Pré-mercado: Feliz Dia da Terra
Bom dia, pessoal!
Enquanto o Brasil relembrava o Dia de Tiradentes, as Bolsas ao redor do mundo tiveram uma boa performance, possibilitando um catch-up positivo para os ativos locais nesta quinta-feira (22) – os mercados emergentes e asiáticos podem sentir a pressão dos problemas enfrentados pela Índia em relação à Covid-19.
A Europa abre com otimismo, acompanhada pela estabilidade dos futuros americanos, ao menos agora pela manhã.
O dia reserva uma reunião importante de política monetária e, em destaque, a Cúpula do Clima, da qual o Brasil participará.
Será interessante verificar como as autoridades internacionais pressionarão o governo brasileiro – o objetivo é sair com pelo menos US$ 1 bilhão em ajuda internacional, principalmente para combater o desmatamento. A ver…
O teto de gastos ou o gasto do teto
Enquanto o Brasil enfrenta o primeiro dia da Cúpula do Clima, em que o Executivo nacional tentará aprimorar a imagem brasileira no exterior, teremos também o esgotamento do prazo para a decisão do Orçamento.
O último dia para apresentarmos uma solução para o desarranjo fiscal em 2021 é brindado pelo início da CPI da Covid, que promete pressionar o resto da agenda econômica de Paulo Guedes (Economia).
Na véspera, de terça para quarta, Bolsonaro sancionou a lei que destrava a sanção do Orçamento e tira gastos de combate à pandemia da meta fiscal (déficit de R$ 247 bilhões), relaxando o teto de gastos – na prática, acaba sendo uma regra para quebrar a regra.
Contudo, pelo menos se trata de um one off, ajustável depois de 2021. Pior seria se fosse um gasto estrutural acima do teto.
Agora, as reformas tão prometidas precisam voltar a ser debatidas no Congresso, conforme prometido pelas novas lideranças.
Já compensou sua pegada de carbono hoje?
As emissões globais de carbono estão a caminho de saltar 4,8% este ano, marcando o maior ganho anual desde o aumento recorde de 2010, quando o mundo estava se recuperando da crise econômica global – note que esses saltos derivam também de um carregamento estatístico, uma vez que anos de crise, como o de 2020, jogam para baixo as emissões, logo, comparações anuais podem soar distorcidas.
Nesse sentido, enquanto a pandemia de coronavírus fechou muitas das maiores economias do mundo, enviando para o lixo a demanda por combustíveis que emitem CO2, as recentes reaberturas econômicas estão mudando o cenário energético.
Biden terá como meta uma redução de 50% nas emissões de gases causadores de efeito estufa dos EUA até 2030, em relação aos níveis de 2005.
Outros líderes mundiais podem enfatizar a sustentabilidade para ganhar o favor do governo dos Estados Unidos, assim fez o próprio Brasil recentemente em carta à Casa Branca. Curiosamente, os americanos têm um motivo para se orgulhar: os EUA consumiram mais energia renovável do que carvão no ano passado pela primeira vez desde a década de 1880.
Assim, os EUA e a Europa, que também têm reduzido a utilização de carvão, terão capital para cobrar a China.
Recentemente, o emissário americano para assuntos climáticos, John Kerry, esteve na China, onde discutiu-se a possibilidade de aumentar os compromissos climáticos de Pequim, dado que o país sozinho será responsável por mais de 50% do novo uso de carvão em 2021.
Uma colher de política monetária
Hoje teremos reunião do BCE (Banco Central Europeu), com destaque para a fala da presidente Christine Lagarde após o evento.
Como tem ocorrido ultimamente, o encontro não deverá implicar qualquer mudança na condução da política monetária, assim como foi o resultado da decisão chinesa de segunda (19) para terça-feira (20), defendendo a manutenção da taxa de juros.
Chamará atenção uma eventual mudança de tom de Lagarde. Se a demanda de liquidez não diminuir por lá, não deveremos ter mudanças na oferta. A presidente do BCE é uma das grandes defensoras de que os governos devem ter cuidado para não retirar “brutalmente” as garantias de emprego e apoio à renda antes do tempo certo.
Enquanto isso, o Banco Central canadense se tornou a primeira grande autoridade monetária a dar início a um processo de redução de estímulos.
Ainda que secundário frente aos demais bancos centrais de países desenvolvidos, um menor estímulo quantitativo já em 2021 poderá soar como um aviso de que os demais bancos podem começar a suspender as políticas antes do previsto, ainda que mantenham a taxa inalterada – a taxa de juros nivela a política monetária de curto prazo, enquanto a política quantitativa visa alterar o posicionamento dos juros em vértices mais longos da curva.
Anote aí!
Em sequência da temporada de resultados do primeiro trimestre, o Brasil se agita em diferentes frentes. A começar com a data-limite para a sanção do Orçamento e a Cúpula do Clima.
Entre os indicadores, destaque para a prévia de confiança da indústria de abril. No exterior, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) publica estatísticas em relação a América Latina e Caribe. Os EUA contarão com pedidos de auxílio-desemprego e vendas de moradias.
A Zona do Euro tem confiança do consumidor, enquanto aguarda decisão de política monetária do BCE. Na Ásia, o Índice dos Gerentes de Compras (PMI) marca a agenda do Japão.
Muda o que na minha vida?
As preocupações com a inflação têm se reduzido. Uma sensação de calma foi restaurada nos mercados de títulos globais, o que facilitou uma recuperação renovada em ativos de risco – pelo menos foi o que se observou durante o início do segundo trimestre.
A exceção, porém, reside na China, que desde fevereiro sofre com o temor de que as autoridades comecem a restringir a política monetária. Questões regulatórias sobre grandes nomes listados, tais como o da gigante Alibaba, também causam preocupação.
Na sexta-feira passada (16), a economia da China entregou seu crescimento trimestral mais forte já registrado, expandindo 18,3% na comparação ano a ano nos primeiros três meses de 2021.
Evidentemente, o grande salto reflete a profunda queda na atividade no início de 2020, mas mantém a China no caminho certo para um crescimento entre 8% e 9% em 2021 – o PIB cresceu apenas 0,6% em comparação com o último trimestre de 2020.
Logo, nota-se uma normalização do crescimento, que deveremos observar em um terceiro momento em todo o mundo.
Por ora, porém, localidades desenvolvidas estão preocupadas em chegar a um segundo momento, no qual verificarão este crescimento agora testemunhado na China. Para isso, estímulos e vacinação são necessários.
Na Alemanha, chamou atenção o Fundo de Recuperação Europeu, que deverá servir de suporte para a infraestrutura e a digitalização, tal qual o pacote de estímulos de Joe Biden.
Fique de olho!
Agora o nosso fundo Carteira Universa tem um canal no Telegram.
Um canal para quem é cotista, mas que também pode interessar quem não está neste fundo mas está pensando em investir nele, que é o carro-chefe da Vitreo. Pode ser muito útil para receber conteúdos como mensagens exclusivas minhas, do Felipe Miranda, abertura e fechamento de mercado e todo o tipo insights sobre a estratégia do fundo.
O Telegram é uma ferramenta formidável, porque permite uma comunicação rápida, em tempo real. E quando lidamos com o mercado essa agilidade vem bem a calhar.
O nosso canal exclusivo do Telegram é mais uma das ferramentas do “pacote” da Vitreo para o Carteira Universa.
Como provavelmente você já sabe, toda primeira quarta-feira do mês, nós fazemos uma live com todos aqueles envolvidos no fundo, seja pela inspiração da carteira teórica, seja pela gestão: Felipe Miranda, eu, Kiki, João Piccioni e Fernando Ferrer.
Respondemos a todas as perguntas sem constrangimento, ao vivo, dando toda a satisfação que você, cotista, merece.
Agora, com o Telegram, o fundo está aumentando o seu leque de soluções para você.
Clique abaixo para se inscrever no canal do Telegram do Carteira Universa. Lembrando que, logicamente, o serviço é inteiramente gratuito.
Um abraço,
Jojo Wachsmann