Colunista Vitreo

Pré-mercado: Na sexta-feira, você vai de vinho ou cerveja?

18 jun 2021, 8:47 - atualizado em 18 jun 2021, 8:47
Avaliando a MP da Eletrobras aprovada / True Detective (2014 – 2019)

Bom dia, pessoal!

Uma semana cheia para os investidores será concluída hoje, levando os mercados mais próximos do final deste primeiro semestre de 2021.

Lá fora, os investidores estão atentos à decisão de política monetária do Banco do Japão, muito embora mudanças dramáticas não sejam esperadas – provavelmente continuará a enfatizar o viés dovish (expansionista).

Aqui no Brasil, sem agenda muito importante, repercute a aprovação no Senado da MP da Eletrobras, a qual discutiremos a seguir, em dia de vencimento de opções e follow-on da Petrobras (PETR4) na BR Distribuidora (BRDT3), movimentos que elevarão a volatilidade.

A ver…

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No final, foi privatizada

Qual o contexto? contrariando as expectativas, o governo demonstrou uma boa capacidade de articulação ao aprovar a Medida Provisória da Eletrobras, um tema bem complexo, por 42 votos a favor e 37 contrários.

A batalha em si não acabou, uma vez que a MP deverá voltar para a Câmara, mas o desfecho nos parece já como certo. Arthur Lira (PP – AL), presidente da Câmara, tem até dia 22 de junho (terça-feira da semana que vem) para concluir tudo, mas já afirmou que convocará sessão extraordinária para segunda-feira, dia 21, para às 15 horas.

As ADRs (o mesmo que as nossas BDRs, mas dos EUA) da companhia saltaram no exterior após a vitória – o efeito deverá ser verificado aqui também.

Para onde vamos? Bem, a Câmara tem dois caminhos:

i) concordar com o texto aprovado pelos senadores, na íntegra ou parcialmente; ou

ii) resgatar a versão que foi aprovada pelos deputados. Nesse sentido, são os deputados que darão a palavra final para encaminhar o texto à sanção presidencial.

Bolsonaro terá até 15 dias úteis para sancionar ou vetar (integral ou parcialmente) – conhecendo a figura e sabendo que houve muita alteração, devemos ter uma promulgação da papelada apenas em julho.

Cabe lembrar que não veio uma privatização tradicional, mas, sim, uma capitalização, a qual o governo não acompanhará, diluindo sua participação e perdendo o controle da empresa – Ruy Hungria, da Empiricus, explicou bem aqui neste vídeo.

Haverá alguma ressalva? Duas, na verdade. A primeira é que o Congresso poderá derrubar os eventuais vetos de Bolsonaro, caso eles existam (257 votos são necessários na Câmara, enquanto 41 é o número para o Senado). Em segundo lugar, há chance de questionamento jurídico da questão, embora menos provável.

Não há data para que a matéria seja julgada pelo Supremo Tribunal Federal; contudo, o mercado acompanhará o julgamento sobre a questão de autonomia do BC, iniciado durante a madrugada e com previsão de ser encerrado em até uma semana – provavelmente, não mudaram o entendimento da independência, sendo possível uma transposição de desfecho positivo para o caso da Eletrobras.

Uma digestão demorada

Qual o contexto? Os mercados reagiram entre quarta e quinta-feira aos comentários do Fed sobre a possibilidade de desacelerar o programa de compra de títulos.

Os estímulos monetários têm sido um dos principais motivos para a retomada do mercado de ações até aqui.

Aparentemente, porém, começamos a ter um comportamento mais ameno em relação à chance de redução do nível de compras: o rendimento da nota do Tesouro de 10 anos devolveu quase todo o surto do dia anterior, caindo de volta para 1,51%, frente ao patamar de 1,57% da quarta-feira.

Em partes, isso se deve ao fato de o presidente do Fed ter dito que tal redução de comprar ainda está provavelmente “longe” – a maioria das estimativas continua sendo de que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) iniciará formalmente a discussão de redução gradual entre agosto e setembro, anunciando somente em dezembro que a redução ocorrerá no 1T22.

O que chamou atenção? Um dos fatos que assustou mesmo foi a perspectiva atualizada da política monetária do Fed, a qual sinaliza que 13 dos 18 membros do FOMC esperam um aumento da taxa de juros até o final de 2023 (antes a maioria esperava que o aumento acontecesse apenas em 2024).

Além disso, como já adiantamos ontem, sete membros do comitê esperam aumentar as taxas até o final de 2022 – a maioria ainda espera manutenção das taxas em 2022, mas a antecipação de 2024 para 2023 pegou nos mercados e deverá continuar a ser digerida, principalmente em um dia de agenda fraca como o de hoje.

Política monetária para lá de Bagdá

Para não dizer que não falamos das flores, dois bancos centrais de peso estão também chamando a atenção do mercado.

O primeiro deles é o Banco do Japão (BoJ), que agora possui uma nova iniciativa “verde” com um mecanismo de empréstimo para apoiar iniciativas de sustentabilidade – muito em linha com o que já foi discutido no G7, grupo do qual o Japão faz parte.

Adicionalmente, os mercados asiáticos reagem ao fato de as medidas de política monetária relacionadas à pandemia terem sido estendidas até março de 2022.

O segundo é o Banco Central Europeu (BCE), que se reunirá em Frankfurt durante o fim de semana para discutir a meta de inflação da Zona do Euro.

Em partes, esse encontro pode ser justificado como um reflexo aos dados de inflação divulgados ontem – 19 países que usam o euro viram os preços subirem 2,0% na comparação anual, a meta deles. Adicionalmente, também discutirão como a política pode influenciar a economia verde.

O investimento sustentável tem ganhado mais e mais visibilidade. Não deixe de conferir o nosso Vitreo Carbono e participar dessa festa, que promete ser de arromba.

Anote aí!

A agenda por aqui é bem esvaziada, uma vez que os temas relevantes foram discutidos até quinta-feira.

Nesse sentido, deveremos ter reflexos de Brasília, com novidades das reformas ou da MP da Eletrobras.

A CPI da Covid receberá os médicos Ricardo Ariel Zimerman e Francisco Eduardo Cardoso Alves, mas o mercado tem prestado zero de atenção para isso, então não deverá fazer preço.

Resta a volatilidade do dia com o vencimento das opções e com o leilão do Banco Central de até 15 mil contratos de swap em rolagem, nada longe do tradicional.

Lá fora, o Japão mostrou inflação em vez de deflação em um de seus indicadores de preços – pasmem, até o Japão está tendo elevação nos preços.

O mesmo aconteceu com os preços ao produtor alemão, que subiram como no Brasil e nos EUA, muito por conta da alta dos preços do petróleo (efeito base que deverá se dissipar no segundo semestre).

Teremos também pesquisa de expectativas de inflação ao consumidor do Banco da Inglaterra (BoE), mas não deve fazer pressão sobre os preços também.

Muda o que na minha vida?

A economia começou a sair do coma à medida que vacinações mais generalizadas ajudaram o mundo a ficar mais perto do normal.

Ao mesmo tempo, os aumentos nos preços das matérias-primas estão forçando as empresas em toda a economia a aumentar seus próprios preços para os clientes.

Isso, como não poderia deixar de ser, está alimentando as preocupações sobre se a inflação mais alta será temporária ou mais duradoura – o aumento nos preços das commodities está provavelmente vinculado a aumentos na demanda conforme a economia se recupera, mas o aumento dos salários provavelmente durará mais, já que os empregadores aumentam os salários para atrair trabalhadores.

O movimento já pode ser visto, inclusive, na Zona do Euro, que teve sua inflação acelerando para 2%, superando a meta de inflação do BCE pela primeira vez desde 2018.

Com isso, os dados podem fazer com que alguns investidores se preocupem com a retirada dos estímulos monetários, ameaçando a recuperação das ações.

Deixamos claro: não esperamos que isso aconteça. Isto é, a inflação da zona do euro não deve ameaçar a recuperação das ações.

Mesmo essas pressões estreitas de preços não devem durar, visto que a fase mais rápida da recuperação do petróleo provavelmente já passou – veja o Brent perto de US$ 75 o barril.

Adicionalmente, a presidente do BCE, Christine Lagarde, tida como um dos perfis mais expansionistas entre os grandes Bancos Centrais do mundo, disse que os formuladores de políticas monetária deveriam “pagar para ver”.

Como resultado, espera-se que o BCE mantenha suas atuais configurações monetárias frouxas, o que é favorável para as ações e um desafio para os investidores de renda fixa.

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Um abraço,

Jojo Wachsmann