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Pré-Mercado: Chuva de dinheiro

24 jun 2022, 8:25 - atualizado em 24 jun 2022, 8:25
pré-mercado
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Trade do Dia

Por Nilson Marcelo, analista quantitativo de ações da Vitreo

Após o fechamento do último pregão, identifiquei uma oportunidade de swing trade – compra dos papéis da Via (VIIA3)

VIIA3: [Entrada] R$ 2.39; [Alvo parcial] R$ 2.45; [Alvo] R$ 2.57; [Stop] R$ 2.27

A força relativa do papel frente ao IBOV, além da presença de uma “up bar” após uma “outside bar”, oferece ganhos no curto prazo.

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Observações sobre a operação:

– Esta recomendação é válida apenas para o pregão de hoje.

– Caso haja um gap inferior ao alvo parcial, considerar este como novo preço de entrada. Caso haja um gap superior ou igual ao alvo parcial, a operação não deve ser iniciada.

– Assim que o alvo parcial for atingido, o stop deve ser colocado no preço de entrada.

– Se o valor do stop for atingido primeiro, a operação não deve ser iniciada.

Vale lembrar que investimentos em renda variável estão sujeitos a riscos de perda.

Bom dia, pessoal!

Lá fora, os mercados de ações asiáticos fecharam em alta nesta sexta-feira (24), seguindo os sinais positivos de Wall Street da noite para o dia, já que os investidores se entregaram à caça de pechinchas nas bolsas, principalmente entre as ações de tecnologia, mesmo com a possibilidade de uma recessão global. Adicionalmente, ainda se repercute a inflação de preços ao consumidor japonês de maio, que veio estável.

As Bolsas europeias amanhecem em alta, com os investidores digerindo comentários do presidente do Fed dos EUA, Jerome Powell, no segundo dia de seu depoimento. Os futuros americanos também sobem. O movimento não seria, portanto, impeditivo para uma alta nos ativos brasileiros, mas como há muita poluição local com os imbróglios fiscais de Brasília, existe espaço para correções adicionais. 

A ver…

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Em dia de prévia da inflação, os investidores se atentam às discussões fiscais

No Brasil, os investidores aguardam a divulgação pelo IBGE do IPCA-15 de junho, a prévia da inflação oficial, na sequência de algumas falas proferidas pelos membros do Banco Central do Brasil, inclusive do presidente da instituição. Segundo a autoridade, em um tom ainda hawkish (contracionista), o juro real neutro seria o equivalente a 4% e não mais 3,5% ao ano, como se pensava anteriormente.

Os juros mais altos fazem parte de uma realidade na qual as perspectivas fiscais não são tão boas. Depois de um Datafolha mostrando a chance de uma definição eleitoral no primeiro turno, os investidores temem que o governo comece a perder a mão nos benefícios. Ontem, o presidente Jair Bolsonaro sancionou o projeto que torna essenciais os serviços de telecomunicações, transportes, energia e combustíveis, mas não é isso que tem estado na boca do mercado.

Agora se discute a ideia de incluir mais benefícios sociais, como um Auxílio Brasil mais elevado e um voucher de combustíveis para caminhoneiros. A questão que se coloca, no entanto, é a falta de espaço no orçamento público para que o governo consiga realizar tantos movimentos. O estresse é relevante e tem desdobramentos sobre a curva de juros, a qual, por sua vez, prejudica o desempenho das ações brasileiras, que continuam com uma performance bem ruim.

Temor de recessão?

Para hoje, os investidores americanos se atentam ao índice de sentimento do consumidor de Michigan, nos EUA, que já deve repercutir o temor de recessão dos consumidores por lá. Ainda é prejudicial para os mercados a falta de previsibilidade para questões como quando a inflação atingirá o pico, em quanto tempo veremos uma recessão e quão alto o Federal Reserve aumentará as taxas.

Apesar das incertezas, esse último movimento de queda nos rendimentos dos títulos americanos ocorreu depois de o Fed ter se tornado mais agressivo em seus planos de aumento das taxas de juros. Ontem, Jerome Powell, presidente do Fed, continuou seu depoimento de dois dias no Congresso sobre política monetária. Ele não desistiu de seu tom, mesmo depois que seus comentários aumentaram as preocupações com a recessão.

E o petróleo iraniano

Apesar do impasse diplomático sobre o acordo nuclear, o Irã vem se preparando para voltar ao mercado global de petróleo. O país tem impulsionado a produção, bem como as exportações para seu principal mercado, a China. Se um novo acordo for alcançado entre o Irã e as potências mundiais, o fluxo de petróleo iraniano para o exterior pode aumentar entre 500 mil e 1 milhão de barris por dia (bpd).

Até aqui, estima-se que as exportações de petróleo bruto do Irã tenham saltado para uma média de 961 mil bpd entre 1º e 19 de junho. Para comparação, as exportações médias de petróleo bruto do Irã ficaram em 461 mil bpd durante todo o mês de maio. Mais petróleo no mercado internacional pode ajudar a balancear os preços do barril globalmente, que ainda continue em patamares elevados de preço.

Anote aí!

Na Europa, o mercado acompanha a cúpula de líderes da União Europeia, bem como espera o indicador de sentimento de negócios alemão e digere as vendas no varejo do Reino Unido em maio, que vieram melhores do que o esperado.

Nos EUA, contamos com o índice de Sentimento do Consumidor final de junho, as vendas de moradias novas em junho e a fala da presidente regional do Fed de São Francisco, Mary Daly.

No Brasil, além da divulgação do IPCA-15 de junho, temos também a sondagem do consumidor de junho e a reunião do Comitê de Elegibilidade da Petrobras, que analisa indicação de Caio Paes de Andrade para a presidência da empresa.

Muda o que na minha vida?

O risco de recessão está aumentando em outras grandes economias. Esperava-se que o retorno pós-Omicron à vida normal desse um impulso às economias. Agora, a guerra na Ucrânia e uma crise de custo de vida em espiral ameaçam mandar a economia global na direção errada.

O crescimento econômico estagnado e a inflação crescente podem ser uma combinação tóxica, prejudicando a capacidade dos bancos centrais de manter os preços sob controle. Se eles aumentarem as taxas demais ou muito rapidamente, as economias correm o risco de mergulhar em uma recessão.

O Brasil não deve escapar dessa realidade, com as chances de recessão para 2023 se elevando, assim como acontece nos EUA. Os mercados se tornam ambientes hostis quando isso ocorre, o que justifica o bear market que vivemos.

Um abraço,

Jojo Wachsmann

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