Colunista Vitreo

Pré-Mercado: O Brasil insiste em dançar sua própria música

17 nov 2021, 8:48 - atualizado em 17 nov 2021, 8:48
Brasil descolado da realidade mundial… / A Origem (2010)

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Bom dia, pessoal!

Lá fora, as ações asiáticas caíram nesta quarta-feira (17), apesar da alta de ontem em Wall Street, que digeriu muito bem os fortes dados de varejo nos EUA, a reta final da temporada de resultados do terceiro trimestre ao redor do mundo e o pacote de infraestrutura de Joe Biden.

A Europa, por sua vez, amanhece predominantemente no positivo, mas com desafios ao longo do dia.

O Reino Unido, por exemplo, enfrenta uma bateria de dados de inflação, que gera pressão sobre a Bolsa.

Futuros americanos até tentam, mas sem sucesso até agora, sustentar o otimismo de ontem – estão operando próximos da estabilidade.

O Brasil, por sua vez, insiste em viver sua própria dinâmica, afetado pela realidade de Brasília, o ambiente político e o horizonte fiscal.

A ver…

Novos ruídos sobre os precatórios

Nós bem que avisamos ontem (16). Repercutiu sobre os ativos brasileiros a sequência de incertezas que permeia a PEC dos Precatórios e seu destino dentro do Senado Federal – já se ventila a possibilidade da proposta abrigar novos gastos, como o aumento dos salários dos servidores públicos.

Hoje (17), o senador Fernando Bezerra (MDB-PE), relator da PEC dos Precatórios, faz nova rodada de reunião com senadores sobre a proposta e pode gerar ruído, enquanto começamos também o pagamento do Auxílio Brasil, programa social que substituiu o Bolsa Família.

Saindo da realidade política, acompanhamos os dados a serem apresentados pela Secretaria de Política Econômica (SPE), que contemplarão as projeções de indicadores econômicos do Ministério da Economia.

Espera-se que o governo mantenha sua estimativa para o PIB de 2022 acima de 2%, patamar bem distante da faixa entre 0 e 1% estimada por diversas fontes no mercado financeiro.

A alta dos juros e a inflação, que destrói o poder de compra dos brasileiros, impedem um tom mais construtivo em termos de crescimento para o ano que vem.

Consumidores sem medo: repercutindo um varejo forte

Apesar de preocupados com o aumento da inflação, os consumidores americanos parecem que enfrentam o mercado sem medo, desavisados sobre o descompasso na cadeia de suprimentos global e a possibilidade de uma nova onda de Covid.

Tanto é verdade que, segundo os dados divulgados ontem sobre as vendas no varejo, os consumidores na terra do Tio Sam ainda parecem confortáveis em gastar mais do que gastavam antes da pandemia.

De fato, é possível que alguns consumidores possam estar antecipando as compras, eventualmente cientes do contexto mundial. Mesmo assim, os números mostraram um ímpeto saudável nos gastos.

Em outubro, nos EUA, as vendas no varejo aumentaram 1,7% em relação ao mês anterior, mais que o dobro da entrega de setembro e acima das estimativas dos investidores.

Foi o maior avanço desde março, quando o indicador subiu 11,3%.

Tal força animou o mercado, com a esperança de que os gastos do consumidor possam impulsionar a economia no curto prazo (os gastos dos consumidores respondem a aproximadamente dois terços da atividade econômica dos EUA).

Mudanças no Fed?

O futuro é incerto no Federal Reserve (Fed), com a expectativa de que o presidente Joe Biden nomeie seu próximo presidente nos próximos dias (até o final da semana que vem, já devemos saber do resultado).

O mercado ainda entende que o atual presidente, Jerome Powell, continua sendo o favorito, atribuindo 63% de chance de mais uma nomeação sua.

Contudo, as perspectivas de Lael Brainard melhoraram nas últimas semanas – perfil associado aos democratas, defensora de uma política expansionista no âmbito monetário e articuladora pelo aprimoramento no quadro regulatório da instituição (os progressistas a preferem).

Em meio ao quase fim da temporada de resultados corporativos, o mercado passa a avaliar suas perspectivas para 2022.

Neste sentido, a condução da política monetária no ano que vem será fundamental para entendermos o comportamento da economia e dos ativos financeiros.

Ainda assim, não entendemos como qualquer desfecho aqui possa ser negativo.

Powell já é conhecido e não oferece surpresas, enquanto Brainard tenderia a ser ainda mais expansionista e permissiva com a inflação.

Anote aí!

Lá fora, destaque para dados de inflação da Zona do Euro e do Reino Unido – fala na Alemanha de Christine Lagarde, presidente do BCE, poderá contemplar observações sobre os preços no velho continente.

Nos EUA, a temporada de resultados, em sua reta final, conta com nomes fortes como Cisco Systems, Lowe’s, Nvidia e Target. Além disso, novos dados de construção residencial para outubro são esperados – economistas preveem que a construção de residências privadas aumentou 2,2%.

No Brasil, por sua vez, contamos com a apresentação de dados da Secretaria de Política Econômica, bem como com os comentários de Adolfo Sachsida, secretário da pasta, sobre o tema.

Não somente isso, mas o mercado também deve acompanhar o STF, que retoma o julgamento de Ações Diretas de Inconstitucionalidade que questionam alguns dispositivos da Reforma Trabalhista, e a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, que pode aprovar o parecer sobre o projeto de lei que prorroga a desoneração da folha até 2026.

Muda o que na minha vida?

As tensões estão aumentando na Europa Oriental, onde um acúmulo de forças russas perto da fronteira com a Ucrânia começa a gerar certo incômodo.

Os EUA alertaram os aliados da União Europeia (UE) de que Moscou pode estar planejando invadir a Ucrânia, embora a Rússia tenha dito que os posicionamentos militares estão em seu território e negado quaisquer intenções agressivas.

Não custa lembrar que, em 2014, as forças especiais russas foram enviadas para ocupar a Crimeia, com a república sendo anexada pela Rússia após um referendo.

O novo alerta sobre a Ucrânia vem na sequência de um impasse maior entre Polônia e Bielo-Rússia, que é um aliado russo.

Altos funcionários da UE dizem que o presidente Alexander Lukashenko está atraindo milhares de refugiados para Minsk com a promessa de os ajudar a chegar à Europa Ocidental.

O movimento de Lukashenko é um protesto depois que sanções foram impostas a seu regime.

Os Estados membros da UE estão divididos em como lidar com o problema.

A dor de cabeça ocorre em meio a uma crise energética na Eurásia.

A escassez de suprimentos antes do inverno já causou falta de energia na Europa, aumentando o preço do gás natural.

A Gazprom tinha acabado de começar a encher tanques de armazenamento para os europeus, enquanto Vladimir Putin busca alavancar seu país como uma superpotência de petróleo e gás, pressionando os reguladores europeus para aprovar o Nord Stream 2.

Imbróglios envolvendo a Rússia neste momento poderão voltar a causar problemas no fornecimento de gás.

Um abraço,

Jojo Wachsmann

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