Pré-mercado: Constipação depois de três dias com Bolsa fechada
Bom dia, pessoal!
O Bolsa brasileira volta do feriado paulista com algumas informações importantes para assimilar, em meio ao início de uma semana com dados relevantes nas agendas doméstica e internacional.
Na última sexta-feira (9), as Bolsas em NY renovaram recordes depois de dias complicados enfrentando a possibilidade de a variante Delta do coronavírus se espalhar pelo mundo com maior velocidade.
O motivo? A Pfizer discute a aplicação de uma terceira dose nos americanos, reforçando ainda mais a imunização da população do país.
Adicionalmente, houve um enfraquecimento do dólar, o que abre espaço para um ajuste positivo dos mercados domésticos na volta do feriado.
À véspera do início da temporada de resultados, que começa amanhã com JPMorgan Chase e Goldman Sachs, os mercados se preparam para um período difícil, já que as expectativas são de que os ganhos do S&P 500 aumentem quase 64%, a segunda maior projeção de crescimento para uma temporada durante a recuperação da crise financeira global há mais de uma década.
A ver…
Volta do feriado com emoção
Além do contexto ocidental, o Brasil também precisará digerir os últimos dias no mercado asiático. Por lá, o corte de 50 pontos-base no compulsório bancário da China, anunciado na sexta-feira (9), quando nossa Bolsa estava fechada, pode afetar seus principais parceiros, como o Brasil.
Enquanto isso, a política se manteve viva mesmo durante o fim de semana, diante do acirramento dos embates institucionais entre governo, Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF).
Para a semana, o Congresso pode votar a projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias – seria a última janela de tempo em julho para aprová-la, uma vez que o recesso formal dos parlamentares começa no dia 18 e vai até 31.
Além disso, hoje (12), o presidente Jair Bolsonaro deverá sancionar a lei de capitalização da Petrobras, o que poderá movimentar os mercados – cuidado com um “sobe no boato e realiza no fato” aqui.
Por fim, o ministro Marco Aurélio Mello se aposenta do STF, abrindo espaço para mais um integrante da Suprema Corte a ser indicado por Bolsonaro.
Festa dos imunizados
A faísca da semana passada derivou das preocupações de que as variantes do coronavírus pudessem impedir uma recuperação econômica global.
Na última sexta (9), porém, esse temor perdeu fôlego, valorizando as ações americanas depois das quedas recentes, em especial a da última quinta-feira (8) – todos os 11 setores do S&P 500 terminaram em alta, com os principais índices fechando em recordes.
É provável que o Brasil possa acompanhar esse movimento, a depender da performance do dia de hoje, em específico.
O otimismo em relação às perspectivas econômicas pode não ter retornado repentinamente, mas houve alguns desenvolvimentos positivos nessa frente.
A Pfizer diz que está trabalhando em um reforço para combater a variante Delta, enquanto o Banco Popular da China reduziu a quantidade de dinheiro que seus bancos devem manter em reserva, aumentando a liquidez na economia.
Para a semana nos EUA, além do início da temporada de resultados corporativos, podemos esperar os relatórios de inflação e nova fala no Congresso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell.
Alguém aí pediu mais imposto?
A reunião entre os ministros das finanças e banqueiros centrais do G20 segue acontecendo, prometendo avanços nas discussões sobre o imposto mínimo global.
Outra possibilidade é a de ajustes, ainda que marginais, nas estruturas de política monetária dos países, como foi o caso do Banco Central da Europa (BCE) na semana passada, que alterou parcialmente seu entendimento sobre meta de inflação.
Por falar em Europa, a União Europeia vai postergar as suas propostas sobre um imposto digital, entendendo que os esforços devam ser sobre a alíquota mínima global e não apenas sobre um imposto da região.
Anote aí!
Aqui no Brasil, temos o prazo final para o presidente Jair Bolsonaro sancionar a lei que trata da capitalização da Eletrobras.
Além disso, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) pode votar o relatório preliminar ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Por fim, mas não menos importante, a agenda de dados é relativamente interessante:
i) a Confederação Nacional da Indústria divulga o Índice de Confiança do Empresário Industrial; e
ii) a Fipe divulga o IPC da primeira quadrissemana de julho.
Lá fora, os mercados digerem os dados japoneses – às vésperas das Olimpíadas, os pedidos de máquinas japonesas mostraram força particular em maio, apesar das restrições adicionais à pandemia, enquanto a inflação dos preços ao produtor no Japão em junho ficou ligeiramente acima do consenso.
Na Europa, ministros das Finanças do Eurogrupo se reúnem na Bélgica.
Muda o que na minha vida?
Em alguns dias, em 19 de julho, o Reino Unido suspenderá todas as restrições da pandemia, incluindo uso de máscaras, distanciamento social e o tamanho das reuniões – entre os britânicos, 86% dos adultos britânicos receberam pelo menos uma dose de vacina.
O movimento acontece depois dos últimos dias terem sido de medo em relação à nova variante da Covid-19 – o ministro da Saúde da França, por exemplo, alertou sobre outra onda esperada do vírus no final de julho, durante a alta temporada turística de verão.
Contudo, as flexibilizações não são exclusividade dos ingleses.
Alguns países da União Europeia começaram a aceitar um certificado digital de saúde que permite às pessoas vacinadas viajar para a maioria dos países do bloco.
A Noruega, por sua vez, começou a permitir viagens sem quarentena de países europeus, incluindo França, Croácia e Itália.
Gradualmente, as coisas vão se ajustando. Nessa dinâmica, o Brasil deve começar a adotar as mesmas medidas de regresso à normalidade entre o final do terceiro trimestre e o início do quarto.
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Um abraço,
Jojo Wachsmann