Pré-Mercado: Dia de tensão inflacionária no mundo desenvolvido
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Bom dia, pessoal!
Não há outro tema para esta terça-feira (12) que não a inflação do mês de março dos EUA, a ser divulgada nesta manhã e que poderá aumentar as chances de um Federal Reserve ainda mais agressivo (possibilidade de alta de 50 pontos-base nos juros no encontro de maio da autoridade monetária e maior velocidade na redução do balanço de ativos da instituição).
Ontem (11), a Casa Branca já alertou os mercados, indicando que a guerra na Ucrânia causaria uma alta extraordinária da inflação.
Em alerta, os mercados internacionais não começam bem o dia.
Lá fora, na Ásia, onde as Bolsas já fecharam, os mercados de ações tiveram um dia de queda, predominantemente, emulando o sentimento ocidental de nervosismo verificado ontem e também ajustando as posições para eventuais novidades hoje.
Além disso, os investidores por lá estão atentos aos esforços chineses para conter surtos de Covid-19 e à guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Avisamos aos leitores uma novidade: a criação formal do Grupo Empiricus — você pode encontrar mais detalhes nesta matéria do NeoFeed. Na prática, estamos unificando as marcas em uma só.
Com isso, optamos por transformar a marca Vitreo em Empiricus Investimentos — a proposta original já era de integração e visão única.
Assim, a plataforma atende o seu propósito original, cuja ideia sempre foi criar esse grupo integrado, bebendo do research e oferecendo um grande diferencial aos investidores. Nada muda para o cliente Vitreo. Estamos apenas mudando a marca. Esperamos, com o tempo, reais benefícios dessa unificação.
Devemos tudo isso a você. Muito obrigado.
A ver…
Brasília voltando a gerar ruído
Hoje, na expectativa para uma série de eventos e dados na capital federal, os investidores ainda repercutem a fala de Roberto Campos Neto sobre a inflação, em que o presidente se disse surpreso com o dado de março, dando mais espaço para apertos adicionais para além da alta já contratada de 100 pontos-base para a próxima reunião.
No mercado, muitos trabalham com uma Selic terminal de 13,25% em 2022, em vez de 12,75% — aliás, há também aqueles que usam 13,75% em seus modelos. O ciclo de aperto está perto do fim, mas novas extensões geram volatilidade no mercado.
Enquanto aguardamos o Índice de Confiança do Empresário Industrial, medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), e os dados sobre o setor de serviços, do IBGE, os investidores acompanham eventuais novos direcionamentos em Brasília, como o caso da privatização da Eletrobras, que, de acordo com o ministro Paulo Guedes, está na sua reta final e deve acontecer em “duas, três, quatro semanas”.
Fora isso, o mercado espera a votação na Câmara dos Deputados da Medida Provisória (MP) que institui o valor de R$ 400 para o Auxílio Brasil até 31 de dezembro. Por fim, ainda temos as discussões envolvendo a greve dos servidores.
A reunião do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, com o sindicato de trabalhadores da instituição pode ocorrer nesta terça-feira (12). Paralisados há dez dias, os servidores pretendem negociar reajuste salarial de cerca de 20% — caso não haja avanço, a greve deve continuar.
E essa inflação aí?
Nos EUA, o radar do dia repousa sobre o índice de preços ao consumidor de março, que deve continuar com a onda de inflação verificada nos últimos meses. Espera-se um aumento de 1,2% em março, para um salto de 8,4% na comparação anual, o primeiro aumento anual superior a 8% em mais de 40 anos.
Notadamente, o principal culpado será o aumento dos custos de energia desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, mas se espera ver preços mais altos em todas as categorias, mostrando um espraiar generalizado da inflação, como se ela tivesse se tornado mais endêmica e estrutural do que pressupunham anteriormente.
Vale destacar que será o último dado do IPC que os membros do Federal Reserve poderão ver antes da reunião de política monetária de maio. Sabemos que o índice de preços ao consumidor não é a medida favorita do Fed (eles preferem o PCE, que captura melhor mudanças no padrão de consumo), mas ainda assim é significativo.
Por outro lado, a inflação não dura para sempre, e os detalhes podem já mostrar desaceleração da inflação para algumas categorias de bens, indicando potencial aproximação de um pico entre abril e maio, ainda no primeiro semestre.
E ainda temos a temporada de resultados
Ontem, os índices de ações fecharam perto de suas mínimas do dia, no Brasil e nos EUA, arrastados para baixo pelas ações de tecnologia, sensíveis aos juros, e de energia, impactadas pelos lockdowns na China, que afetam as expectativas de crescimento.
Em solo americano, a atenção dos investidores se volta para a temporada de resultados do primeiro trimestre, com os relatórios começando a aumentar nesta semana.
Os grandes bancos estão entre as primeiras empresas a apresentar, como de costume: JPMorgan divulga seus números na quarta-feira (13), seguido pelo Wells Fargo, Goldman Sachs, Morgan Stanley e Citigroup na quinta-feira (14).
Esperamos que os bancos estejam em boa forma, mas não tão bons quanto um ou dois trimestres atrás (já vemos sinais de normalização do processo de crescimento econômico — o crescimento pós-pandêmico não era sustentável).
Como as sabatinas de perguntas do mercado servem de guidance para o sentimento econômico, podemos esperar muitas perguntas sobre como os bancos estão preparados para uma recessão.
Nas projeções de mercado, estima-se que a inflação e os custos crescentes reduzam significativamente as margens de lucro em relação a um ano atrás. As receitas do S&P 500 no primeiro trimestre devem aumentar 10,8%.
Anote aí!
Além dos dados relevantes já mencionados (inflação, principalmente), nos EUA, também contamos com a divulgação do Índice de Otimismo para Pequenas Empresas para março.
Ainda lá fora, temos falas de autoridades monetárias americanas, relatório mensal da Opep e vendas no varejo de março do Reino Unido, sem falar na pesquisa de sentimento econômico do ZEW alemão.
Por aqui, fora o volume de serviços e dados da indústria, em Brasília, a comissão de juristas do Senado que discute a elaboração de anteprojetos de proposições legislativas que modernizam o processo administrativo e tributário se reúne para criar subcomissões.
Muda o que na minha vida?
Na crise derivada da guerra na Ucrânia, que já comentamos há algumas semanas, o Brasil hoje poderá ser peça-chave para a segurança alimentar e energética do mundo.
Isso porque o suprimento global de alimentos está sob ameaça à medida que vários vetores negativos e raros se somam no presente contexto.
Desde fertilizantes até o diesel, os insumos que alimentam a indústria agrícola mundial estão em falta. Tal escassez torna difícil para os agricultores alimentar o mundo e fez com que os preços globais dos alimentos subissem no ritmo mais rápido de todos os tempos.
A pandemia já nos tinha dado escassez e inflação. Agora, a guerra da Rússia contra a Ucrânia (Rússia é o maior exportador de trigo do mundo, enquanto a Ucrânia responde por um quarto de todo o comércio de grãos, sendo também o maior exportador de óleo de girassol), somada a mais bloqueios contra a Covid nas províncias agrícolas da China, está piorando uma situação já ruim.
Consequentemente, principalmente nas regiões mais pobres, os alimentos básicos já estão começando a acabar.
Países do Oriente Médio e Norte da África, por exemplo, estão sentindo o peso da escassez de alimentos porque importam em grande parte seus produtos básicos.
A guerra da Rússia pode levar mais de 40 milhões de pessoas à extrema pobreza.
A insegurança alimentar é também conhecida por levar a mais conflitos civis e distúrbios sociais — foram os preços dos alimentos que ajudaram a desencadear a Primavera Árabe há mais de uma década, por exemplo.
Um abraço,
Jojo Wachsmann