Colunista Vitreo

Pré-mercado: Festival de preços

25 jun 2021, 8:43 - atualizado em 25 jun 2021, 8:43
Comemorando o acordo para o pacote de infraestrutura nos EUA / Being John Malkovich (1999)

Bom dia, pessoal!

Para encerrar a semana, os mercados contam com IPCA-15, aqui no Brasil, e PCE, nos EUA, para ajuste no câmbio e nos juros.

Enquanto isso, a Europa abre em queda nesta sexta-feira depois da cúpula dos líderes da União Europeia ter revelado algumas rupturas derivadas das tensões envolvendo o governo húngaro – se não houver um apaziguamento, a Hungria poderá ser convidada formalmente a deixar a UE, assim como foi entendido ordem.

Depois do Brexit, uma sequência de estresses sobre a Zona do Euro é preocupante para o mercado, principalmente quando as eleições alemã e francesa se aproximam.

Futuros americanos, ainda com otimismo sob o acordo de Biden, abrem em alta.

A ver…

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Uma reforma tributária para chamar de sua

Hoje (25), o Ministério da Economia entregará a segunda fase da reforma tributária ao Congresso, que trata de ajustes no Imposto de Renda para pessoas físicas, empresas e investimentos.

Adicionalmente, as declarações de Arthur Lira sobre privatização dos Correios e sobre efetivação dessas mudanças no IR já no curto prazo pegaram bem para o mercado.

Isto é, as notícias são positivas e ajudam a limpar o noticiário político da questão envolvendo a Covaxin – por sinal, a CPI da Covid recebe hoje os depoimentos dos irmão Miranda (se algo revelador for apresentado, com potencial impacto para afetar a agenda de reformas, os ativos de risco podem ficar pressionados).

Contudo, em dia de prévia de inflação, a temática política pode ficar em segundo plano.

Depois de um Relatório Trimestral de Inflação (RTI) mais “dovish” (expansionista) do que o esperado, com muitas projeções sendo revisadas positivamente (crescimento do PIB indo de +3,6% para +4,6% em 2021, por exemplo), a atenção se volta à entrega do IPCA-15, que ajudará na formação das expectativas para os juros – ontem (24), foi contratado novamente a elevação de 75 pontos-base, mas a autoridade está dependente de dados econômicos (a meta de inflação de 2024 foi reduzida para 3%, o que abre espaço para maior conservadorismo monetário).

“We have a deal”

Depois de semanas de negociações tensas entre senadores democratas e republicanos, o presidente Biden dos EUA concordou com um pacote fiscal de infraestrutura.

O acordo prevê US$ 579 bilhões em estradas, pontes, aeroportos, transporte público, veículos elétricos, banda larga e infraestrutura hídrica, entre outros tipos de infraestrutura, mas o gasto total pode chegar a US$ 1,2 trilhão pelos próximos oito anos, embora isso dependa da continuação de programas existentes.

Ao que tudo indica, uma abordagem em duas etapas para gastos com infraestrutura será utilizada. Nessa estratégia, o plano bipartidário primeiro atrairia os 60 votos no Senado necessários para contornar a obstrução.

Em seguida, os democratas iriam por conta própria para aprovar outro pacote de gastos maior, que inclui gastos com educação, saúde e medidas de auxílio básico aos menos favorecidos, por maioria simples de votos, em um processo conhecido como reconciliação orçamentária.

Contudo, restam dúvidas se isso será aprovado no Congresso.

O motivo?

Ainda é necessário definir como o plano será financiado, já que os republicanos não desejam alterar os cortes de impostos realizados por Trump em 2017, enquanto os democratas se recusam a aumentar o imposto sobre gás ou usuários de veículos elétricos.

Foco principal

Os investidores estão no aguardo do índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE) referente a maio, principal referência de preços do Fed para a inflação americana dado que captura bem eventuais mudanças mais rápidas no padrão de consumo.

Como a inflação anual nos EUA atingiu seu maior patamar em 13 anos no mês passado, em 5%, o mercado está preocupado com o que o dado de hoje poderá sinalizar.

A expectativa é de que a renda deva ter caído 3% mês a mês, após despencar 13,1% em abril.

Em grande parte, isso reflete uma queda nos cheques de estímulo de Biden, que foram enviados pela primeira vez em março, e a desaceleração do ritmo de crescimento dos salários nos últimos meses.

Os gastos, por sua vez, devem ter aumentado 0,5% relativamente ao mês anterior. Com isso, o deflator deve atingir um pico, afetando os mercados e o câmbio.

Anote aí!

O dia é da inflação, assunto nos EUA, com o PCE, e no Brasil, com o IPCA-15.

Na agenda local, estava marcado para o STF retomar o julgamento sobre autonomia do BC, mas o Ministro Toffoli apresentou destaque para suspender o julgamento, que será retomado em plenário físico.

Há expectativa para o anúncio do governo sobre a reforma tributária e a prorrogação do auxílio emergencial até outubro.

Confiança da construção e conta corrente também estão presentes na agenda, mas ganham contornos secundários.

Lá fora, nos EUA, contaremos com índice de sentimento do consumidor e mais falas de autoridades monetárias do Fed, as quais têm agitado o mercado com declarações contrárias uma das outras.

Muda o que na minha vida?

Apesar da recessão global, é do conhecimento geral que a pandemia aprofundou a desigualdade no mundo ao beneficiar os ricos, à medida que a rápida intervenção de governos e bancos centrais desencadeou uma recuperação sísmica do mercado de ações e elevou os preços dos imóveis.

O resultado disso?

Bem, o mundo criou 5,2 milhões de novos milionários no ano passado, chegando ao número de 56,1 milhões.

O contraste entre o que aconteceu com a riqueza das famílias e o que está acontecendo na economia em geral nunca pode ter sido mais gritante. O mais chocante é que, em estudo do Credit Suisse, dos US$ 28,7 trilhões em riqueza gerados no ano passado, os maiores ganhos (percentuais) derivaram dos países mais afetados pela pandemia Covid-19.

Contudo, em termos absolutos, ninguém supera os EUA, que agregaram US$ 11,4 trilhões em riqueza, sendo maior do que a combinação das contribuições da China, do Reino Unido, do Japão e da Alemanha

A riqueza das famílias parece simplesmente ter continuado seu caminho, prestando pouca ou nenhuma atenção à turbulência econômica que deveria ter prejudicado o progresso.

Os super-ricos também experimentaram crescimento, experimentando o crescimento mais rápido desde 2003 de seu patrimônio líquido.

Os problemas de desigualdade não devem parar por aqui, sinalizam um alerta para possibilidade de tensões sociais nos próximos anos, o que pode afetar os mercados.

Talvez o crescimento da próxima década, se vier forte como se espera, mesmo diante do arrefecimento chinês, possa ajudar a balancear tal equação.

Fique de olho!

Agro Cash: está no ar o episódio 2 da série inédita da Vitreo !

Está imperdível o segundo episódio da série Agro Cash.

No episódio passado, eu mostro o tamanho e a relevância que o agro tem no Brasil e no mundo.

Mas, será que isso se traduz em dinheiro para quem investe no setor?

Se você quiser saber como e quanto de dinheiro que circula nesse setor, você não pode deixar de assistir ao segundo episódio.

Aproveite essa série para descobrir como você pode buscar seus lucros com o agronegócio sem precisar ir trabalhar no campo.

Você só precisa reservar alguns minutos do seu dia para ficar muito bem-informado sobre esse setor que é o motor do Brasil.

A série é totalmente gratuita, para assistir, basta clicar no botão que está logo abaixo. Aproveitar esse conteúdo inédito no Brasil.

[QUERO ASSISTIR AGORA]

Um abraço,

Jojo Wachsmann