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Pré-Mercado: E esse Natal que não chega?

21 dez 2021, 8:30 - atualizado em 21 dez 2021, 8:27
O que poderia esquentar os mercados até a noite de Natal? | Feliz Natal, Charlie Brown (1965)

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Bom dia, pessoal!

Os mercados tentam se recuperar nesta manhã depois de uma segunda-feira (20) bastante amarga. A semana com menor liquidez por conta da temporada de festas de final de ano, que tiram pregões das Bolsas ao redor do mundo, enseja uma maior sensibilidade dos ativos para temas como a nova variante ômicron e seus respectivos efeitos ainda incertos sobre a economia global.

Em meio a uma agenda internacional fraca, os mercados asiáticos se recuperaram do sell-off da ômicron, com desdobramentos para os mercados europeus, que também sobem nesta terça-feira, e os futuros americanos, que acompanham o humor.

A ver…

  • Terror sem fim

Ontem, a votação da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2022, que estava prevista para ser discutida na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), foi adiada por conta de os congressistas terem apontado uma série de pendências.

Entre elas, dois temas geram especial atrito: i) o valor do fundo eleitoral; e ii) a previsão de um reajuste para policiais, prometido pelo presidente Bolsonaro, mas não contemplado pelo relator do texto. A dinâmica fiscal e o Orçamento da União, nossos calcanhares de Aquiles, parecem mais com um pesadelo sem fim.

Se acham que terminará por aqui, estão enganados. O ano de 2022 inteiro será rodeado por discussões fiscais, com um tempero especial chamado retórica eleitoral. Muita volatilidade ainda é prometida por este tema para os ativos brasileiros, pelo menos enquanto não solucionarmos de maneira sustentável a questão. O problema fiscal hoje é para o Brasil do século 21 o que o problema do estrangulamento externo foi para o país no final do século 20.

  • Recuperando-se, apesar das frustrações

O aumento na contagem de casos de Covid-19 continua a dominar as conversas nos EUA. Ontem, o S&P 500 caiu pelo terceiro dia consecutivo, perdendo 3% em três dias. O índice caiu em cinco dos últimos seis pregões, com exceção da última quarta-feira, quando o Federal Reserve confirmou sua visão mais hawkish – a maior previsibilidade deu fôlego aos mercados.

O colapso do plano Build Back Better foi mais um choque para os mercados. O possível fim do projeto de lei significa menos estímulo para a economia, o que pode pesar no crescimento no próximo ano. O Goldman Sachs, inclusive, não perdeu tempo e cortou sua previsão de crescimento americano depois que o senador Joe Manchin rejeitou o plano de gastos de US$ 2 trilhões de Biden.

Segundo o banco, o término do crédito fiscal infantil (benefício tributário oferecido aos contribuintes americanos com dependentes) e a falta de outros novos gastos que eram esperados justificam a revisão em sua projeção de crescimento, que foi reduzida de 3% para 2% no primeiro trimestre de 2022, de 3,5% para 3% para o segundo e para 2,75% de 3% no terceiro trimestre.

A grande questão agora, à medida que a variante ômicron impulsiona um novo aumento nos casos de Covid, é se os legisladores podem aprovar um pacote de estímulo de curto prazo para impulsionar a economia, ou se Manchin mudará pelo menos parte de sua opinião – já se ventila a possibilidade de o senador estar de acordo com um pacote menor de algo entre US$ 1 trilhão e US$ 1,5 trilhão, mas o debate ficaria para o ano que vem.

  • O plano da Exxon Mobil e as perspectivas para o petróleo

Recentemente, a Exxon Mobil ofereceu um novo plano de longo prazo para dobrar seus lucros em relação aos níveis de 2019 nos próximos seis anos, mesmo planejando gastar US$ 15 bilhões em negócios de baixo carbono até 2027, quatro vezes mais do que o planejado anteriormente.

O debate se dá em meio às quedas dos preços do petróleo. A variante ômicron e a recente ordem de Biden de liberar 50 milhões de barris de petróleo da Reserva Estratégica de Petróleo dos EUA, em coordenação com outros países, turvaram as perspectivas para os preços do petróleo.

O novo plano de longo prazo da companhia vem depois que três novas pessoas se juntaram ao conselho da Exxon após uma batalha por procuração no início deste ano. Agora, os gastos com baixo carbono representam mais de 10% do orçamento de capital da Exxon, que está se concentrando na captura de carbono e biocombustíveis.

Paralelamente, a Chevron está triplicando seus investimentos na redução das emissões de carbono para US$ 10 bilhões, incluindo US$ 3 bilhões para combustíveis renováveis. A Petrobras não fica atrás nesta brincadeira, com seu recente plano quinquenal anunciado surpreendendo positivamente o mercado. Nos próximos anos, veremos a transformação das gigantes do petróleo em alternativas mais renováveis, tentando se preparar para a transição energética.

  • Anote aí!

Em mais um dia de agenda vazia no Brasil, seguimos acompanhando a votação do Orçamento para 2022 em sessão do Congresso e eventuais novidades eleitorais que surjam no radar. Dado de arrecadação da Receita em novembro é o único item econômico local da agenda para o dia. Acompanharemos as Bolsas mundiais, com certa expectativa para um rebound no pregão de hoje, assim como vimos na Ásia e na Europa, pelo menos neste início de manhã. Por falar na Europa, investidores globais acompanham o índice de confiança do consumidor da Zona do Euro, bem como ficam de olho no resultado da conta corrente dos EUA.

  • Muda o que na minha vida?

Grande parte da preocupação com as perspectivas econômicas foi motivada pela variante ômicron do coronavírus. Os casos dispararam na Europa e nos EUA, onde as autoridades anunciaram que a variante já é responsável por 73% das novas infecções, um aumento de quase seis vezes em apenas sete dias. Na Ásia e na Oceania, os casos de Covid também aumentaram na Austrália e na Coreia do Sul.

Estima-se que a ômicron atingirá o pico entre 10 e 12 semanas, com casos diários 2 a 3 vezes maiores do que a onda da variante delta. Contudo, se a taxa atual de desaceleração do crescimento de novos casos na África do Sul persistir, o tempo para atingir o pico pode ser tão curto quanto 5 a 6 semanas, o que seria muito positivo.

Muito sobre a variante ômicron permanece desconhecido, incluindo se causa doença mais ou menos grave. Os primeiros estudos sugerem que o vacinado precisará de uma injeção de reforço para ter a melhor chance de prevenir a infecção, mas mesmo sem a dose extra, a vacinação ainda deve oferecer forte proteção contra doenças graves e morte, evitando as lotações dos hospitais.

Vale lembrar que, apesar do pânico recente, as mortes globais por Covid estão no ponto mais baixo do ano. Correlacionando casos e mortes por Covid na África do Sul, temos a indicação de que a taxa de mortalidade pela ômicron é muito baixa. Ainda assim, a sensibilidade para com o tema nos mostra que ainda precisamos estar atentos à doença e a seus desdobramentos sobre a economia.

Um abraço,
Jojo Wachsmann

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