Colunista Vitreo

Pré-mercado: E agora, como ficamos depois desse Copom?

06 maio 2021, 8:51 - atualizado em 06 maio 2021, 8:51
A inflação e o real… / Real – O Plano por Trás da História (2017)

Bom dia, pessoal!

A decisão do Banco Central do Brasil (que comentaremos melhor abaixo), divulgada depois do fechamento do mercado de ontem, deverá fazer preço no pregão de hoje – há alguns desdobramentos importantes para as ações, o câmbio e a curva de juros.

Depois de ter um bom dia na quarta (5), as ações europeias têm uma manhã difícil nesta quinta-feira (6), com os investidores aguardando os últimos dados de empregos nos EUA, bem como uma decisão do Banco da Inglaterra.

Se uma inflação acima do esperado, não exatamente em um processo de superaquecimento, continua sendo um dos principais riscos para os mercados de ações no curto prazo, então os dados de hoje e amanhã (7) sobre a folha de pagamento (payrolls) devem ser um bom indicador de quão significativo está se tornando esse risco.

Os mercados operam sob cautela, com futuros americanos por enquanto estáveis. A ver…

Em breve: de 3,50% para 4,25%

Conforme o esperado, o Comitê de Política Monetária subiu em 75 pontos-base a taxa básica de juros da economia nacional, levando a Selic Meta para 3,50% ao ano.

Como se não bastasse, a autoridade monetária, em seu comunicado (parte que realmente importava do evento de ontem), indicou mais uma alta de mesma magnitude na próxima reunião, elevando a Selic para 4,25% em junho.

O comunicado, porém, foi cuidadoso, uma vez que, apesar de contratar mais uma elevação (tom “hawkish” ou contracionista), também garantiu que “o cenário básico do Copom indica ser apropriada uma normalização parcial da taxa de juros, com a manutenção de algum estímulo monetário ao longo do processo de recuperação econômica”; isto é, que a taxa de juros, ainda que suba, ficará abaixo da taxa neutra de juros.

Logo, o movimento pode ser visto como cauteloso, buscando agradar gregos e troianos.

A ideia aqui é que está havendo uma normalização da taxa, em resposta à escalada da inflação, mas que ela ainda se manterá em patamares estimulativos, abaixo do juro neutro (aquela taxa que não acelera e nem contém a inflação, sendo puramente “neutra”) – há discussão sobre qual seria este nível no Brasil atualmente, mas estimativas apontam para algo na banda entre 5,50% e 6,50%, a depender do modelo que você utiliza.

Faz sentido, uma vez que existe um repique inflacionário e uma pressão cambial que poderiam justificar a elevação marginal da taxa de juros no curto prazo, ao mesmo tempo em que as condições econômicas brasileiras e fiscais da União não reagiriam muito bem a um juro acima do neutro.

Ao longo do dia, o mercado deverá digerir melhor os efeitos desse Copom, já incorporando esses entendimentos nas projeções.

Haverá interpretações múltiplas, desde uma visão de um BC que segue permissivo com a inflação, até um que perdeu a sensibilidade em sua comunicação.

Se o primeiro for verdadeiro, o Brasil corre risco de monetização de sua dívida, ao passo que a elevação até 4,25% antes do final do primeiro semestre pode acalmar mais o câmbio parcialmente, uma vez que o fiscal e o risco-país ainda tornam inviáveis patamares mais baixos do dólar frente o real. Se houver inflação, poderá ser bom para as ações, pois ativos reais crescem nominalmente no final do dia.

E a curva de juros se programa para um robusto ajuste hoje. Como vocês podem ver, temos bastante coisa a ser incorporada nos preços.

Tecnologia sob pressão e as palavras de Yellen ainda em digestão

A tecnologia está nas manchetes pelos motivos errados, com o presidente Biden propondo impostos corporativos mais elevados nos EUA em meio a um debate mais amplo sobre a contabilização de ativos intangíveis e a China impondo uma multa recorde de US$ 2,75 bilhões ao Alibaba.

Na visão dos maiores especialistas do mercado, os impostos sobre tecnologia deveriam reduzir os ganhos em uma porcentagem de um dígito de médio a alto (por exemplo, entre 5% e 9%).

A China, por sua vez, não deverá ultrapassar a regulamentação em meio à competição de tecnologia dos Estados Unidos – o gigante asiático tem entrado em disputas com outros países também, como veremos abaixo. Neste caso, ainda se entende que as perspectivas de longo prazo para o setor de tecnologia continuam atraentes.

Contudo, desde o pronunciamento de Yellen, os EUA voltaram a experimentar a famosa rotação setorial, com dinheiro fluindo do setor de tecnologia para teses de valor e de reabertura (o Dow Jones bateu recorde em seu fechamento ontem, enquanto a Nasdaq caía).

Note que o conteúdo de Yellen não foi revolucionário. A economia dos EUA está a caminho de se recuperar totalmente da pandemia este ano, à medida que a demanda se recupera e a situação do emprego melhora.

Conforme a economia se fortalece, o Federal Reserve eventualmente terá que aumentar as taxas, que não podem permanecer em níveis mínimos indefinidamente.

Mas os investidores continuam alertas sobre quando, exatamente, isso vai acontecer. A maioria dos membros do Federal Reserve acha que o banco central não abandonará as taxas de juros baixas até 2023.

Ao mesmo tempo, estão crescendo os sinais de pressões sobre os preços em diferentes partes da economia – a ver os dados de hoje e os de amanhã (payrolls).

Gargalos nas cadeias de suprimentos e o preço das commodities subindo são fatores que adicionam ainda mais lenha na fogueira.

Quer os investidores queiram ou não, a inflação pós-Covid chegou. O que importa é se os preços mais altos são transitórios, como preveem Yellen e Powell, ou acabam tendo um poder de permanência (superaquecimento).

Mais tensões geopolíticas

Depois de algum tempo, a geopolítica voltou a influenciar os mercados. Depois de a União Europeia encerrar efetivamente o acordo de investimento com a China, parece que chegou a vez da Austrália de entrar em colisão com os chineses.

Agora, a China suspendeu formalmente o diálogo econômico com a Austrália, uma importante aliada no Pacífico para o suprimento de commodities.

Ainda que não seja extremamente relevante, o simbolismo é importante. A pandemia parece ter afetado as complexas cadeias de suprimentos globais, prejudicando o processo de franca globalização que vivíamos.

Assim, tensões políticas entre países voltam para o radar, se tornando fatores importantes no curto prazo, principalmente em um mercado tão sensível como o atual.

Anote aí!

Hoje, o Banco da Inglaterra (BoE) e o Banco Central da Turquia anunciam decisões de política monetária pela manhã, com impacto sobre a libra esterlina e a lira turca, com desdobramentos para o mercado europeu.

Não se espera que a decisão sobre a taxa do Banco da Inglaterra mude o que temos visto nos grandes BCs do mundo, com a manutenção do discurso expansionista do ponto de vista de política monetária.

No entanto, há expectativa de que o BoE possa anunciar uma redução na compra de títulos no próximo mês, como algumas autoridades já começaram a fazer ao redor do mundo.

Ainda na Europa, vale verificar o desdobramento das vendas no varejo sobre o mercado (vieram acima do esperado).

Nos EUA, vários Fed boys (dirigentes do banco central americano) têm nova chance de dizer hoje que a inflação não ameaça o juro baixo, desfazendo o mal que as palavras (evidentemente verdadeiras) de Yellen causaram.

Para esta quinta-feira, os pedidos de auxílio desemprego são importantes, um dia antes dos dados de payroll.

O custo unitário do trabalho nos Estados Unidos e os números de produtividade também são importantes, ainda que derivados do PIB do primeiro trimestre.

No Brasil, a temporada de resultados segue quente, com divulgações antes da abertura e depois do fechamento.

O Tesouro realiza seu leilão de títulos públicos já em uma realidade de Selic a 3,50%, enquanto o mercado acompanha o Indicador Antecedente de Emprego e o Indicador Coincidente de Desemprego. A CPI da Covid segue seu cronograma, recebendo hoje o presidente da Anvisa.

Muda o que na minha vida?

Os EUA não podem ver alguém se movendo que já querem vacinar.

O país caminha para a vacinação de 300 milhões de pessoas e, para isso, a FDA (Anvisa americana) se prepara para autorizar o uso da vacina contra o coronavírus Pfizer-BioNTech em adolescentes de 12 a 15 anos, abrindo a campanha de vacinação dos EUA para mais milhões de pessoas.

Hoje, a Pfizer é autorizada para maiores de 16 anos, enquanto a Moderna é autorizada para maiores de 18 anos – a Moderna também espera resultados em breve de seu próprio ensaio clínico envolvendo adolescentes de 12 a 17 anos, seguidos por resultados para crianças de 6 meses a 12 anos no final deste ano.

A expansão seria um grande passo na campanha de vacinação do país, mas provavelmente dividirá a comunidade científica entre aqueles que querem expandir o nível de imunidade e aqueles que são céticos quanto aos efeitos colaterais de longo prazo.

Outro fator é que o mundo carece de vacinas e há quem questione utilizar o grande estoque de imunizante americano em um grupo de pessoas que não costuma apresentar os casos mais graves da doença, enquanto a Índia, por exemplo, colapsa sobre centenas de milhares de casos por dia.

De qualquer forma, o avanço indica que estamos cada vez mais próximos de uma normalização mundial.

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Um abraço,

Jojo Wachsmann

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