Pré-mercado: O bom e velho Brasil está de volta
Bom dia, pessoal!
A Bolsa caminha para o encerramento da semana, mas o Brasil insiste em viver sua própria dinâmica, enquanto o fator político volta a fazer pressão sobre os ativos de risco.
Ficou para hoje (2) a reunião da Opep+, na esteira de uma possível elevação da oferta de petróleo (os Emirados Árabes Unidos discordaram do ritmo lento com que outros membros da Opep+ queriam aumentar a produção nos próximos meses).
Ontem (1º), a expectativa em relação ao encontro jogou o S&P 500 mais uma vez para alta (ações de petróleo e gás do índice tiveram um desempenho particularmente bom) – o S&P 500 atingiu seu sexto recorde consecutivo de alta no primeiro dia do semestre, em sua mais longa sequência de vitórias desde o início de fevereiro.
O petróleo bruto WTI, principal benchmark nos EUA, subiu 2,4% na quinta-feira (1º), a US$ 75,23 o barril, seu nível mais elevado desde outubro de 2018 (mais de 50% de alta desde o início do ano).
A demanda global de petróleo aumentou mais rápido do que a oferta nos últimos meses, elevando os preços.
Hoje, as Bolsas abrem predominantemente em alta da Europa, enquanto os futuros americanos ainda flertam com a estabilidade.
A ver…
É isso mesmo, o nosso tradicional ruído político está de volta
Depois de algumas semanas deixando os mercados em paz, Brasília volta a pressionar ativos de risco – a CPI deu o que falar ontem, pela primeira vez desde que começou.
Hoje, pelo menos, não haverá mais episódios da comissão, o que abre espaço para uma “caça às barganhas” depois da realização de ontem.
O depoente Luiz Dominghetti quase foi preso ao tentar envolver os irmãos Miranda, denunciantes do esquema da Covaxin, em casos de corrupção na compra de vacinas.
Os senadores entenderam que Dominghetti foi plantado na CPI para invalidar o posicionamento de Luís Miranda. Pegou fogo.
Enquanto pedidos de impeachment se acumulam nas mãos de Arthur Lira (PP-AL), os quais não devem ser acolhidos, ainda há as avaliações críticas à reforma tributária, que terá que ser alterada se o governo realmente quiser passá-la.
De acordo com o ministro da Economia, Paulo Guedes, a alíquota do IRPJ cairia 5 pontos percentuais de 25% para 20% em dois anos – essa redução pode chegar a 10 pontos percentuais se o governo conseguir reduzir subsídios a grupos pequenos de empresas.
O ministro, contudo, insiste na alíquota de 20% sobre lucros e dividendos (o Congresso deverá reduzi-la para 15%) – a média mundial de imposto sobre dividendos é 30%.
Chegou o dia do relatório de emprego
O Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA divulgará o relatório de empregos para junho hoje de manhã. As expectativas são de um aumento de 625 mil folhas de pagamento não-agrícolas, após um ganho de 559 mil em maio. A taxa de desemprego, por sua vez, deve cair de 5,8% para 5,6%.
Esse relatório receberá bastante atenção do mercado, mas há especulações de que o tradicional informe esteja com dificuldades de identificar mudanças estruturais no mercado de trabalho, o que pode invalidar marginalmente algumas de nossas percepções.
Ainda assim, um dado acima do esperado poderá dar poder aos membros do Federal Reserve mais agressivos e que querem um aperto monetário mais cedo do que o mercado pressupunha a priori.
Parte desse estresse já tem sido precificado, mas volatilidade adicional pode aparecer no meio do caminho.
A normalização da economia americana tem andado a passos largos, com mais de 67% da população adulta vacinada – no Brasil, esse número ainda está em 16%.
A tributação mínima global ganha contornos mais firmes
Ao que tudo indica, 130 países (90% do PIB global), incluindo China e Índia, já concordaram com os termos e condições das regras fiscais corporativas globais comuns a partir de 2023.
O entendimento é o de que, a partir dessa data, passaremos a ter uma alíquota mínima (15%) para as multinacionais, para evitar uma corrida desenfreada para paraísos fiscais.
Com isso, a tendência de redução das taxas de impostos corporativos globais, verificada nos últimos 30 anos, parece estar chegando ao fim.
Estimativas apontam que o custo para grandes empresas será de US$ 100 bilhões ou mais – US$ 150 bilhões em receitas fiscais adicionais por ano, de acordo com a OCDE, é muito interessante para os cofres públicos globais, principalmente em um contexto de pós-pandemia –, muito embora as empresas tenham que enfrentar um natural aumento nos custos tributários e maior complexidade.
Claro, como não poderia deixar de ser, oito paraísos fiscais não concordaram.
Em um mundo cada vez mais associado à temática de ESG, porém, estar posicionado em paraísos fiscais pode ser visto com maus olhos internacionalmente.
As cenas dos próximos capítulos serão interessantes. Caminhamos para a maior mudança no sistema tributário global em um século.
Anote aí!
O mundo se volta para a reunião da Opep+, que realiza o encontro de seu comitê de monitoramento conjunto (JMMC).
Lá fora ainda, destaque para a fala da presidente do BCE, Christine Lagarde, que se pronunciará pela terceira vez em cinco dias – um novo insight aqui é pouco provável, mas o mercado sempre gosta de acompanhar.
Nos EUA, destaque para o relatório de emprego de junho, balança comercial de maio e encomendas à indústria.
Por aqui, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulga indicadores industriais, dos quais a produção industrial é destaque – mediana projeta alta de 1,6% em maio contra o mês anterior.
Dados secundários de inflação, como IPC e IPC-S Capitais, têm espaço na agenda, mas a fala de Roberto Campos Netos deve ter mais relevância.
Muda o que na minha vida?
Ao que tudo indica, os mercados financeiros podem estar entrando em uma nova era.
O banco central dos EUA espera começar a aumentar as taxas de juros em 2023, com o boom da economia pós-pandemia e o aumento da inflação.
Isso é mais cedo do que indicado em março, quando o Fed previu que as taxas ficariam perto de zero por pelo menos os próximos dois anos.
No entanto, ainda existem membros no interior da autoridade monetária que consideram 2022 como sendo mais apropriado. Dados de payrolls como os de hoje serão definitivos para saber para que lado o barco vai.
A reversão do enorme programa de compra de ativos do Fed, que tem engolido US$ 120 bilhões em títulos por mês para manter baixos os custos dos empréstimos, ficaria para os próximos seis a nove meses.
A mudança seria sentida imediatamente em todos os mercados, que estão embriagados com as medidas de estímulo da era da crise há mais de um ano.
A conversa, em sua essência, é sobre inflação.
O Fed aumentou sua previsão de inflação para 2021 para 3,4%, 1 ponto percentual acima de sua estimativa anterior.
Powell deixou claro que o Fed ainda acredita que as pressões sobre os preços serão transitórias.
Se estiver errado, teria as ferramentas de que precisa para resolver o problema.
Uma surpresa “hawkish” do Fed pode alimentar os mercados por algum tempo, especialmente se os rendimentos reais permanecerem elevados e o dólar se mantiver firme.
Isso pode atingir os mercados emergentes e commodities como o petróleo – nosso caso.
Fique de olho!
O fundo Vitreo Agro pretende entrar nos dois IPOs mais quentes do agronegócio brasileiro.
O setor do agro está quente e quem investe no setor poderá surfar o ciclo positivo das commodities agrícolas por meio do Vitreo Agro, o primeiro fundo multimercado de agronegócio do Brasil.
A Vitreo pretende entrar nos dois IPOs mais promissores do agronegócio que ocorrerão na B3, neste segundo semestre. Estamos falando das ofertas públicas das empresas Raízen e 3Tentos.
No mês passado, a Raízen, empresa controlada conjuntamente por Cosan e Shell na área de distribuição de combustíveis e produção de açúcar e etanol, protocolou o prospecto de sua oferta inicial de ações.
A empresa pretende usar os recursos da oferta para construir novas plantas para expandir a produção e aumentar suas vendas de biocombustíveis.
Inclusive, no último dia 25 de junho, a Raízen, anunciou o investimento na sua segunda fábrica de etanol de segunda geração (E2G), o chamado etanol celulósico.
O movimento deixa clara a intenção de posicionar a Raízen na vanguarda tecnológica dos biocombustíveis e está em linha com sua conhecida estratégia de expandir a produção de produtos renováveis. A meta da empresa é colocar de pé um total de 20 fábricas (E2G) até o ano-safra de 2031.
A empresa gaúcha 3Tentos, fundada em 1995, com sede na cidade de Santa Bárbara do Sul (RS), produz farelo e óleo de soja, biodiesel, além de vender sementes e fertilizantes para pequenos produtores de soja, milho, trigo e arroz.
Ela também atua como trading na compra e venda de grãos de cerca de 11 mil produtores e tem 40 lojas no Rio Grande do Sul e uma no Mato Grosso.
Os resultados que ela vem apresentando se mostram muito interessantes.
A 3Tentos teve receita líquida de R$ 3,1 bilhões em 2020, alta de 40% em relação ao ano anterior, com a margem Ebitda ajustada subindo de 7,5% para 12,5% e o lucro líquido avançando 104%, chegando no valor de R$ 246 milhões.
Ao ver o tamanho dessas oportunidades, o time de gestão da Vitreo, decidiu que tentará entrar, por meio do fundo Agro, nos DOIS IPOs: Raízen e 3Tentos.
Vale lembrar que a entrada do fundo Agro nestes IPOs não está garantida, considerando que tudo depende do formato da alocação definida pelos Coordenadores de ambas as ofertas, mas o nosso time de gestão está de olho nas possibilidades.
E você pode fazer parte disso tudo, como investidor do fundo Vitreo Agro.
Para isso, basta clicar agora no botão abaixo e investir no setor que alavanca o PIB do Brasil.
- Não deixe de ler o regulamento do fundo e seus fatores de risco antes de investir.
- Antes de investir, verifique se o apetite de risco do fundo está em linha com o seu perfil de risco.
- Não há nenhuma garantia de retorno.
- A aplicação em fundos de investimento não conta com a garantia do FGC, de qualquer mecanismo de seguros ou dos prestadores de serviço do fundo.
Um abraço,
Jojo Wachsmann