Colunista Vitreo

Pré-mercado: Pé no acelerador em semana cheia de ruídos

19 abr 2021, 9:05 - atualizado em 19 abr 2021, 9:05
Chegando para resolver o problema: Orçamento 2021 Ratched (2020)

Bom dia, pessoal!

Preparem-se para a semana.

Apertem os cintos e estejam prontos para a volatilidade, pois contaremos com reuniões de política monetária, resultados corporativos na Europa e nos EUA, feriado que fecha o mercado local, início da CPI da Covid e definição da questão orçamentária para 2021.

Não será para principiantes, mas a enfrentaremos, como de costume. Os mercados abrem em tom misto na Europa. Futuros americanos em queda. A ver…

Vetar ou não vetar, eis a questão

Em semana com menos liquidez devido ao Feriado de Tiradentes, que fecha o mercado brasileiro na quarta-feira (21), investidores podem ficar mais receosos em dormir comprados e começam a ajustar posições de hoje (19) para amanhã (20).

Adicionalmente, hoje teremos vencimento de opções – será o último mês com o modelo de vencimento de opções como está; a partir de maio, as negociações serão permitidas até a terceira sexta-feira do mês de vencimento, alinhando o calendário local com o internacional.

A data de vencimento hoje ajudará parcialmente a liquidez da semana, mas não compensará integralmente o dia inteiro fechado. Na semana passada, estávamos caminhando para uma vitória dos comprados, como no dia de vencimento do índice futuro.

Na volta do feriado, na quinta-feira (22), dois eventos marcarão o dia:

i) o presidente Bolsonaro participará da Cúpula do Clima, prometendo mudar o discurso sobre o meio ambiente depois de enviar carta a Biden sobre sua nova postura em relação à Amazônia; e

ii) a CPI da Covid deve realizar sua primeira sessão, na data-limite para aprovar o Orçamento.

Sobre este último, parecemos caminhar para um veto parcial, de modo a tentar agradar as duas frentes em jogo (equipe econômica e Centrão), mas a solução está longe do ideal, haja vista a situação delicada em que o país se encontra.

O noticiário de Brasília na briga pelo Orçamento e na questão do STF, que deverá concluir o julgamento sobre a suspeição de Sergio Moro, marca os últimos dias de abril.

A existência de oposição e o risco de mais impostos

Como esperado, as propostas do presidente Biden, envolvendo seu pacote de estímulos à infraestrutura e os programas tributários, estão enfrentando oposição no Congresso.

Curiosamente, duas alas enfrentam o presidente:

i) quem acha que o pacote vai longe demais (republicanos); e

ii) quem acha que não foi longe o suficiente (democratas mais à esquerda).

Para o combate, provavelmente o partido de Biden se valerá da reconciliação orçamentária novamente. Os republicanos tentarão obstruir e esses movimentos devem fazer preço.

É curioso que o mercado não tenha dado muita bola para a alta de impostos de Biden. A proposta de infraestrutura de US$ 2 trilhões, chamada de Plano de Emprego Americano (American Jobs Plan), aumentaria a alíquota do imposto de renda corporativo de 21% para 28%, entre outras medidas.

O Tesouro americano, que também divulgou a sua lista de países que acredita estarem manipulando moedas, pediu um imposto corporativo mínimo global para impedir uma corrida das empresas para os países de menor taxa, equiparando a tributação global – o intento é indescritivelmente difícil de ser completado.

É natural e esperado que tal política assustasse os investidores, já que impostos mais altos corroem os lucros corporativos.

Mas Wall Street não se cansa de fechar em máximas históricas. A explicação? Bem, em primeiro lugar, entende-se que o programa gerará mais benefícios do que malefícios (em termos líquidos entre o pacote de infraestrutura e a tributação, o saldo é positivo).

Em segundo lugar, impostos atenderiam o temor da perspectiva fiscal, que assola os EUA. Por fim, os investidores também esperam uma resolução mais definitiva a nascer dos debates em Washington. Ainda tem muita água para rolar.

Fique atento ao noticiário monetário

Três reuniões de política monetária são importantes nesta semana, a começar com o Banco Central da China, que se reunirá entre hoje e amanhã.

Um aperto monetário no país asiático é temido por muitos investidores de mercados emergentes, com possibilidade de afetar a retomada global – o contracionismo fiscal e monetário chinês é tido como um dos principais riscos de 2021.

Sequencialmente, na quinta-feira (22), o Banco Central da Europa também se encontrará, mas não há expectativa de mudanças. Um novo comunicado, atrelado à decisão, poderá ser importante, a depender do tom utilizado pela autoridade monetária.

Por fim, para fechar a semana, o BC russo tratará na sexta-feira (23) de sua taxa de juros. A decisão poderá afetar mercados asiáticos e europeus, principalmente.

Anote aí!

Esta segunda-feira (19) guarda IPC-Fipe no Brasil, averiguando a inflação.

Indicadores de preços se tornaram muito importantes no mundo, mas os nossos afetam as nossas vidas no dia a dia; dessa forma, até os índices mais secundários relacionados com o tema da inflação têm ganhado importância.

Diante de tal fato, vale observar a segunda prévia de abril do IGP-M, que tem acumulado alta impressionante nos últimos 12 meses.

Ainda poderemos contar com a tradicional Balança Comercial semanal e o IBC-Br de fevereiro, indicador de atividade do Banco Central brasileiro que serve como proxy do PIB – os dados não capturam, porém, a nova leva de restrições em solo nacional.

No exterior, à noite, teremos o início da decisão de política monetária na China, como comentado anteriormente – as taxas de referência para empréstimos de um e cinco anos serão definidas.

Nesta manhã, a Zona do Euro divulgou sua Balança de Pagamentos e o resultado do setor de construção, sem grandes novidades (em linha com o esperado).

Muda o que na minha vida?

Investidores começam a prestar atenção na rotação entre as moedas, em um processo de reflação.

Já temos falado há um tempo sobre o foco nos estoques da economia global, em que o consumidor acumulou renda durante a pandemia e agora tem o poder de estimular a recuperação econômica à medida que as restrições diminuem.

Duas coisas derivam deste entendimento: i) o estoque de poupança é distribuído de forma desigual entre países e dentro dos países; e ii) o processo de recuperação verificado nos EUA deverá ser notado ao redor do mundo também.

Por conta dos dados econômicos recentes, o dólar americano segue ganhando força. O índice DXY, que mede a força do dólar frente a uma cesta de divisas, só subiu neste ano.

Com o crescimento dos EUA voltando mais cedo do que o de outros países, apoiado por um rápido progresso na vacinação, a força do dólar parece persistir no curto prazo.

Contudo, o céu de brigadeiro não é para sempre. Um entendimento pela retomada da fraqueza do dólar na segunda metade do ano tem se formado, que deverá levar a uma alta de diferentes moedas fortes.

Destaque para as economias de retomada pró-cíclicas mais fortes e para moedas que estão expostas aos preços das commodities.

Fique de olho!

Você já conhece a nossa nova série de conteúdos? Ela tem tudo a ver com um assunto de que sempre tratamos aqui no Transparência Radical.

Chama-se “O Rally do 4 de Julho” e mostra uma maneira simples, prática e certeira de você expor o seu capital a essa retomada americana, capitaneada pela vacinação em velocidade recorde e pelos pacotes de incentivo que estão prestes a serem aprovados no congresso americano.

Tudo isso tem feito a maior economia do mundo retornar em velocidade recorde, com a estimativa do aumento do PIB em mais de 6%. É a maior economia do mundo crescendo em ritmo de país emergente. Uma chance bastante única de investir nos EUA.

Vamos apresentar essa chance para você em uma série de vídeos que começa no dia 26, esta próxima segunda feira.

Clique abaixo para se inscrever e seja bem-vindo(a) ao “Rally do 4 de Julho”.

[QUERO ME INSCREVER]

Um abraço,

Jojo Wachsmann

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