Colunista Vitreo

Pré-Mercado: Precisamos estar preparados para o pior nesta sexta-feira

05 nov 2021, 8:55 - atualizado em 05 nov 2021, 8:55
Opep dançando na cara dos EUA /Coringa (2019)

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Bom dia, pessoal!

Os mercados asiáticos fecharam esta sexta-feira (5) em tom de pessimismo depois de novos problemas com o setor de incorporação chinês – desta vez, o Kaisa Group anunciou que as suas ações negociadas em Hong Kong foram suspensas depois que a empresa falhou em fazer pagamentos que havia garantido.

Pelo menos por enquanto, o mau humor na Ásia não contaminou o humor europeu, que consegue firmar alta na maior parte de suas principais Bolsas.

Os futuros americanos abrem em alta também, ainda animados com o discurso “dovish” (relaxado) de Powell na quarta-feira (3) e na expectativa pelos relatórios do payroll hoje (dados de empregos), que pode nivelar projeções sobre o primeiro aumento de juros nos Estados Unidos.

No Brasil, até podemos ser contagiados pela dinâmica global, mas já não é de hoje que a pauta fiscal tem dominado a mente dos investidores.

Hoje pode não ser diferente.

A ver…

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Preparando-se para terça-feira que vem

Sem um ritmo muito intenso de dados para acompanharmos, o mercado deverá se debruçar sobre a continuidade do leilão do 5G (que já rendeu R$ 7 bilhões de outorga), o resultado do Bradesco (o setor financeiro perfaz 25% do Ibovespa, então é relevante) e a sequência de negociações sobre a questão dos precatórios. Sim, ainda repercutimos a problemática fiscal, ainda em aberto.

Isso porque a aprovação da PEC dos Precatórios por margem estreita em primeiro turno na Câmara sinaliza que a proposta pode ter dificuldade para passar pelo segundo turno, marcado para terça-feira (9), ou pelo Senado, que também precisará de dois turnos para avaliar a proposta.

O movimento deixa o mercado preocupado.

Sabemos que a PEC dos Precatórios está longe de ser a solução ideal. Contudo, a chance de o texto não ser bem-sucedido no Congresso acendeu novamente a chama do descontrole fiscal.

Por exemplo, se a PEC não for aprovada, um plano B, como a prorrogação do auxílio emergencial, pode significar riscos fiscais ainda maiores em ano eleitoral – apesar de mudar o entendimento do teto, a PEC ainda o mantém, mesmo que expandido, enquanto alternativas ainda não estão no papel (logo, o céu é o limite).

Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, parece confiante de que vai conseguir aprovar a PEC na terça-feira ainda com mais votos, mas não é certo – ele argumenta que 60 deputados ausentes no primeiro turno estarão presentes no segundo.

A questão parece centrar-se, porém, no PDT. Como foram 312 votos a favor, pouco mais do que os 308 que eram necessários, todo deputado é muito valioso para o governo.

O próprio pré-candidato à Presidência pela sigla, Ciro Gomes, pressiona por uma mudança de posicionamento daqueles que votaram pela PEC.

Até que a questão seja de fato endereçada, o mercado sentirá profundamente.

É recorde atrás de recorde

O S&P 500 subiu pela sexta sessão consecutiva ontem (4), fechando em seu 63º recorde no ano – foram 15 altas nos últimos 17 pregões.

Desde que atingiu o nível mínimo recente de 4.300 pontos, há exatamente um mês, o S&P 500 subiu 9%, para 4.680 pontos. No mesmo período, o Nasdaq subiu 12%, também fechando em novo recorde na quinta-feira.

A grande mudança nas últimas semanas foi a apresentação de resultados corporativos. Até agora, cerca de 85% das empresas no S&P 500 já reportaram os resultados do terceiro trimestre, sendo que, dessas companhias, o lucro vem em um agregado de 10,7% acima das estimativas.

Com isso, mais de 80% das empresas superaram as estimativas, em comparação com a média histórica de 66% de superações em um trimestre típico (medida desde 1994).

Os resultados, hoje, seguem firmes na agenda, enquanto investidores também se debruçam sobre o relatório de empregos dos EUA (os dados de payroll).

Evidências de alta frequência sugerem que o mercado de trabalho continua se recuperando.

O consenso estima um ganho de 435 mil novos trabalhadores para as folhas de pagamento não agrícolas, com a taxa de desemprego devendo permanecer inalterada em 4,8%.

Opep optou por manter os planos anteriores

Mesmo enquanto o mundo debate o fim dos combustíveis fósseis na COP26 em Glasgow, na Escócia, a Opep e seus aliados discutiram ontem (4) se devem bombear mais petróleo para aliviar a alta dos preços que está alimentando a inflação global e prejudicando a recuperação da economia.

Os países membros da Opep produzem cerca de 40% do petróleo bruto mundial, conseguindo coordenar as decisões de produção nos últimos anos com outros grandes produtores, incluindo a Rússia, como parte de um grupo maior denominado Opep+.

Se recordarmos, em agosto, vimos a Opep+ aumentar gradualmente a produção de petróleo em 400 mil barris por dia a cada mês, embora esse formato esteja enfrentando uma pressão diplomática crescente.

Havia uma pressão, em especial dos EUA, para que os grandes produtores, incluindo Arábia Saudita e Rússia, aumentassem a produção em mais do que os 400 mil barris por dia. Contudo, eles a mantiveram no patamar de 400 mil.

Consequentemente, o governo dos Estados Unidos criticou a Opep por ameaçar a economia mundial com o preço do petróleo.

O preço do petróleo bruto Brent, a referência global, dobrou neste ano para mais de US$ 80 por barril, enquanto a economia global se recupera de sua crise pandêmica.

Já há previsões de que os preços aumentarão ainda mais e chegarão a US$ 100 por barril até meados de 2022.

O aumento dos preços do petróleo reduziria a pulsão da recuperação econômica global em um momento crucial. Ainda assim, o mercado parece continuar com a visão de que os preços do petróleo permanecerão altos até o final de 2022.

A próxima reunião do grupo está marcada para 2 de dezembro e poderá trazer mais novidades.

Vale conferir o Vitreo Petróleo para surfar esta alta.

Anote aí!

Em agenda esvaziada no Brasil, atentamos a alguns resultados interessantes, como o da Embraer.

Vale avaliar também a continuidade do leilão do 5G, enquanto esperamos pela agenda de sábado (6), que conta com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, em roadshow para concessões e privatizações em Paris, Milão, Madri e Dubai (começa neste sábado e vai até dia 17).

Sobre a crise hídrica, vale acompanhar a reunião extraordinária da Aneel, para tratar do leilão emergencial de fornecimento de energia elétrica em meio à crise hídrica.

Além disso, domingo (7) é o último dia de validade da MP 1055/21, que cria um grupo emergencial para estabelecer medidas de enfrentamento da crise hídrica no país – o grupo pode ser formado hoje.

Lá fora, o mercado europeu ainda digere o resultado de ontem do Banco da Inglaterra, que optou por não fazer nada – manteve taxa de juros e política de compra de ativos.

Ademais, investidores também acompanham alguns dados de produção na Europa, bem como alguns número das vendas no varejo. Nos EUA, o relatório de empregos é destaque, em paralelo aos resultados corporativos (hoje é dia de Cinemark).

Muda o que na minha vida?

Nesta semana, a Câmara aprovou urgência para o projeto de lei (PL) que regulamenta o mercado brasileiro de créditos de carbono. Foram 355 votos a favor e 6 contrários. Com isso, o texto está sujeito à análise do Plenário, ainda sem data definida para análise do mérito.

A deputada Carla Zambelli (PSL-SP), relatora do PL dos créditos de carbono, afirmou que a proposta poderá ser votada na próxima segunda-feira (8).

Entretanto, como temos ainda o segundo turno da PEC dos Precatórios, talvez essa data seja alterada mais para a frente, mas ainda nas próximas semanas.

Pelo projeto, um crédito de carbono equivalerá a 1 tonelada dos gases de efeito estufa (GEE) que deixarão de ser lançados na atmosfera.

Os créditos de carbono estarão atrelados a projetos de redução ou remoção de GEE da atmosfera, caso de um projeto de reflorestamento, por exemplo.

Essa redução será quantificada (em toneladas de gases) e convertida em títulos, conforme regras previstas na proposta.

Os títulos gerados serão negociados com governos, empresas ou pessoas físicas que tenham metas obrigatórias de redução de emissão de GEE, tanto definidas por leis quanto por tratados internacionais.

É um passo muito importante para o Brasil se firmar como o gigante potencialmente sustentável que é. Um mercado de carbono regulado poderia abrir as portas para mais desenvolvimento verde no país nos próximos dez anos.

A Vitreo já se antecipou a este movimento, que é global, ao criar o Vitreo Carbono, que investe em crédito de carbono europeu, o mercado mais desenvolvido neste sentido. Parece fazer muito sentido ter um pouco na carteira.

Um abraço,

Jojo Wachsmann