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Pré-Mercado: Chegou o dia de sabermos a tão comentada inflação ao consumidor brasileiro

09 jun 2022, 8:31 - atualizado em 09 jun 2022, 8:31
Prenda-Me se For Capaz: ninguém consegue segurar o preço da gasolina | Prenda-Me se For Capaz (2002)

Oportunidade do dia

Oferta Pública

RBRR11 – RBR Rendimento High Grade- FII

RBRR11 é um fundo de investimento com o foco predominante em títulos de dívida imobiliária e outros valores mobiliários. Dentre os títulos permitidos, os mais comuns são os certificados de recebíveis imobiliários (CRIs).

[INVESTIR]

Encerramento das reservas: 09/06/2022 | Liquidação: 15/06/2022 | Investimento mínimo: 257 cotas | Valor indicativo: R$ 99,40 | Recomendação Empíricus, por Caio Araujo, analista de FII.

Trade do Dia

Após o fechamento do último pregão, identifiquei uma oportunidade de swing trade – compra dos papéis da Sendas Distribuidora (ASAI3).

ASAI3: [Entrada] R$ 16.01; [Alvo parcial] R$ 16.33; [Alvo] R$ 16.73; [Stop] R$ 15.55

O ativo encontra-se em uma fase de congestão e observo o aumento do volume comprador nos últimos dias, indicando um possível início da fase de acumulação.

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Observações sobre a operação:

– Esta recomendação é válida apenas para o pregão de hoje.

– Caso haja um gap inferior ao alvo parcial, considerar este como novo preço de entrada. Caso haja um gap superior ou igual ao alvo parcial, a operação não deve ser iniciada.

– Assim que o alvo parcial for atingido, o stop deve ser colocado no preço de entrada.

– Se o valor do stop for atingido primeiro, a operação não deve ser iniciada.

Vale lembrar que investimentos em renda variável estão sujeitos a riscos de perda.

Nilson Marcelo, 

Analista quantitativo de ações da Vitreo

Bom dia, pessoal!

Lá fora, os mercados asiáticos caíram nesta quinta-feira (9), com a alta dos preços do petróleo aumentando os temores de inflação, com autoridades alertando para mais dor inflacionária à medida que a guerra na Ucrânia continua a elevar os preços e pressionar ainda mais a economia global. Nem os dados chineses de exportação, mais fortes do que o esperado, ajudaram.

Ontem (8), os investidores americanos já não estavam tão tranquilos depois que dados mostraram que os estoques de petróleo e gasolina dos EUA afundaram — a temporada de verão por lá e a retomada econômica da China devem pressionar ainda mais os preços.  Adicionalmente, ainda se repercute a revisão para baixo da OCDE de suas perspectivas de crescimento global.

Verificamos que o humor pessimista encontra reprodução na Europa, diante de um mercado ansioso para a definição do BCE marcada para hoje. Nos EUA, por sua vez, os futuros sobem nesta manhã. Para o Brasil, as perspectivas não são tão favoráveis, correndo o risco de engatar em seu quinto dia de correção seguido, muito por conta das pressões relacionadas com os preços dos combustíveis e a inflação.

A ver…

Na expectativa para o IPCA

No Brasil, os investidores só pensam em duas coisas: i) no debate envolvendo o preço dos combustíveis; e ii) na divulgação do índice de preços ao consumidor de maio. Sobre o primeiro tema, o senador Fernando Bezerra (MDB-PE), relator do projeto que define como essenciais os serviços de telecomunicações, transportes, energia elétrica e combustíveis, limitando a alíquota do ICMS, faz hoje a leitura de seu parecer. O temor relacionado com o impacto fiscal da medida já é verificado na curva de juros.

Já sobre o indicador de preços, o IBGE deve divulgar hoje o IPCA de maio. A mediana das estimativas aponta para uma alta de 0,60% na comparação mensal, uma desaceleração frente aos 1,62% de abril. Com isso, o acumulado de 12 meses do índice deverá voltar para baixo de 12%, em 11,88% — a desaceleração se deve, principalmente, pelo alívio avaliado nas últimas semanas sobre alimentos e transportes, além da presença da bandeira tarifária verde para energia elétrica, é claro.

Paralelamente, ainda teremos hoje a definição do preço de venda na oferta da Eletrobras, no que deverá ser a segunda maior operação desse tipo no mundo em 2022. O processo de capitalização da estatal deve ser hoje marcado a R$ 40, com expectativa de a demanda ter superado em mais do que duas vezes a oferta — algumas fontes falam de 3 a 4 vezes. Podendo movimentar até R$ 35 bilhões, o processo finaliza a diluição do governo, que não acompanhará a oferta, privatizando a empresa na prática.

A reunião dos europeus

Na Europa, o grande destaque do dia é a reunião do Banco Central Europeu (BCE), seguida da famosa entrevista coletiva de Christine Lagarde, presidente da autoridade monetária, que poderá sinalizar o início da alta dos juros a partir de julho. Ontem (8), a União Europeia divulgou os dados revisados ​​do produto interno bruto do primeiro trimestre: o PIB da zona do euro subiu 5,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, um dado mais forte do que o esperado.

Uma economia em crescimento fortalece a possibilidade de o Banco Central Europeu aumentar as taxas de juros para combater a inflação recorde, que registrou 8,1% de alta em maio na comparação anual. Por enquanto, o BCE manteve sua meta de taxa de juros em 0,5% negativo desde setembro de 2019, mas é provável que haja mudanças. Para o encontro de hoje, o fim do programa de compra de ativos é esperado, uma vez que os juros devem ficar mesmo para o mês que vem.

Petróleo acima de US$ 120 por barril

Os bons dados de exportação da China melhoraram as expectativas de uma reação econômica mais forte na saída do país de seus lockdowns, principalmente por conta dos estímulos do governo chinês. Naturalmente, todos os investidores ficam mais confortáveis com a China não entrando em recessão. 

Contudo, o que deveria servir como boa notícia, acabou caindo não tão bem nos mercados, uma vez que um gigante asiático mais forte significa pressão de demanda para commodities como o petróleo, que já está novamente acima de US$ 120 o barril — há quem projete petróleo a US$ 140 por barril no terceiro trimestre. 

Ontem, os dois principais contratos de petróleo já tinham subido mais de 2% para suas máximas de três meses, depois que números mostraram que o maior depósito de armazenamento dos EUA teve uma grande queda nas reservas na semana passada, sugerindo que os preços elevados não estavam impedindo as pessoas de dirigir.

Anote aí!

A agenda do dia é marcada pelo encontro do presidente Jair Bolsonaro com o Presidente dos Estados Unidos Joe Biden, depois da abertura da IX Cúpula das Américas em Los Angeles, nos EUA. Enquanto isso, o Ministro da Economia Paulo Guedes participa da abertura do Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento (Abras), podendo dar mais detalhes sobre a questão dos combustíveis.

Em Brasília, teremos a reunião da executiva nacional do PSDB para discutir apoio à candidatura da senadora Simone Tebet (MDB) ao Palácio do Planalto — Tasso Jereissati deverá ser o vice da chapa. No âmbito econômico, ficamos com o IPCA de maio aqui no Brasil, entre outras dados um pouco mais secundários. Nos EUA, contamos com os pedidos de auxílio-desemprego. 

Muda o que na minha vida?

Nos EUA, levar a inflação para a meta anual de 2% do Federal Reserve, das leituras dos últimos meses acima de 8%, é o único número que importa para os membros da autoridade monetária e, portanto, para os investidores, que ainda devem sofrer mais um pouco por conta da incerteza relacionada com o processo de aperto monetário — embora o Fed não precise ver o número atingir essa meta, ele precisa vê-lo começar a ir nessa direção.

Ao aumentar as taxas de juros, o Fed diminui a acessibilidade dos empréstimos pessoais e empresariais, também aumentando os retornos em ativos menos arriscados para posicionar o dinheiro, como títulos do Tesouro. Consequentemente, os spreads de crédito podem aumentar à medida que as taxas de juros de referência aumentam, tornando mais caro para as empresas emitir dívida para financiar investimentos.

Tudo mais constante, as condições de empréstimo mais duras significam menos demanda de empresas e indivíduos. Se tudo correr bem, o equilíbrio da economia será restabelecido e a inflação diminuirá sem que seja necessário levar a economia a uma recessão, ou pelo menos a uma não tão profunda. É o que se chama de “pouso suave”, o que é historicamente bem raro de se acontecer.

O maior risco, porém, é que o Fed exagere e reprima a demanda e as condições financeiras a ponto de empurrar a economia dos EUA para uma recessão dura. Isso poderia até resolver o problema da inflação, mas criaria uma série de novos problemas. Ainda tem muita coisa para acontecer nos mercados globais. O aperto monetário só está começando.

Um abraço,

Jojo Wachsmann

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