Colunista Vitreo

Pré-mercado: Dito e feito

21 jul 2021, 8:40 - atualizado em 21 jul 2021, 8:40
DR em Brasília: devemos comemorar o veto do fundão ou ficar preocupados? Manchester à Beira-Mar (2016)

Bom dia, pessoal!

Como ventilamos anteriormente, a terça-feira (20) serviu de rebound (recuperação) para os ativos de risco.

De fato, a segunda (19) se provou mais um daqueles pregões em que os investidores realizaram lucros depois de vários dias procurando algum motivo para vender na esteira das altas consecutivas – tem sido uma estratégia vencedora durante o atual bull market (mercado altista).

No final, o contexto falou mais alto:

i) muito estímulo monetário e liquidez;

ii) consumidores confiantes com a economia e prontos para liberar sua demanda reprimida;

iii) crescimento de lucros corporativos; e

iv) um vírus sob controle. As teses de valor que mais caíram na segunda estavam ontem entre as maiores vencedoras.

Nesta manhã, as Bolsas europeias indicam mais um dia de alta, apesar de o dia reservar mais um capítulo da saga do Brexit, a separação do Reino Unido da União Europeia – os britânicos devem divulgar suas propostas para mudar o comércio da Irlanda do Norte.

Os futuros americanos acompanham a festa dos europeus, subindo bem nesta manhã (reação aos resultados).

A ver…

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E vai vetar

Comentamos ontem (20) sobre a possibilidade e ela se confirmou. O presidente Jair Bolsonaro anunciou formalmente que vetará o fundão eleitoral de R$ 5,7 bilhões da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2022.

Os mercados não sabem se comemoram a notícia ou se temem pelos efeitos da decisão sobre a agenda de reformas no segundo semestre.

A expectativa agora é que o Executivo entre em um acordo com o Legislativo sobre o veto – como o Congresso pode derrubar o veto, espera-se que ele o mantenha com o compromisso de que o governo encaminhe uma nova proposta para o “fundão” em valor intermediário entre os R$ 2 bilhões atuais e os R$ 5,7 bilhões aprovados na LDO.

Sendo o caso, o Executivo terá que encaminhar um projeto de lei de alteração da LDO.

Tal projeto deverá prever a forma de cálculo do fundão a ser discriminado posteriormente na Lei do Orçamento 2022 (LOA) – a LDO funciona como prévia da LOA.

Um acordo seria bem-vindo para afastar o temor de que as reformas travem nas Casas legislativas devido ao movimento de Bolsonaro.

Não custa lembrar que o mercado precifica em partes que reformas passarão em algum grau no segundo semestre. Se isso não acontecer, poderemos ter dias difíceis para o Ibovespa.

Por falar em reforma, Bolsonaro também afirmou estar confiante que as reformas tributária e administrativa saiam ainda neste ano.

Avaliou que o Ministério da Economia exagerou no projeto que trata do IR, mas que o relator, Celso Sabino (PSDB-PA), está ajustando o texto – disse que se resultar em aumento de carga tributária, ele o vetará.

A variante Delta nos EUA

Como vimos nesta semana, as preocupações com o vírus ainda podem afetar os mercados.

Contudo, nos parece improvável que os níveis de medo do passado voltem a ser alcançados, uma vez que, assim como os consumidores e empresas, os investidores também se adaptaram.

Nos Estados Unidos, por exemplo, os estados economicamente mais relevantes têm altas taxas de vacinação, o que tem se provado eficiente para combater a nova variante Delta, mais contagiosa.

A variante Delta, por sua vez, já é responsável por mais de 80% dos novos casos de Covid-19 nos EUA; entretanto, segundo o epidemiologista Anthony Fauci, a eficácia das vacinas contra a nova cepa foi considerada “extraordinária” – os EUA já vacinaram totalmente cerca de 50% de sua população (pelo menos 57% têm uma dose tomada).

Embora ainda permaneça o receio de que a pandemia possa afetar a recuperação econômica, os mercados deverão vencer eventuais momentos de pânico, como o de segunda-feira (19).

Ásia sob os holofotes globais

As notícias da Ásia sustentam as expectativas dos economistas, as quais já esboçamos aqui no Transparência Radical, para o padrão de crescimento global nesta etapa da recuperação pós-pandemia.

Para ilustrar, as exportações taiwanesas e coreanas foram fortes, mas o ímpeto desacelerou.

Esse é o ritmo que os mercados devem seguir agora, somado à troca de mão de consumo de bens para consumo de serviços – como as restrições amenizadas, os gastos deverão privilegiar serviços.

Tal movimento tem feito várias casas revisarem suas projeções para a Ásia, até mesmo porque os problemas regulatórios têm chamado muita atenção por lá.

Além disso, as consequências humanas e econômicas das mudanças climáticas são novamente visíveis diante das notícias de inundações devastadoras na China – em seu último plano quinquenal (período entre 2021 e 2025), o gigante asiático focava bem nisso.

O desastre, em linha com o que também aconteceu na Europa há alguns dias, pressiona os líderes mundiais a agir buscando promover a estabilidade climática.

Anote aí!

A agenda, por enquanto, ainda segue um pouco mais fraca. A temporada de resultados segue firme no globo – podemos acompanhar números dos EUA, da Europa e do Brasil.

Na terra do tio Sam, por exemplo, teremos balanços de gigantes como Coca-Cola, Johnson & Johnson, Verizon e Whirlpool. Ainda por lá, podemos também verificar os estoques de petróleo da semana até 16 de julho, que movimentam os preços do barril internacionalmente e podem afetar o Brasil.

Por aqui, contamos com a arrecadação federal em junho, com mediana projetando R$ 134 bilhões – o Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros comenta os dados da arrecadação em seguida.

Muda o que na minha vida?

Os investidores continuam de olho na inflação. Nos últimos dias, os principais indicadores têm travado uma batalha, à medida que os investidores continuam a reavaliar as perspectivas para a inflação – os legisladores tentam acalmar as preocupações dos investidores após o relatório do IPC, que chegou a 5,4% em junho (o maior desde 2008), enquanto a história da inflação continua a se desenrolar, com a esperança de que o capítulo “transitório” se confirme.

Como sugeriu Janet Yellen, secretária do Tesouro dos EUA, teremos mais vários meses de inflação acelerada; logo, o fato de ser transitória não indica que se trata de um fenômeno de apenas um mês, mas que no médio prazo veremos a inflação cair de volta aos níveis normais.

O comentário foi em linha com o que argumentou o presidente do Fed, Jerome Powell. Em outras palavras, a inflação atual é fruto de um choque associado à reabertura da economia.

A ideia pode ser transposta para o Brasil em certo grau.

Uma inflação modesta pode ser boa. Só seria um problema quando as coisas crescem muito rápido e excedem a capacidade de uma nação, momento em que a economia pode superaquecer.

Um forte aumento nos custos pode resultar em alocações ineficientes de capital e assim por diante.

Fique de olho!

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Um abraço,

Jojo Wachsmann