Colunista Vitreo

Pré-Mercado: É dia de paralisação

18 jan 2022, 9:50 - atualizado em 18 jan 2022, 9:51
Simulação das negociações do governo com os servidores / Não Olhe para Cima (2021)

Oportunidades do dia

IPO | Investo ETF FIVG 5G – 5GTK11

5GTK11 é um fundo de índice listado na B3 que investe nas empresas de toda a cadeia 5G listadas em bolsas do mundo todo. Replica no Brasil o já conhecido ETF FIVG (BlueStar 5G Communications Index), listado na Bolsa de Nova Iorque.

O FIVG investe em empresas que estão na vanguarda do desenvolvimento ou implementação de tecnologias e serviços 5G.

Nos Estados Unidos, ele possui cerca de US$ 1,3 bilhões sob gestão, investindo em 88 empresas desse mercado.

Encerramento das reservas: 27/01/2022

Início da negociação: 03/02/2022

Investimento mínimo: apenas R$ 200,00

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Diversificação e rentabilidade

Recomendado pela Empiricus, o Kapitalo K10 é um multimercado com viés global e foco em commodities que teve retorno de 15,16% em dezembro.

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Bom dia, pessoal!

Lá fora, as ações asiáticas caíram nesta terça-feira (18) após um início de semana marcado por uma menor liquidez derivada do feriado nacional nos EUA, enquanto os preços do petróleo sobem após um ataque a uma instalação de petróleo na capital dos Emirados Árabes Unidos — o atentado matou pelo menos três pessoas.

Também fez pressão negativa o alerta do presidente chinês Xi Jinping sobre a inflação global, muito por conta da preocupação ligada ao fato de que preços de commodities mais altos funcionam como um mecanismo de transferência de renda da China para produtores de commodities, como o Brasil.

Paralelamente, os mercados europeus abriram o dia de mau humor, acompanhados pelos futuros americanos, na volta do feriado.

O Brasil pode seguir a dinâmica negativa global, com o agravante da paralisação dos servidores públicos, que toma conta dos noticiários e tem capacidade de impactar o quadro fiscal já no início de 2022.

A ver…

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Movimento dos servidores poderá dar o tom dos mercados

No dia de início de pagamento do Auxílio Brasil, no valor de R$ 400, e do vale-gás, no valor de R$ 82, os servidores públicos federais fazem paralisação nacional por reajuste salarial.

Estima-se que mais de 50% dos servidores do Banco Central irão aderir à paralisação marcada para esta terça-feira (18), que contará também com a participação de entidades filiadas ao Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), que representa cerca de 26 entidades de servidores.

Os grevistas pedem reposição salarial de 19,99% para todos os servidores federais, equivalente às perdas inflacionárias de 2019 a 2021, mas argumentam que o diálogo com o governo praticamente não existe quando se fala em campanha salarial para servidores — de fato, as tentativas de negociação junto ao BC e ao Ministério da Economia fracassaram vergonhosamente.

Se a paralisação e os protestos conseguirem uma adesão relevante, o ânimo dos sindicatos para uma greve em fevereiro ou março aumenta (eles sinalizam outras movimentações entre os dias 14 e 25 de fevereiro e 9 de março).

Há também um interesse do governo em postergar as negociações, uma vez que a lei eleitoral proíbe reajustes a servidores no período de seis meses que antecedem as eleições. Neste caso, a janela para o reajuste termina em abril, quando o governo conta com a perda de força do movimento.

Voltando do feriado

Nos EUA, os futuros de ações caem nesta manhã de terça-feira à medida que os rendimentos do Tesouro dos EUA dispararam em geral.

As perdas ocorreram em paralelo à alta do rendimento do título do Tesouro americano de 10 anos, que subiu 5 pontos-base para 1,83% — tal patamar não era visto desde o início de 2020, antes da pandemia.

Por conta disso, teses de crescimento, especialmente ligadas a tecnologia, são as mais sensibilizadas em termos de perdas por enquanto.

Os mercados dos EUA estavam fechados na segunda-feira (17) para o feriado do Dia de Martin Luther King.

Com isso, há um catch-up para ser realizado, na esteira da avaliação dos investidores quanto às perspectivas de aperto do Federal Reserve em meio a pressões inflacionárias e em meio à continuidade da temporada de resultados.

Sobre o primeiro ponto, espera-se que haja quatro altas de juros neste ano e outras mais entre 2023 e 2034, além da redução do balanço patrimonial da autoridade monetária.

Atentado em Abu Dhabi

Um ataque de drone reivindicado pelos rebeldes houthis (milícias xiitas) do Iêmen, apoiados pelo Irã, visando uma importante instalação de petróleo em Abu Dhabi, matou três pessoas (dois cidadãos indianos e um paquistanês) na segunda-feira e provocou um incêndio no aeroporto internacional de Abu Dhabi.

Já pela manhã, fotos de satélite obtidas pela Associated Press nesta terça-feira pareciam mostrar as consequências do ataque.

Seis pessoas também ficaram feridas em uma área industrial onde a empresa estatal de energia de Abu Dhabi administra uma rede de oleodutos e uma instalação de armazenamento de petroleiros.

Consequentemente, os preços do petróleo estão subindo mais de 1% hoje, com Brent (referência para a Petrobras) já acima de US$ 87,50 por barril.

O WTI (benchmark americano), por sua vez, já flerta com os US$ 85 por barril. Caso a tensão geopolítica continue, o mercado de óleo e gás pode ter mais um gatilho de preços.

Anote aí!

Em dia de agenda esvaziada, o mercado presta atenção na adesão e nos desdobramentos da paralisação dos servidores.

Enquanto isso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, almoça com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Eventuais resoluções do encontro podem ter repercussões sobre os investidores.

Lá fora, dados do mercado de trabalho do Reino Unido mostraram outro declínio no desemprego e são digeridos pelo mercado, apesar do dia de performance ruim na Europa.

Já nos EUA, além da temporada de resultados, investidores conferem a pesquisa de habitação NAHB sobre o setor imobiliário.

Muda o que na minha vida?

Na semana passada, o primeiro-ministro da Espanha se tornou o primeiro líder europeu a argumentar que pode ser hora de a União Europeia abordar a Covid da mesma maneira que aborda a gripe sazonal; ou seja, descartando quarentenas e contagens de casos e, em vez disso, contando com um sistema de “vigilância sentinela” que visa proteger populações vulneráveis.

A ideia aqui é transformar a Covid-19 de uma pandemia (quando o crescimento de uma doença é exponencial e se espalha pelos países) em uma endemia (doença que está sempre presente, mas se espalha a uma taxa previsível), o que poderia moldar profundamente as políticas governamentais, bem como o curso do próprio vírus.

A justificativa para isso seria pelo fato de a ômicron ser menos grave do que as cepas anteriores do vírus, enviando menos pessoas aos hospitais.

Em outros países europeus onde houve aumento da oposição política às restrições da Covid, os líderes também estão propensos a adotar a palavra endemia.

O Reino Unido, por exemplo, está no caminho da transição de pandemia para endemia, conforme disse recentemente o ministro da Saúde do país.

Contudo, a OMS não acredita que seja tão simples assim.

Como ainda há uma enorme quantidade de incerteza e um vírus que está evoluindo rapidamente, a organização não acredita que estamos no ponto em que podemos chamá-lo de endêmico, até mesmo porque a Covid-19 representa risco de vida para idosos, pessoas com problemas de saúde subjacentes e não vacinados.

Definitivamente, é mais uma discussão que teremos ao longo de 2022.

Um abraço,

Jojo Wachsmann