Colunista Vitreo

Pré-Mercado: Que comecem os jogos — o primeiro dia do Copom

01 fev 2022, 9:03 - atualizado em 01 fev 2022, 9:03
Política monetária: um prato cheio para profecias autorrealizáveis / A Tragédia de Macbeth (2021)

Oportunidades do dia

Está no ar: Vitreo Ações Extremas

O veículo criado exclusivamente para encurtar o caminho entre você e as potenciais maiores valorizações da Bolsa dos últimos 20 anos está ativo e poderá fechar a qualquer momento.

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Trades do dia

Olá, leitor. A partir de hoje, você receberá em primeira mão uma ou mais oportunidades de renda variável identificadas pelo Nilson Marcelo, analista técnico credenciado pela Apimec e trader desde 2010. Confira:

Identificamos a formação de dois padrões (Joe DiNapoli e Bullish Engulfing) bem-sucedidos no swing trade para estes três papéis. A união deles indica força do lado comprador e possibilidade de alvos mais longos.

AERI3: [Entrada] 6.57; [Alvo] 7.21; [Stop] 6.00

ARZZ3: [Entrada] 81.89; [Alvo] 87.07; [Stop] 78.60

BPAC11: [Entrada] 24.25; [Alvo] 26.36; [Stop] 23.33

Investimentos nos mercados de renda variável estão sujeitos a riscos de perda. Não se esqueça de se certificar de que o investimento faz sentido para o seu perfil antes de investir.

Bom dia, pessoal!

No exterior, em meio ao fechamento da maior parte dos mercados asiáticos pelo feriado do Ano Novo Lunar, as ações asiáticas que restaram subiram nesta terça-feira (1º), refletindo os ganhos de ontem (31) em Wall Street.

A Europa amanhece em alta, apesar de as vendas no varejo da Alemanha em dezembro terem vindo mais fracas do que o esperado.

Os futuros americanos, por sua vez, têm uma manhã um pouco menos animadora, com índices flertando com a estabilidade, tendendo para um tom mais pessimista, ajustando os papéis depois da alta de segunda-feira.

Para hoje, o Brasil dá início à sua temporada de resultados. Lá fora, o cronograma de números do quarto trimestre serviu nos últimos dias para conferir otimismo às Bolsas, apesar do início complicado da temporada.

Os EUA contam hoje com o balanço da Alphabet (dona do Google), depois do fechamento, enquanto investidores brasileiros se atentam principalmente para o início da reunião do Copom.

A ver…

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Início de Copom e da temporada de resultados

Começa hoje a reunião de política monetária do Banco Central brasileiro, que deve elevar amanhã a taxa Selic em 150 pontos-base, para 10,75% ao ano. Resta entender qual será o tom da autoridade em meio ao movimento e quais os próximos passos — a Selic terminal deve rodar ao redor de 12% e 12,5%.

Depois de seis meses sofrendo, os ativos de risco brasileiros parecem não se preocupar tanto, ao menos na margem, com um aperto deste grau (muito já foi precificado).

A virada de mês também marca o início da temporada de resultados do quarto trimestre no Brasil. Os nomes começam a ganhar relevância a partir de amanhã, com os grandes bancos, como o Santander, divulgando seus números.

Além de entender os resultados dos bancos, será importante mensurarmos as tendências para o crédito em 2022, uma das pernas de sustentação do crescimento econômico.

Por fim, na volta dos trabalhos do Congresso, formam-se as expectativas em relação ao preço dos combustíveis.

O Fórum dos Governadores se reúne na quinta-feira (3), para discutir o apoio ao projeto que trata do Fundo de Equalização dos Combustíveis.

Nesta altura, o projeto do fundo é lido como menos impactante para o fiscal pelo mercado, o que pode dar um alívio não só à inflação, mas também aos prêmios na curva de juros, há muito estressada pela incerteza fiscal.

Fechando janeiro tentando se recuperar

Ontem, o S&P 500 fechou o dia com alta de 1,9%, reduzindo sua perda de janeiro para 5,3%. Já o Dow Jones Industrial Average subiu 1,2%, encerrando janeiro com queda de 3,3% no mês, enquanto o Nasdaq avançou 3,4%, para uma perda de 9% em janeiro.

O bom final de mês não apaga a volatilidade recente nem nos indica que ela ficou para trás — a volatilidade funciona em clusters, vol chama mais vol.

A incerteza sobre a política monetária do Federal Reserve continuará sendo um ponto problemático ao longo dos próximos meses, com destaque especial para março, quando o comitê poderá iniciar o ciclo de alta dos juros — é a velocidade e a escala desses aumentos que são tópico de debate.

Até lá, as ações permanecerão sensíveis.

Em paralelo, a temporada de resultados do quarto trimestre também está adicionando muitas informações novas para os investidores considerarem.

Até agora, o crescimento dos lucros está chegando a 25,3% na comparação anual, com as empresas relatando lucros agregados 4,1% acima das expectativas, o que está em linha com a taxa média de longo prazo, mas bem abaixo da média de 16% nos quatro trimestres anteriores.

Os investidores não têm recompensado vencedores ou perdedores nesta temporada de lucros, no entanto.

Muito se tem comentado sobre o guidance das empresas, que vem frustrando as projeções dos agentes de mercado. Hoje, vale conferir os dados de Alphabet, Advanced Micro Devices, Electronic Arts, Exxon Mobil, General Motors, PayPal Holdings e Starbucks.

Volatilidade no mercado de óleo e gás

O preço do petróleo bruto nos EUA, o WTI, subiu 1,5% ontem, para fechar janeiro com alta de mais de 17%, a US$ 88,15 o barril.

A referência para o Brasil, o Brent, já flerta há alguns dias com o patamar de US$ 90, marca que deve alcançar muito em breve.

Uma economia global em reabertura exigindo mais petróleo e gás continua a ser atendida com um aumento mais lento na oferta.

A Opep+ prometeu apenas aumentos graduais de produção, de 400 mil barris por dia adicionais a cada mês.

Para adicionar uma pimenta à situação, as tensões geopolíticas entre a Ucrânia e a Rússia só aumentaram a pressão ascendente sobre os preços da energia.

Os preços do petróleo a US$ 100 o barril podem não estar muito distantes.

O próximo passo para os investidores em energia serão os resultados das gigantes do setor.

Anote aí!

Lá fora, a Zona do Euro digere a taxa de desemprego da região, que encerrou 2021 em 7% (melhor do que a mediana das expectativas).

Nos EUA, o mercado acompanha a divulgação do relatório Jolts (“Job Openings and Labor Turnover Survey”), que deve mostrar 10,1 milhões de vagas abertas no último dia útil de dezembro, meio milhão a menos que em novembro (o número de vagas supera o de desempregados).

Dados adicionais, como investimentos em construção e PMI da indústria, são secundários.

No Brasil, os holofotes são projetados sobre o Banco Central, que inicia hoje sua reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que define a taxa de juros brasileira amanhã, depois do fechamento do mercado.

Ao mesmo tempo, hoje, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia divulga o resultado da balança comercial em janeiro, que pode trazer volatilidade para o câmbio.

Muda o que na minha vida?

Nos EUA, o mês de janeiro parece ser o pior em mais de uma década. Claro, correções não são incomuns. Aliás, elas são até bem vindas muitas vezes, em especial depois de robustas altas como as que verificamos nos últimos 18 meses que antecederam janeiro.

Para se ter uma ideia, nos índices americanos, desde 1928, houve correções superiores a 10% durante 62% dos anos. No final das contas, portanto, foi 2021 o ano incomum, já que a maior queda foi de apenas 5%.

O problema, porém, é que o S&P 500 normalmente cai em média 15% de pico a vale durante as 21 correções não relacionadas com recessões desde 1950.

Ou seja, como 2022 ainda será um ano de crescimento nos EUA, haveria mais espaço para cair, dado que o S&P 500 caiu apenas 10% em relação ao pico de 3 de janeiro.

Uma queda de 15% levaria o índice a 4.100 pontos, sendo que ele encerrou a segunda-feira aos 4.515 pontos.

Por outro lado, em sendo o caso, a boa notícia é que tais correções do S&P 500, quando não associadas a uma recessão, normalmente são boas oportunidades de compra.

Para ilustrar, das 33 correções de pelo menos 10% desde 1950, o episódio mediano durou cerca de cinco meses e proporcionou ao investidor que comprou o índice 10% abaixo de sua alta um retorno médio de 15% nos 12 meses seguintes.

Ou seja, contanto que os EUA não entrem em recessão, as correções atuais lá fora podem servir como bom ponto de entrada para os investidores.

Ainda assim, as questões monetárias deverão continuar a trazer pressão sobre os ativos americanos.

Um abraço,

Jojo Wachsmann