Colunista Vitreo

Pré-mercado: Foguete não tem ré?

16 abr 2021, 9:21 - atualizado em 16 abr 2021, 9:21
“Esse mundo anda errado…” / Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964)

Bom dia, pessoal!

A sexta-feira (16) amanhece com otimismo para os ativos europeus, que se preparam para novos recordes no fechamento.

O Índice Stoxx Europe 600, após superar seu último topo ontem (15), caminha agora para seu quarto ganho semanal consecutivo.

A Bolsa alemã (DAX), por sua vez, já se direciona para a sua sétima alta semanal seguida.

Futuros americanos abrem mistos, com Dow Jones (DJIA) próximo à estabilidade mesmo após superar a marca de 34 mil pontos – depois de quinta-feira (15) entregar sessão batendo máxima.

Uma correção, ainda que marginal, poderia ser esperada.  Dados fortes na China também animam os mercados asiáticos e, em certas medidas, os emergentes.

Há quem diga que as altas são insustentáveis no longo prazo, que “esse mundo anda errado”. Outros, porém, parecem acreditar que foguete não tem ré…

Sabemos que, desde a SpaceX, isso não é mais verdade. A ver…

Ó balancê, balancê

O Brasil se sustenta acima dos 120 mil pontos, apesar da conjuntura doméstica ainda não ter se ajeitado.

Aparentemente, temos conseguido nos embalar pelo humor internacional, descrito acima, que nos sustenta de certo modo. Caminhamos para o prazo final da entrega do Orçamento de 2021, no dia 22 de abril (isso mesmo, na próxima quinta-feira), sem uma solução amigável entre as partes.

O impasse segue o mesmo: quem Bolsonaro escolherá?

De um lado, Guedes e sua equipe econômica afirmam que corremos risco de crime de responsabilidade se o Orçamento passar como está; isto é, o veto seria necessário.

Do outro, Arthur Lira, presidente da Câmara, resiste às pressões, indicando o risco de perda da base política recém criada caso haja veto.

O sistema não se sabota. Entende-se que, mais cedo ou mais tarde, uma resolução — por mais insalubre que seja — para o impasse irá se impor, ainda que longe da ideal.

Outros, mais pessimistas, temem por um cenário de dominância fiscal, no qual o Banco Central se veria impossibilitado de atuar em nome da estabilidade de preços devido à trajetória fiscal prejudicada.

Provavelmente caminharemos para um veto parcial, que deverá preservar algo como R$ 16,5 bilhões em emendas parlamentares.

A proposta, como dissemos, estará bem longe da ótima, mas procurará atender aos dois grupos. Sem que a questão seja endereçada, o governo não conseguirá se organizar para focar 100% de seus esforços na pandemia, que ainda se evidencia em um momento crítico no Brasil.

Adicionalmente, o movimento técnico do vencimento do índice futuro, na última quarta (14), ajudou a Bolsa. Resta saber se o vencimento das opções, na próxima segunda (19), também nos ajudará.

Por sinal, a partir de maio, uma nova metodologia para o vencimento das opções será utilizada. Agora, a data limite de negociação passará a ser a terceira sexta-feira do mês de vencimento, de modo a casar o calendário local com o internacional.

Voa passarinho, voa

A temporada de resultados americana tem se mostrado muito positiva em seus dias iniciais, com os grandes bancos batendo as expectativas.

O movimento, caso preservado, ensejará uma revisão para cima das projeções por parte dos agentes de mercados. Além disso, indicadores econômicos nos EUA levam as Bolsas à euforia em NY. Cada vez mais temos evidências da recuperação econômica global.

Os dados dos EUA de ontem (15) confirmaram que os consumidores estadunidenses estão dispostos a utilizar sua demanda represada durante a pandemia.

Como esperado, o padrão de gastos passou a beneficiar o setor de serviços, movimento que deverá ser verificado em todo o mundo ao passo em que a população é imunizada.

A consequência? O Dow Jones Industrial Average marcou o primeiro fechamento acima da marca de 34 mil pontos em sua história – no ano, o índice já sobe algo próximo de 4 mil pontos, ou +12%.

Os resultados positivos das vendas no varejo (+9,8% em março), impactada pelos estímulos de Biden, e os pedidos de auxílio-desemprego, chegando ao nível mais baixo da pandemia, ajudaram a alimentar o processo de compra de ações.

A recuperação americana será histórica, indicando uma trajetória positiva para os anos seguintes verificada poucas vezes na história.

Nas próximas semanas, mais dados econômicos e resultados corporativos devem servir de gasolina para as Bolsas, enquanto outro pacote trilionário não for aprovado.

+18,3% de PIB está bom ou você quer mais?

Os dados econômicos chineses mostraram força com o bom relatório de PIB do primeiro trimestre. O crescimento econômico da China subiu +18,3% no 1T21 em relação ao ano anterior.

Os números informados foram em comparação ao início de 2020, quando a segunda maior economia do mundo sofreu sua contração mais profunda em décadas, o que justifica a alta exuberante.

Agora, porém, a recuperação explosiva na atividade fabril e de consumo parece estar se estabilizando após a pandemia de coronavírus.

A produção industrial chinesa, por sua vez, foi igualmente robusta, mas um pouco mais fraca do que o esperado.

O mesmo padrão foi observado nos EUA e na Alemanha. Argumenta-se que a desaceleração do crescimento da manufatura implica em normalização da trajetória de crescimento nos próximos meses.

De qualquer forma, a atividade de manufatura e consumo voltaram ao normal desde que a China declarou vitória sobre o coronavírus, permitindo a reabertura de fábricas e lojas. Restaurantes e shoppings estão lotados, embora ainda haja controle em relação ao vírus (higienização, máscaras e termômetros).

Anote aí!

No Brasil, deveremos ter a repercussão da decisão do Supremo sobre a condenação de Lula, na qual foi mantido o entendimento de Fachin.

Ainda que não seja um fator decisivo para os preços do dia, o aroma de insegurança jurídica pode prejudicar a entrada de recursos estrangeiros, agora que Lula voltou a se tornar elegível em definitivo – foi um duro golpe sobre a Lava Jato.

Outro fator para hoje poderá ser a pressão sobre as estatais, uma vez que o conselho da Petrobras deverá se reunir para nomear Joaquim da Silva e Luna como seu novo presidente. A agenda econômica, propriamente, é mais esvaziada.

Atenção para o índice de preços IPC-S da segunda quadrissemana de abril – agora que inflação está na moda, sempre vale a olhadinha.

No exterior, a inflação dos preços ao consumidor da zona do euro foi divulgada nesta manhã em linha com o esperado.

Em março, o núcleo de preços (exclui os itens mais voláteis) subiu 1% na comparação com fevereiro.

O número não deverá influenciar muito o mercado. Nos EUA, o dado de construção de moradias poderá receber alguma atenção, já que as restrições de oferta (quebra na cadeia de suprimentos) têm aumentado o custo das obras.

O compêndio de dados de Michigan também marca o dia, ainda que secundariamente.

Muda o que na minha vida?

Agora com esses resultados do primeiro trimestre, Wall Street parece cada vez mais animada com as ações de bancos, sentimento que se espraia para os países emergentes, como o Brasil.

Durante anos, o mercado pareceu torcer o nariz para as ações de bancos em solo americano, muito por conta de uma herança da crise de 2008.

Hoje, no entanto, o setor está recebendo os holofotes à medida que os investidores estão de olho na recuperação econômica, que deverá beneficiar os grandes credores.

O entendimento é o seguinte: o setor financeiro acabou ficando extremamente barato em relação ao mercado.

Mesmo com a alta, seguem atrasados​​ vários anos. O início da temporada de resultados era um teste no qual as instituições passaram com louvor até aqui.

No final, criou-se a válida narrativa de que a recuperação econômica deverá apoiar a atividade de crédito.

As pessoas correm para comprar casas, enquanto as empresas precisam de capital para fazer planos para um mundo pós-Covid. As preocupações de que os clientes não consigam cumprir os pagamentos do empréstimo (inadimplência) diminuem gradualmente também.

A perspectiva para as taxas de juros também é importante para o desempenho das ações dos bancos.

As preocupações com a inflação, que aumentaram as expectativas de taxas de juros mais altas, estão gerando uma perspectiva melhor para os credores, que podem ganhar mais dinheiro com os empréstimos quando as taxas são mais altas.

O fim das políticas expansionistas acaba sendo uma boa notícia para o setor.

Ou seja, os bancos acabam conciliando as teses de valor (estão baratos relativamente ao resto) e as teses de reabertura (capturam recuperação econômica na veia), enquanto servem de proteção contra as altas dos juros por medo inflacionário.

Como dissemos, o sentimento deverá ser espelhado em diferentes mercados ao redor do mundo.

Fique de olho!

A nova estratégia do Oportunidades de Uma Vida

Em 2021, o fundo de ações Oportunidades de Uma Vida está indo muito bem, obrigado. A nova estratégia do Felipe Miranda da Empiricus, está batendo o Ibovespa em mais de 8x – no período de 01 de janeiro de 2021 a 13 de abril de 2021.

Inclusive, vamos compartilhar com você o que o próprio Felipe Miranda disse sobre essa nova estratégia:

“Tenho insistido que o portfólio ideal de ações para o momento contempla os três pilares chaves da nova estratégia do Oportunidades de Uma Vida. Estou muito confiante em surfar a reabertura da economia no Brasil com essa carteira bem diversificada e balanceada (…)

Estou verdadeiramente comprometido com as ideias e estratégias do fundo desde o seu início, inclusive, colocando minha própria pele em risco ao investir o meu próprio dinheiro…”

Então, se você quer saber mais da estratégia dos três pilares chaves que está batendo o Ibovespa em mais de 8x…

Acesse o documento especial e conheça essa nova tese do Felipe Miranda e do fundo Oportunidades de Uma Vida.

Clique no botão abaixo e saiba mais.

[Invista no Oportunidades de Uma Vida]

Um abraço,

Jojo Wachsmann

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