Colunista Vitreo

Pré-Mercado: De passageiro no carro do humor global

18 out 2021, 8:58 - atualizado em 18 out 2021, 8:58
Crescimento chinês? Não me lembro, mas esse carro podia ser nosso… Amnésia (2001)

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Bom dia, pessoal!

Nesta segunda-feira (18), as ações asiáticas negociaram sob pressão após crescimento da China aquém das expectativas — só Hong Kong entregou resultado positivo.

A Europa predominantemente acompanha o movimento mais negativo, sem conseguir se engajar nesta manhã, pelo menos por enquanto, em uma alta.

Apesar disso, os EUA conseguem subir em seus futuros hoje, na expectativa de mais resultados acima do esperado, como tivemos na semana passada.

Neste início da temporada de resultados lá fora, as empresas estão superando as estimativas em uma média de 16% contra a média histórica de 4% — espera-se que as empresas do S&P 500 registrem um crescimento de lucro de 32% no terceiro trimestre.

Já no Brasil, a semana promete, com a PEC dos Precatórios podendo ser votada na Comissão Especial e o relatório da CPI da Pandemia podendo gerar ruídos.

A ver…

  • Bandeira tarifária sob pressão

Aqui, a agenda do dia é um pouco esvaziada, restando apenas uma atenção adicional para um dos focos de tensão fiscal dos últimos meses: a questão dos precatórios.

O mercado acompanhará a PEC dos Precatórios, que poderá ser aprovada na Câmara na sequência, abrindo espaço no Orçamento de 2022 ao novo Auxílio Brasil.

Por falar nisso, o relator da Medida Provisória (MP) que instituiu o Auxílio Brasil, o deputado Marcelo Aro (PP-MG), pode apresentar seu parecer, a depender do desfecho com relação aos precatórios.

Ainda com essas duas questões podendo ser endereçadas, não acabamos com nosso problema por aí, até mesmo porque nos resta uma crise hídrica para atentarmos. Sobre este tema, a equipe do Ministério de Minas e Energia se reúne com integrantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) para discutir o déficit entre a arrecadação tarifária e os custos de operação pelas distribuidoras.

O movimento pode gerar ruídos no mercado.

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Bom início de temporada de resultados

Nos EUA, na semana passada, os resultados positivos das empresas foram entregues em paralelo ao relatório mostrando que as pessoas gastaram muito mais em varejistas dos EUA em setembro do que o mercado esperava — as vendas em lojas, restaurantes e outros estabelecimentos varejistas aumentaram 0,7% em relação a agosto, em vez de cair.

Hoje, em continuidade à agenda relevante lá fora, teremos os dados de produção industrial americana, possivelmente impulsionada pela atividade da indústria de energia.

Em relação ao primeiro ponto, todas exceto uma das 19 empresas do S&P 500 que reportaram resultados trimestrais na semana passada superaram as previsões de lucro dos analistas.

Agora, com isso, o S&P 500 está de volta a 1,5% de sua máxima histórica após algumas semanas instáveis.

Essa força dos lucros é crucial depois que a elevação das taxas de juros aumentou as preocupações de que os múltiplos de valuations das ações teriam ficado altos demais.

A desaceleração chinesa

Do fim de semana para esta segunda-feira, a grande quantidade de dados apresentados pela China ofereceu surpresa ligeiramente negativa no crescimento do PIB no terceiro trimestre – 4,9% versus 5,1% esperado, além de ser uma desaceleração frente aos 7,9% do 2T21.

Os dados mensais mostraram queda no investimento em imóveis domésticos, vendas no varejo mais fortes, mas setores intensivos em energia desacelerando a produção industrial geral.

Havia muitos fatores locais para isso:

i) efeitos do clima;

ii) a política de tolerância zero em relação à Covid-19; e

iii) o impacto dos preços mais altos da energia em uma economia que é uma consumidora ineficiente de energia.

Agora, o crescimento chinês está sob pressão de controles governamentais destinados a restringir o uso de energia e reduzir os riscos financeiros da dependência de empreendimentos imobiliários alimentados por dívidas.

Os investidores começam a prever que o crescimento desacelerará significativamente no 4T21.

Enquanto isso, a escassez de energia pode persistir, na esteira da possibilidade de outras interrupções nas cadeias de suprimentos — isso sem falar na fraqueza no setor imobiliário, com a grande incorporadora China Evergrande lutando para cumprir suas obrigações de dívida.

Há desdobramentos para o mundo em uma eventual desaceleração acentuada da China, em especial para nós brasileiros. Algo para prestarmos atenção.

Anote aí!

Aqui no Brasil, o Banco Central (BC) divulga pela manhã o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do primeiro semestre, enquanto a Câmara dos Deputados retoma sua sessão presencial.

Lá fora, a Europa reage à fala do presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Andrew Bailey, na qual a autoridade deu a entender um aumento da taxa de juros já em 2022 — a fala foi em meio à divulgação dos dados de inflação da Zona do Euro.

Paralelamente, a China e a Turquia, dois países emergentes importantes para o mundo, conduzem suas reuniões de política monetária nesta semana, enquanto os EUA focam na produção industrial e no Livro Bege do Fed, descrevendo as condições econômicas nos EUA.

Muda o que na minha vida?

Nesta semana, 72 empresas do S&P 500 reportam seus resultados financeiros.

Nos últimos dias, vários grandes bancos dos EUA, como JPMorgan, Morgan Stanley, Citigroup, Wells Fargo, Bank of America e Goldman Sachs, mostraram um início de temporada forte.

Embora a temporada de ganhos mal tenha começado, até agora os resultados são melhores do que o esperado, o que impulsiona o rali.

Uma coisa interessante desses bancos, porém, é que, pelo fato de serem muito grandes e terem relação com diferentes elos da economia, seus resultados podem nos dizer muito sobre como podemos pensar a economia global.

Assim, podemos aprender mais coisas com os bancos para além dos próximos resultados individuais propriamente ditos.

Por exemplo, podemos verificar que há um maior nível de consumo porque os gastos com cartão de débito foram bem superiores aos níveis de 2019.

Além disso, a destruição econômica proporcionada pela pandemia de Covid-19 foi menor do que se esperava, até mesmo porque houve uma criação de poupança dos bancos e das empresas com medo de uma alta das inadimplências.

Adicionalmente, há um boom comercial se fortalecendo em grande parte do mundo, impulsionado principalmente pela reabertura da economia, com a volta dos shows e das atividades de socialização.

Claro, há um sentimento potencialmente negativo de que a inflação possa persistir por mais tempo, mas no longo prazo a transitoriedade da alta dos preços deverá se confirmar.

Um abraço,

Jojo Wachsmann