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Pré-Mercado: Entre a ata do Fed e o ICMS

25 maio 2022, 8:26 - atualizado em 25 maio 2022, 8:26
Investidores se consolam depois de tanta volatilidade nas Bolsas | A Bruxa (2015)

Bom dia, pessoal!

Lá fora, os mercados de ações asiáticos subiram nesta quarta-feira (25), mesmo depois de Wall Street despencar com as fracas vendas de imóveis nos EUA e um resultado corporativo muito decepcionante de uma importante mídia social. De maneira geral, os investidores ainda estão preocupados com o impacto dos aumentos das taxas de juros nos Estados Unidos e em outras economias ocidentais, com a guerra Rússia-Ucrânia e com uma desaceleração econômica chinesa.

Os mercados europeus flertam com a estabilidade nesta manhã, da mesma maneira que os futuros americanos. Há um sentimento de ansiedade no ar pela ata do Federal Reserve a ser divulgada hoje, que poderá fornecer informações sobre sua última tomada de decisão. Por aqui, acompanhamos tais desdobramentos internacionais, mas bem atentos aos eventos domésticos, como a votação do ICMS em Brasília.

A ver…

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Discussões sobre ICMS e Petrobras

A Câmara deverá votar hoje o projeto que estabelece um teto de 17% para o ICMS sobre energia, telecomunicações e transportes. Ao que tudo indica, haveria um acordo sendo fechado nos bastidores para que vigorasse por seis meses o gatilho que limita em 5% a perda na arrecadação pelos estados, mais afetados pela medida. Em tese, a União cobrirá a diferença durante o período estabelecido no texto, mas a equipe econômica é contra. Será um importante fator de pressão fiscal, se for o caso.

Enquanto isso, na Petrobras, o conselho de administração se reúne e deve convocar Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para analisar a indicação de Caio Mario Paes de Andrade. Ontem (24), a troca de comando na estatal fez pressão sobre os preços da companhia, gerando ruído sistêmico. Sabemos que no final do dia o assunto é um só: inflação. Sobre isso, o IPCA-15 de ontem veio acima das expectativas, elevando as projeções de Selic terminal para 13,5%.

Alguns outros assuntos do dia: i) hoje é o prazo-limite para o presidente Jair Bolsonaro sancionar a lei que trata do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe); e ii) o Senado pode votar a Medida Provisória que altera incentivos tributários para a indústria química e petroquímica no âmbito do Regime Especial da Indústria Química (Reiq). São dois assuntos complementares, mas também importantes para o ambiente de negócios.

Depois de um resultado ruim, muito se espera da ata do Copom

Se na semana passada foram os resultados das varejistas que derrubaram os mísseis, esta semana foi a vez das empresas de mídias sociais. A Snap, empresa controladora do Snapchat, apresentou um ambiente econômico mais fraco e gastos menos discricionários do consumidor, o que significaria uma diminuição na demanda por publicidade neste trimestre de marcas que buscam alcançar clientes em potencial.

O Snap terminou o dia com uma queda impressionante de mais de 40% e a Meta (dona do Facebook) caiu 8%, enquanto a Alphabet perdeu 5%, o Pinterest caiu 24% e o Twitter caiu quase 6%. Em suma, o setor de serviços de comunicação do S&P 500 perdeu 3,6% na terça-feira. Para piorar, os dados fracos da atividade e do mercado imobiliário nos EUA resgataram os receios de que a economia americana possa sucumbir à ação agressiva do Fed.

O risco de estagflação é crescente, o que faz com que a ata do último Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) seja ainda mais interessante. Um compromisso com um ritmo moderado de aperto e uma consciência de desaceleração da inflação e do crescimento devem ser evidentes. 

Ruídos europeus

Há uma leva grande de membros do Banco Central Europeu falando hoje, incluindo o economista-chefe, Philip Lane, e a presidente, Christine Lagarde. Gradualmente, a ideia de acabar com a taxa de juros negativa tem sido introduzida nos mercados. As atitudes da autoridade monetária europeia têm derrubado o dólar, diante da indicação de que também começará a pegar pesado em julho.

O risco de estagflação na Zona do Euro é ainda maior que nos EUA, principalmente por conta da guerra na Ucrânia e da crise energética no continente. Justamente por isso, investidores prestam atenção hoje nos dados de inflação alemã e nos números de confiança do consumidor francês.

Anote aí!

Hoje, para os investidores locais, será interessante acompanhar as falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e do ministro da Economia, Paulo Guedes, que participam de eventos internacionais. Há também o IPCA-Fipe da terceira quadrissemana de maio e a divulgação de pesquisas sobre sucessão presidencial. Nos EUA, temos relatório de bens duráveis de abril, ata do Fed e falas de autoridades monetárias, como a da vice-presidente do Fed, Lael Brainard. 

Muda o que na minha vida?

Após um declínio de quase duas décadas, os níveis de poluição nos EUA aumentaram acentuadamente nos últimos cinco anos, de acordo com um recente relatório da American Lung Association. De fato, mais de 137 milhões de americanos vivem em áreas com má qualidade do ar.

O relatório indicou que 63 milhões de pessoas viviam em cidades expostas a níveis perigosos de poluição por partículas mortais este ano – 9 milhões de pessoas a mais do que no ano anterior. 

A poluição por material particulado pode vir de usinas de combustíveis fósseis, carros e agricultura. Cada vez mais, porém, os picos estão sendo causados ​​por incêndios florestais mais intensos e duradouros no Ocidente, que produzem fumaça que pode chegar até Nova York, como as que vimos na Califórnia recentemente.

A questão da qualidade de ar gera o debate sobre a descarbonização e a utilização de energia limpa. Sobre o tema, a Vitreo já desenvolveu oportunidades para os investidores curiosos em explorar oportunidades neste mercado. Falamos aqui do Vitreo Energia Limpa e do Vitreo Carbono, iniciativas que devem proporcionar ganhos muito interessantes nos próximos anos.

Um abraço,

Jojo Wachsmann