Colunista Vitreo

Pré-Mercado: Dança das cadeiras em todos os cantos do Brasil

29 mar 2022, 9:17 - atualizado em 29 mar 2022, 9:18
Eles vieram atrás do presidente da Petrobras… mais uma vez. | Despertar dos Mortos (1978)

Oportunidades do dia

Encontro marcado às 19h! 

Hoje, no segundo dia da Semana de Fundos da Vitreo, o Painel Imobiliários vai reunir Marcelo Vainstein (Canuma), Felipe Vaz (Canuma) e Caio Castro (RBR) para uma conversa sobre os fundos imobiliários. Fique ligado no seu e-mail que enviaremos a você o link da transmissão. 

[QUERO INVESTIR]

Bom dia, pessoal!

Lá fora, o contexto ainda não voltou a ser positivo para as commodities, que estão tendo um momento difícil depois do lockdown chinês em Xangai para combater a disseminação da Covid-19, provocando quedas no preço do petróleo — os investidores estão preocupados com medidas de contenção mais abrangentes, que afetariam negativamente o consumo de energia da China.

Apesar do tom ruim, os mercados asiáticos conseguiram sustentar uma alta predominante no pregão de hoje (29), embalados pelo otimismo de mais uma rodada das negociações na Turquia entre ucranianos e russos para um acordo de paz. As Bolsas europeias acompanham o bom humor, em mais um dia de alta nesta terça-feira, seguidas pelos futuros americanos.

A ver…

Sai um e entra outro

Ontem (28), além da queda do petróleo internacionalmente, outra notícia preencheu o pregão: o governo estaria estudando a troca do presidente da Petrobras mais uma vez (a primeira foi no começo do ano passado pelo mesmo motivo de pressão de preços). À noite, foi confirmado o nome de Adriano Pires, atual diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, como novo presidente da petroleira a partir da próxima reunião do conselho, no dia 13 de abril.

O nome de Pires não é visto negativamente pelo mercado, até mesmo porque já defendeu a paridade internacional de preço para a companhia. Adicionalmente, em artigos recentes, o indicado à presidência falou sobre as possíveis medidas que o governo pode tomar em relação aos preços dos combustíveis:

  1. i) Previu que a aprovação do PLP 11, que alterou a forma de cálculo do ICMS, não teria grandes efeitos práticos;
  2. ii) Pontuou que zerar o PIS/Cofins também para a gasolina seria uma medida ineficaz;

iii) Listou medidas alternativas, como a criação de programas sociais (vale-diesel e a expansão do vale-gás);

  1. iv) Indicou a possibilidade de criação de um programa de subsídios para o diesel e para o GLP com duração de três a seis meses; e
  2. v) Sugeriu o estabelecimento de subsídios e de um fundo temporário alimentado com dividendos pagos pela Petrobras à União e royalties.

Como Pires se mostrou contra a intervenção de preços na companhia, algo que ele mesmo disse que só trouxe prejuízos para a sociedade brasileira, e defendeu a continuidade do programa de desinvestimentos da Petrobras, seu nome deve ser lido positivamente, apesar de a mudança trazer volatilidade e insegurança.

O nervosismo no mercado de bonds

Nos EUA, os investidores ainda tentam precificar as crescentes apostas em um aperto de juros mais agressivo pelo Fed. Consequentemente, os mercados de títulos americanos continuaram a enviar sinais negativos, com faixas da curva de juros oscilando com inversão durante a noite. Sem surpresa, as ações de empresas do setor financeiro, juntamente com os produtores de energia, realizaram lucros.

Apesar de toda a conversa sobre a curva de rendimentos sinalizando uma recessão, os mercados de ações continuaram sua recuperação (ontem e sinalizam algo parecido hoje), liderados pelo segmento tecnológico, mesmo diante dos receios de juros mais altos, o que machucaria as teses mais associadas a growth (crescimento). No final do dia, mais do que a alta dos juros, é a falta de previsibilidade sobre as movimentações do Fed que gera estresse. Em caso de normalização, os ativos devem ganhar espaço.

Atritos britânicos e soluções europeias

Depois de um tempo esquecida, volta a ser discutida a possibilidade de mudança no governo britânico por contas das festas realizadas na residência do primeiro-ministro durante a pandemia. Esperava-se que o assunto morresse de vez dado o contexto de guerra no leste europeu, mas não foi o caso. Em caso de troca de premiê, entretanto, pouca coisa deve mudar, uma vez que o partido conservador será mantido — os favoritos para eventualmente suceder a Johnson seriam Rishi Sunak e Liz Truss.

Enquanto isso, os esforços da Europa para reduzir sua dependência energética da Rússia, o maior fornecedor de gás natural do continente, fizeram progressos significativos recentemente. A União Europeia e os EUA chegaram a um acordo para aumentar o fornecimento de gás natural liquefeito para a Europa este ano e criar uma força-tarefa conjunta para reduzir a dependência de combustíveis fósseis russos. Eventualmente, poderia abrir caminho para sanções mais duras contra a Rússia.

Anote aí!

Lá fora, na Europa, dados de confiança do consumidor francês e alemão são aguardados pelos investidores. Nos EUA, destaque para os dados de confiança do consumidor e para a fala do presidente do Fed de Nova York, John Williams — observações recentes enfatizaram a dependência de dados de um possível aperto na política do Federal Reserve. No Brasil, destaque para a divulgação dos dados de emprego e desemprego do Caged, pelo Ministério do Trabalho, para o mês de fevereiro. Adicionalmente, ainda temos o Índice de Confiança da Indústria em março e a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, em eventos da OCDE.

Muda o que na minha vida?

Os membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) sinalizaram que responderiam “na mesma moeda” se a Rússia lançasse armas químicas em seu ataque à Ucrânia, conforme indicou o presidente Joe Biden na cúpula com aliados em Bruxelas.

As tensões entre Ocidente e Rússia estão aumentando. Passado mais de um mês do início da guerra, países ocidentais, inclusive os EUA, já indicaram apoio à remoção da Rússia do G-20, um grupo de países líderes que trabalham juntos em questões econômicas e outras, e querem ver a Ucrânia participar das reuniões do G-20.

É uma provocação descarada.

Enquanto novas sanções são anunciadas por diferentes players globais, a situação vai ficando cada vez mais complicada para a Rússia, que se meteu em uma sinuca de bico econômica. Ao mesmo tempo, a guerra parece ter saído das manchetes, o que alivia, pelo menos em um primeiro momento, sua respectiva pressão sobre o mercado.

Um abraço,

Jojo Wachsmann

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