Pré-mercado: Enquanto Bezos foi passear no espaço, a Amazon…
Bom dia, pessoal!
Ontem (29), os investidores pareciam não ligar muito para o número decepcionante de crescimento econômico dos EUA no segundo trimestre, nem para os números semanais de desemprego, que não alcançaram o consenso, optando por se concentrar no relatório dos gastos do consumidor, que continuam fortes (hoje, o dia guarda a continuidade da apresentação desses dados).
Depois de ensaiar uma retomada na quinta-feira, as ações asiáticas caíram nesta sexta-feira (30), mesmo diante de dados econômicos fortes do Japão para o trimestre anterior, em especial vendas no varejo, produção industrial e emprego.
Qual foi o problema? Ainda há reflexo do temor regulatório chinês, sem falar que Tóquio relatou recorde de casos de Covid-19 por dois dias consecutivos com as Olimpíadas bem encaminhadas.
Os mercados europeus abrem o dia em queda, acompanhados pelos futuros dos EUA. O final do mês promete ser difícil.
A ver…
Em compasso de espera para o Copom da semana que vem
Na esteira da divulgação da quinta-feira de um IGP-M mais fraco do que o esperado, ainda que mostrando uma aceleração frente a junho, a curva de juros recuou, com investidores se dividindo sobre os próximos passos do Copom, que se reúne na quarta-feira que vem (4) para decidir sobre a política monetária – por enquanto, há uma maioria de investidores que apostam em um tom mais agressivo por parte da autoridade monetária, elevando a Selic Meta em 100 pontos-base, em vez de 75.
A agenda de hoje também é importante, com a divulgação pelo Banco Central do resultado das contas do setor público consolidado em junho (deve ter déficit de R$ 64,2 bilhões) – será benéfico mapear a saúde fiscal do governo ao longo deste segundo semestre, preparando-nos para o ano eleitoral.
O relatório de desemprego no trimestre encerrado em maio também tem sua relevância para medir a temperatura econômica, principalmente depois de os dados de ontem (29) do Caged terem superado as estimativas.
Sobre este último ponto, ontem o Ministério da Economia divulgou 309 mil empregos frente à expectativa de 267 mil, totalizando 1,5 milhão de empregos gerados nos primeiros seis meses deste ano, com destaque para comércio e serviços, que estão se recuperando diante da reabertura da economia.
Com isso, o mercado formal atinge agora, pela primeira vez desde 2015, o patamar dos 40 milhões de empregos – bom para as perspectivas de retomada econômica.
O que a continuidade da apresentação dos gastos nos reserva?
Na quinta-feira (29), o crescimento abaixo do esperado do PIB americano no segundo trimestre, entregando uma alta de 6,5% frente ao consenso de +8,5%, não impediu uma alta dos ativos de risco – talvez hoje o dia seja diferente devido à temporada de resultados.
Duas são as leituras:
i) apesar de ter vindo abaixo do consenso, o dado ainda apresentou uma aceleração na comparação com o primeiro trimestre do ano, o que mostra robustez na economia; e
ii) há uma consequente redução na expectativa de inflação, o que permite um tom acomodatício de política monetária por mais tempo.
Por isso, será importante ver a continuidade da apresentação dos dados de despesas com consumo pessoal no dia de hoje – o dado de PIB reduziu a expectativa para a inflação do Personal Consumption Expenditures Price Index (PCE) de junho, marcado para as 9h30.
Aqui, um resultado mais pressionado pode levar Powell a falar sobre o tema do “tapering” (redução do nível de compra) no simpósio de Jackson Hole em agosto. Em maio, a maioria dos preços do deflator PCE cresceu menos de 2% ao ano, ainda que o dado consolidado não mostrasse isso, muito impactado pelos consumidores, que continuam apoiando o crescimento.
Depois dos EUA, chegou a vez dos europeus
O PIB do segundo trimestre da zona do euro apresentou a taxa de crescimento mais rápida em décadas. Divulgado nesta manhã, pudemos ver um crescimento de 13,7% na comparação com o mesmo período do ano passado e de 2% frente ao trimestre anterior.
Neste estágio, os números do PIB do 2T21 são passíveis de serem revisados nos próximos meses, uma vez que as mudanças estruturais que a pandemia acelerou tornam essas projeções menos precisas do que o normal.
De todo modo, o quadro geral é de uma recuperação liderada pelos consumidores nas economias desenvolvidas. Ainda assim, o número não serviu para dar suporte aos ativos de risco nesta manhã.
Anote aí!
Nesta manhã, a inflação dos preços ao consumidor na zona do euro em julho ficou acima do esperado, mostrando uma alta de 2,2% na comparação anual – há um argumento de que este dado esteja artificializado, uma vez que os preços ao consumidor da zona do euro se baseiam na fantasia de que os padrões de gastos são os mesmos de 2020.
Vale lembrar que o Banco Central Europeu (BCE) considera que a nova estratégia da política monetária, após a revisão, pode implicar em períodos de inflação moderadamente acima da meta de 2% por um “período transitório”, como a que vemos agora.
Aqui no Brasil, a temporada de resultados segue forte, com nomes pesados apresentando seus números para o segundo trimestre e pressionando a direção do Ibovespa.
Na agenda, sete governadores representando todas as regiões do país têm uma reunião virtual com John Kerry, enviado especial para o clima do presidente Joe Biden, para apresentar projetos de recomposição florestal, bioeconomia e desenvolvimento socioprodutivo – para os interessados na temática ESG, pode ser importante.
Fora isso, o investidor acompanha o resultado do desemprego no trimestre encerrado em maio (a taxa de desemprego deve ficar em 14,5%), a bandeira tarifária de agosto e o Indicador de Incerteza da Economia Brasileira (IIE-Br).
Muda o que na minha vida?
Após o fechamento do mercado ontem, a Amazon relatou vendas que não cumpriram as expectativas.
As receitas ainda vieram acima de US$ 110 bilhões, a US$ 113 bilhões (o esperado eram US$ 115 bilhões), mas os dados simplesmente não foram bons o suficiente para o mercado (notem o quanto de crescimento foi precificado nos últimos 18 meses e como isso tornou os ativos sensíveis). Consequentemente, as ações caíram 7% nas negociações após o expediente.
Há quem diga que a quebra das expectativas reflete uma deficiência no negócio de e-commerce da Amazon, que sofreu uma desaceleração com as tendências de crescimento recentes, pautado menos por consumo de bens e mais por gasto com serviços.
Assim, as ações de tecnologia devem liderar os mercados em queda nesta sexta-feira, com as ações da Amazon sendo destaque negativo.
A temporada de resultados tem dado destaque às teses de reflação (que se beneficiam do expansionismo monetário e da inflação), que surfam a reabertura, em detrimento das teses de tecnologia.
Um forte início da temporada do segundo trimestre ajuda a explicar por que os mercados recuperaram sua estabilidade tão rapidamente mesmo depois do surgimento das preocupações com a variante delta.
Apesar do reflexo negativo com a Amazon hoje, até agora, um número de companhias que responde por mais de 25% do valor de mercado do S&P 500 reportou seus resultados, sendo que 87% destes superaram as estimativas de lucros.
No total, as empresas estão superando os ganhos previstos em cerca de 20%.
Com isso, entende-se a temporada de resultados como suporte à rotação de ações de crescimento para ações cíclicas.
Naturalmente, empresas como a Amazon teriam dificuldades em capitalizar em um momento como este.
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