuam no setor do agronegócio e no mercado financeiro, visando trazer ainda mais conteúdos e informações sobre essa oportunidade de investimento.
O agronegócio foi responsável por 26,6% do PIB brasileiro em 2020, gerando quase R$ 2 trilhões para a economia, este setor é o motor do Brasil.
Analistas do Credit Suisse divulgaram recentemente que veem a safra 21/22 como o melhor momento da história do agro brasileiro.
Se você tem o interesse de buscar seus lucros com o crescimento do agronegócio, e ainda não sabe por onde começar, assista à série gratuita Agro Cash – enquanto ainda há tempo.
Na próxima quarta-feira (30), ao final do último episódio da série, nós vamos lançar um novo e inédito fundo multimercado, focado no agronegócio.
Não fique de fora dessa oportunidade.
Clique no botão abaixo e assista ao penúltimo episódio.
Um abraço,
Jojo Wachsmann