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Pré-mercado: Pombo ou falcão?

28 jul 2021, 9:19 - atualizado em 28 jul 2021, 9:19
Como o mercado teme que o Fed esteja agindo por debaixo dos panos / O Mentiroso (1997)

Bom dia, pessoal!

Hoje (28), os mercados no Brasil e no mundo operam à espera do resultado da reunião do Comitê Aberto de Política Monetária (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA.

Ontem (27), véspera do dia D, as Bolsas operaram em cautela, diante da expectativa de uma fala mais “dovish” (o termo deriva de “pombo”, em inglês, e indica expansionismo monetário) de Jerome Powell, presidente da autoridade, marcada para logo depois da divulgação da decisão, às 15h30.

O evento é importante e tem desdobramentos em nível global, visto que a taxa livre de risco dos EUA é também a global — todas as demais taxas de juros do mundo devem arbitrar ao redor dela.

Na Ásia, na quarta-feira, os mercados de ações recuaram mais uma vez, depois que Wall Street corrigiu no aguardo do relatório do Fed.

Não há certeza sobre quanto durará a repressão regulatória na China, fato que proporciona realização dos ativos de risco.

Hong Kong foi a única Bolsa que avançou, em linha com o que vemos nos mercados europeus nesta manhã, recuperando-se das quedas do início da semana. De maneira mais tímida, os futuros americanos também procuram esboçar uma alta.

A ver…

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Precificando um Copom mais “falcão”

Enquanto aguardamos os dados de emprego do Ministério da Economia, a serem divulgados hoje, os juros seguem reagindo às pressões inflacionárias, na espera do nosso Comitê de Política Monetária (Copom), marcado para semana que vem, no início de agosto — o entendimento de um Banco Central mais agressivo (“hawkish”, de “falcão”, em inglês, que indica aperto monetário), elevando a taxa Selic em 100 pontos-base em vez de 75, já começa a crescer no mercado.

A temporada de resultados não deixa a desejar, com o início de pesos-pesados do Ibovespa fazendo pressão no mercado em geral. Brasília segue com as alterações nos ministérios, oficializando as mudanças antecipadas (Ciro Nogueira na Casa Civil é a principal mudança), movimento lido como positivo pelo mercado.

Outra boa notícia foi a redução do intervalo entre as doses da Pfizer, que cairá de três meses para 21 dias, como sugere a bula do imunizante — elevam-se as expectativas para a reabertura brasileira.

Conversar sobre conversar

Como dissemos no início do texto, o Federal Reserve dos EUA se reúne hoje.

O que está em jogo aqui não é a decisão em si, mas a sinalização sobre o que acontecerá em reuniões futuras, com muitos esperando uma mudança de política de compra de ativos (movimento de “tapering”) ainda neste ano — falas mais duras, ou “hawkish” , fariam pressão sobre os ativos globais.

Contudo, comenta-se no mercado que o simpósio de Jackson Hole, marcado para o mês que vem, talvez seja um momento mais apropriado para debater métodos de política quantitativa (compra de ativos) do que o ambiente agitado da coletiva de imprensa de Powell, presidente do Fed.

Vale dizer adicionalmente que, para hoje, além da inflação, o Fed prestará muita atenção às variantes do coronavírus e seu impacto no mercado de trabalho e nas tendências de retorno ao trabalho.

Seguimos acompanhando a importante temporada de resultados corporativos, com a Apple, a Microsoft e a Alphabet, controladora do Google, todas reportando os resultados logo após o fechamento do mercado de ontem (27) — devem ser digeridos devidamente hoje pelos agentes de mercado.

Em geral, os números foram bons, mas resultados robustos nem sempre são traduzidos em ganhos de performance com ações. De todo modo, as três empresas superaram facilmente as estimativas de Wall Street.

Volatilidade à chinesa

As ações das gigantes chinesas de tecnologia caíram pelo terceiro dia seguido depois que Pequim intensificou a fiscalização contra o monopólio e a segurança de dados contra a indústria.

Por isso, a volatilidade das ações da China continua a excitar os mercados e gerar um sentimento de aversão ao risco em boa parte dos investidores internacionais.

À medida que os governos em todo o mundo aumentam seu papel econômico, assim como tem feito o país asiático, a regulamentação provavelmente aumentará; neste sentido, vemos hoje na China apenas o que poderá acontecer ao redor do mundo em breve.

As economias reais e os mercados financeiros também reagirão à incerteza sobre a regulamentação, o que pode adicionar um prêmio de risco aos mercados.

Por lá, o movimento de venda foi mais pronunciado em ações de tecnologia e comunicação, além de empresas que dependem dos gastos do consumidor.

Consequentemente, notou-se que os investidores transferiram dinheiro para setores considerados menos arriscados, incluindo serviços públicos, saúde e empresas que fabricam bens domésticos e pessoais, de modo a mitigar a volatilidade.

O fluxo negativo pode prejudicar emergentes de maneira geral.

Anote aí!

A temporada de resultados segue pegando fogo. Lá fora poderemos contar com nomes como Boeing, McDonald’s, Pfizer, Ford e Facebook, enquanto o Brasil encara Santander, WEG, Multiplan, GPA e Vale. O dia será agitado, uma vez que a Europa também divulga seus resultados trimestrais.

Na agenda de dados, o Ministério da Economia divulga dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de junho, paralelamente à confiança da indústria em junho e o índice de Preços ao Produtor nas indústrias de transformação em junho.

Muda o que na minha vida?

O drama do Brexit está longe de terminar, com o Reino Unido e a União Europeia (UE) em rota de colisão sobre as regras sobre a fronteira na Irlanda do Norte.

Por enquanto, a UE afirma que atrasará a ação legal contra o Reino Unido — os mercados estão indiferentes, mas, havendo um agravamento da tensão, podemos ter desdobramentos sobre os ativos de risco como tivemos no final do ano passado.

Vale recordar que, há sete meses, os dois lados chegaram a um acordo sobre o Brexit, mas a Grã-Bretanha agora quer reformar o sistema comercial para o território.

O acordo especial foi previamente assinado para evitar o que se chamava de uma “fronteira dura” na ilha da Irlanda — trata-se da única região que guarda fronteira terrestre com o bloco —, mas o protocolo resultou posteriormente em uma relação turbulenta.

Hoje, o status da Irlanda do Norte é um tanto híbrido, pois ainda faz parte do Reino Unido, bem como do Mercado Único Europeu.

Isso significa que é necessário verificar as mercadorias que viajam da Grã-Bretanha para a Irlanda do Norte para impedir que os itens vazem para a UE.

A maior parte dos controles, porém, é efetuada na fronteira marítima da Irlanda, o que tem causado tensões entre os pró-Reino Unido, que não gostam da barreira.

Agora, entende-se a situação como insustentável e propõe-se um plano complementar para reescrever substancialmente o protocolo de saída da Irlanda do Norte em conjunto do Reino Unido.

O prazo final se aproxima, marcado para os últimos dias de setembro, quando uma série de chamados períodos de carência chegará ao fim.

Os britânicos querem estender os períodos de isenção indefinidamente. Diante da pressão, a UE provavelmente retaliará com tarifas e sanções, enquanto a relação se deterioraria ainda mais.

Já faz anos que a novela do Brexit começou e ela não tem data para acabar por enquanto.

Na esteira desse problema, quem sofre são os investidores.

Daily Opportunity

Eu serei um dos professores do novo MBA em finanças lançado pela Empiricus.

Fiquei muito honrado pelo convite. Principalmente quando vi quem me acompanhava nessa jornada.

Além de mim, serão professores nomes de “pouco” peso, como André Ribeiro, da Brasil Capital, Alexandre Schwartzman, Economista e ex-diretor do Banco Central, Christian Keleti, da Alpha Key Capital, João Braga, da Encore, sem contar uma aula magna com André Esteves, do BTG Pactual, e outras verdadeiras lendas do mercado.

Clique abaixo para conhecer mais:

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Fique de olho!

Bitcoin volta a subir

Há certo receio por parte dos investidores quando o assunto é moedas digitais, como Bitcoin e Ethereum – e a volatilidade desses ativos justifica o medo.

Mas, será que dá pra investir em ativos como esses sem prejudicar sua carteira e sem arriscar o seu estilo de vida atual?

Nós não apenas acreditamos que isso é possível, como defendemos que essa é a melhor forma de fazê-lo.

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  • Não deixe de ler o regulamento do fundo e seus fatores de risco antes de investir.
  • Retornos passados não garantem retornos futuros.
  • Não há nenhuma garantia de retorno.
  • As rentabilidades apresentadas nas comunicações da Vitreo não são líquidas de impostos.
  • A aplicação em fundos de investimento não conta com a garantia do FGC, de qualquer mecanismo de seguros ou dos prestadores de serviço do fundo

Um abraço,

Jojo Wachsmann