Pré-mercado: Dança das cadeiras
Bom dia, pessoal!
Os últimos dias de março prometem ser marcados por uma renovada rotação setorial, ao menos foi o que vimos ontem (29).
Aliás, segunda-feira foi um daqueles dias em que o Ibovespa não conta a verdade sobre a performance da Bolsa, devido à composição e aos pesos contidos no índice.
Pelo menos hoje as Bolsas abrem em alta na Europa, ainda que a rotação siga nos futuros dos EUA (Dow Jones sobe e Nasdaq cai, assim como aconteceu ontem). A ver…
É reforma ministerial que chama?
O dia começou com o anúncio da troca no Itamaraty, em linha com o que conversamos aqui ontem.
O que parecia ser um episódio isolado se provou ser o início de uma reforma que cobriu seis ministérios.
Pressionado pelo ambiente político e pelo pior momento da pandemia — a Covid-19 causou uma em cada seis mortes no Brasil em 2020 (o número total de fatalidades no país foi de 1,5 milhão, uma alta de 22% em comparação com 2019) —, Bolsonaro abriu espaço para que o Centrão influenciasse na escolha das novas pastas. As trocas servem para que o presidente consiga alinhamento na nova base conquistada em fevereiro, atrelada às lideranças de Lira e Pacheco.
Com isso, foram seis ministros trocados. Agora, espera-se que as mudanças gerem frutos, inclusive para a equipe econômica, que briga por revisões no Orçamento aprovado na semana passada.
Como uma das áreas alteradas foi a de articulação política, há uma expectativa positiva para que o movimento represente um sopro de alívio sobre as reformas de Guedes.
Para começar, contudo, precisamos rever o Orçamento: Bittar, relator da proposta, deverá corrigir as maquiagens orçamentárias presentes no texto, as quais faziam com que este fosse inexequível, segundo a própria equipe econômica.
Confiança do consumidor e pressão chinesa
Hoje (30), o mercado prestará atenção nos dados de confiança do consumidor dos EUA, ainda que estes apresentem problemas na metodologia de pesquisa (baseada em pesquisa de opinião), agravados por um ambiente político polarizado — as pessoas acabam respondendo em linha com o voto da última eleição.
De qualquer forma, a atividade do consumidor sinaliza se os cidadãos americanos estão felizes, uma variável importante durante a reabertura. O Estado do Texas, por exemplo, que removeu as restrições, dá evidências iniciais de que os gastos mudaram para serviços, como esperávamos.
Enquanto isso, a Lei de Responsabilidade de Empresas Estrangeiras, sancionada por Trump no final do ano passado, tem se provado uma pedra no sapato das companhias chinesas listadas nos EUA — apesar do discurso, Biden não parece estar aliviando para os chineses.
Basicamente, a medida expulsaria empresas estrangeiras das Bolsas de Valores americanas se elas deixassem de cumprir os padrões de auditoria dos EUA por três anos consecutivos, além de exigir que as companhias provem às autoridades americanas que não pertencem e nem são controladas por uma entidade de um governo estrangeiro.
As pressões da guerra comercial ainda estão presentes, causando estragos nos mercados de ações.
Desbloqueado, finalmente
O Canal de Suez está desbloqueado! Gradualmente, o medo de danos econômicos muito profundos causados pelo bloqueio do comércio parece estar diminuindo.
Contudo, vale ressaltar que ainda precisamos corrigir o estrago causado até aqui, uma vez que o navio porta-contêineres de 400 metros de comprimento bloqueou o Canal de Suez por quase uma semana, o que resultou em uma fila de 367 navios, incluindo 35 petroleiros e 96 navios porta-contêineres.
Levará dias para limpar o acúmulo, atrasando ainda mais as mercadorias em seu caminho para os clientes. Ou seja, mesmo com o canal reaberto, os efeitos em cascata sobre a capacidade global e os equipamentos são significativos.
Mesmo antes de o Ever Given encalhar, as cadeias de suprimentos já estavam esticadas até o limite, tornando muito mais caro o transporte de mercadorias ao redor do mundo e causando a escassez de diversos itens.
O temor de uma renovada restrição muito profunda na cadeia de suprimentos parece estar se esvaindo, mas o estrago causado, como comentamos, ainda existe.
A Maersk, por exemplo, a maior empresa de transporte de contêineres do mundo, tem três navios presos no canal e outros 29 aguardando para entrar. A opção dela? Já redirecionou 15 navios ao redor do Cabo da Boa Esperança, no extremo sul da África, adicionando dias e custos às suas viagens.
Anote aí!
Dia de agenda cheia hoje. Além de resultados corporativos, o Brasil conta com a apresentação do IGP-M de março (expectativa de 3,02% de alta na comparação mensal) e o índice de preços aos produtos das indústrias de transformação.
Ainda que os indicadores de preços sejam os mais importantes, haja vista a conjuntura, também vamos ter a geração de emprego formal em fevereiro, medida pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), e o indicador de incertezas de março.
Por fim, resultados do Tesouro Nacional também são importantes para balizar o risco-país.
No exterior, por sua vez, a zona do euro apresenta números de inflação regionais, com preços ao consumidor de março na Alemanha e na Espanha. Devido à forma como os padrões de gastos são ponderados, os indicadores provavelmente subestimam um pouco a realidade inflacionária.
Dados europeus de confiança dos consumidores e das empresas também marcam presença, ainda que secundária — dados acima do esperado dão sustentação à alta desta manhã. Nos EUA, como conversamos acima, o índice de confiança do consumidor marca o dia, além do índice de preço dos imóveis.
Muda o que na minha vida?
Tem havido um movimento de venda relevante dos ativos chineses, em parte por conta do que comentamos acima, sobre a guerra comercial, e em partes por outros fatores.
As ações chinesas de tecnologia listadas nos EUA foram duramente atingidas na semana passada após a notícia de que a China estaria considerando construir uma joint venture apoiada pelo Estado para supervisionar os dados dos grandes clientes de tecnologia.
Mas não é só de tensão EUA-China que vive o mercado.
Os investidores também estão preocupados com o fato de que o gigante asiático possa apertar a política monetária, uma percepção reforçada pelas metas de crescimento relativamente conservadoras estabelecidas — a meta de PIB deste ano em apenas 6% frente às expectativas de 9% do mercado, impulsionado por maior consumo e investimento.
Ainda que o curto prazo guarde volatilidade, o longo prazo deve mostrar que a Ásia será o lar de algumas das oportunidades de crescimento mais atraentes, incluindo infraestrutura inteligente (como 5G), energia renovável e fintechs.
Ou seja, o movimento de venda dos nomes chineses não parece determinante para seu potencial de longo prazo.
Fique de olho!
Amanhã é o último dia para você investir em qualquer um de nossos fundos de cannabis.
Seja o Canabidiol, 100% exposto à tese e disponível ao investidor qualificado (aquele que tem R$ 1 milhão investido ou que possui uma certificação aceita pela CVM) ou o Canabidiol Light, que é 20% exposto à tese e tem 80% de sua alocação em caixa e é aberto ao público geral.
O momento de entrada é estratégico. Com Biden e um congresso majoritariamente democrata, a flexibilização regulatória é uma caminho natural para a indústria ligada à cannabis legalizada nos EUA.
O México, recentemente, acabou de legalizar o consumo e Nova York também tem avançado no tema. A demanda reprimida tem tudo para ser atendida por empresas que estiverem posicionadas antes.
Nossos fundos vão fechar para uma parada técnica por tempo indeterminado. Para se ter uma ideia, desde a sua criação, em 25/10/2019, até a cota do dia 26/03/2021, o fundo Canabidiol tem entregado 110,44% de lucro.
Se achar que faz sentido para seu portfólio, não perca tempo. Os fundos fecham amanhã.
[QUERO INVESTIR NOS FUNDOS DE CANNABIS DA VITREO]
Atenção: Rentabilidade passada não garante rentabilidade futura. Quaisquer rentabilidades aqui apresentadas não são líquidas de impostos.
Não deixe de ler o regulamento do fundo e seus fatores de risco antes de investir. E lembre-se que a aplicação em fundos de investimento não conta com a garantia do FGC, de qualquer mecanismo de seguros ou dos prestadores de serviço do fundo.
Um abraço,
Jojo Wachsmann