BusinessTimes

Pré-Mercado: Pontapé inicial no segundo trimestre

01 abr 2022, 9:06 - atualizado em 01 abr 2022, 9:06
Seria o primeiro pregão do segundo trimestre algo a se comemorar | Lilo & Stitch (2002)

Oportunidades do dia

? Estamos AO VIVO! Painel Internacional 

Hoje é o último dia da Semana de Fundos Vitreo e o último Painel já está acontecendo. A Lais Costa, da Empiricus, está recebendo Noman Khan (O3), Gabriel Raoni (IP) e Flora Meirelles (Pimco). Não perca essa última live. Clique no botão abaixo e assista. 

[QUERO ASSISTIR]

Bom dia, pessoal!

Nesta manhã, na Ásia, os mercados operam sem direção única, sendo que o índice Nikkei, da Bolsa japonesa, caiu 0,56% em reação a um relatório do BoJ (banco central do Japão), que indicou que a confiança de grandes fabricantes locais se deteriorou pela primeira vez em sete trimestres. A economia está desaquecendo.

Na Europa, por sua vez, os mercados sobem nesta manhã, se recuperando do tombo de ontem (31), assim como os futuros americanos. Os ativos têm estado voláteis nos países desenvolvidos. O Brasil, entretanto, tem conseguido se descolar dos ativos internacionais de maneira positiva, com o Ibovespa subindo 14,5% no primeiro trimestre.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Temores de greve

Damos início ao segundo trimestre com uma greve no Banco Central e no Tesouro Nacional, duas autoridades que divulgaram dados abaixo do esperado nesta semana. 

Ainda em Brasília, se afastando do show de horrores que foi o “deixa que eu deixo” no estado de São Paulo para candidaturas presidenciais no dia de ontem, temos aguardada a Medida Provisória com aumento dos impostos (a CSLL) dos bancos para até 25%, de modo a compensar o Refis do Simples.

Além disso, outros movimentos são esperados, como resoluções em relação ao corte de 33% do IPI para ajudar a Zona Franca de Manaus. Em dia de agenda mais esvaziada, portanto, os investidores observarão tais desdobramentos políticos e os indicadores de produção industrial.

Dia de indicadores de emprego

Assim como os últimos dados do Brasil, o mercado espera que o relatório de emprego de março dos EUA mostre uma forte criação de vagas, o que é bom para a economia, mas péssimo para a perspectiva de inflação.

Com a expectativa de recessão aumentando nos EUA, se elevam as estimativas de custo de vida, uma vez que a pressão salarial é um dos itens mais estruturais da inflação (quando a inflação de salários vem, é difícil combater).

Depois da inversão da curva de juros nos últimos dias, só se fala do temor de recessão nos EUA, que poderá espraiar para outras localidades em um segundo momento.

Mais petróleo no mercado

Ontem, o presidente americano, Joe Biden, prometeu liberar um milhão de barris de petróleo por dia de sua reserva estratégica por seis meses (180 milhões de barris no total), queimando ainda mais a reserva americana. Com isso, os preços do petróleo caíram para o patamar mais baixo em 14 dias.

Ainda assim, o preço da commodity está elevado, mas lembremos aqui que o problema inflacionário é um problema relativo, não de nível. Ainda assim, pressiona mais a Rússia, que está insistindo que nações “hostis” paguem rublos pelo gás russo. É problemático para os países europeus, que querem rechaçar o pedido.

Anote aí!

Para hoje, lá fora, temos inflação na zona do euro e, nos EUA, os dados de empregos mensais para o mês de março. No Brasil, temos a produção industrial de fevereiro e o prazo final para que deputados federais, estaduais e distritais mudem de legenda sem risco de perda de mandato – a semana de desincompatibilizações foi cheia e volátil.

Muda o que na minha vida?

Nos EUA, o principal evento do dia será o relatório de empregos, que deve reportar um aumento de 450 mil empregos em março, levando a taxa de desemprego para baixo de 3,7%. Isso se compararia com um ganho de 678 mil em fevereiro, o que seria uma desaceleração, mas ainda assim um número forte.

Isso porque as futuras decisões sobre taxas de juros do Fed podem depender em grande parte do que acontece com o mercado de trabalho americano, afetando a economia do mundo inteiro. Espera-se atualmente uma elevação de 50 pontos-base do juro básico.

Enquanto o mercado de trabalho permanecer forte, os investidores indicam que a economia deve continuar apresentando um crescimento estável, ainda que normalize os patamares de crescimento nos próximos meses. O único problema seria se a economia americana caísse na armadilha brasileira de 2022: a estagflação. Se isso acontecer de fato, teremos um futuro nebuloso para as ações americanas.

Um abraço,

Jojo Wachsmann