Pré-mercado: Amiga da onça: a rotação setorial
Bom dia, pessoal!
O receio de inflação voltou ao radar do investidor americano, influenciando as Bolsas ao redor do mundo ao trazer volatilidade nos Treasuries e, consequentemente, alterar o fluxo de recursos entre mercados.
Formam-se novas apostas de ajuste do juro nos EUA antes do que o previsto pelo Fed, pressionando o dólar e ativos de risco ligados a crescimento.
Hoje, as Bolsas europeias abrem o dia em queda generalizada, acompanhadas pelos futuros americanos, que também realizam suas posições, com espírito de rotação setorial – por enquanto, os futuros da Nasdaq são os que mais caem. A ver…
O novo ciclo das commodities e a “Super Terça” do DI
A alta das commodities tem sido um fator positivo para alguns ativos de risco brasileiros e, por conta da desproporção de pesos no interior do Ibovespa, ajudou a performance do índice até aqui – o Ibovespa sobe 1,33% em 2021, mas registraria perda de 15% se empresas ligadas às commodities fossem excluídas.
Os investidores sabem disso e têm montado posição no novo ciclo de alta dos preços das matérias-primas, uma vez que apostar pura e simplesmente no Brasil por vezes é um pouco mais complicado do que costuma parecer.
Além disso, a rotação setorial verificada ao redor do mundo encontra mimetização no mercado local, provocando a venda de teses da “nova economia” em detrimento da “economia tradicional”.
Claro, apenas comprar commodities não basta e os agentes de mercado ficarão de olho na agenda política e de dados econômicos.
Nesta terça-feira (11), por exemplo, nossa curva de juros e o real estarão estressados com a divulgação do IPCA de abril e com a ata do Copom, que deve explicar o comunicado da semana passada, que teve diferentes interpretações pelo mercado.
O dia de hoje tem sido chamado de “Super Terça” do DI.
As incertezas fiscais e os ruídos políticos ainda sustentam os prêmios de risco, com o STF pedindo investigação do “orçamento paralelo” e continuidade das discussões sobre a reforma tributária.
Temor inflacionário e sequência do drama no oleoduto
No final, o mercado olhou além do relatório de empregos da sexta-feira passada (7) e continuou a colocar seu foco na narrativa da inflação.
Mais uma vez, a preocupação com a inflação parece estar pesando sobre o sentimento do mercado, com os preços das commodities mais uma vez como os principais culpados, à frente dos números do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês, o principal indicador da inflação dos EUA), que devem ser observados de perto pelos investidores quando forem divulgados na quarta-feira (12).
O estado de emergência para manter as linhas de abastecimento de combustível abertas após o fechamento do oleoduto da Colonial Pipeline segue de pé.
O duto de 8.850 quilômetros transporta 2,5 milhões de barris por dia para a Costa Leste, ou 45% de seu suprimento de diesel, gasolina e combustível para aviação – além de conectar refinarias a mais de 50 milhões de pessoas, a rede de oleodutos atende aos principais aeroportos dos EUA.
Enquanto a Colonial está trabalhando para reiniciar as operações ao longo da artéria principal, algumas linhas laterais menores entre os terminais e os pontos de entrega estão agora operacionais.
O evento traz pressão sobre o preço dos combustíveis em um momento em que o mercado está especialmente sensível à inflação.
Manchetes sobre preços mais altos em todos os lugares
Os preços mais altos parecem ter chegado. Alguns estão vinculados a commodities, que estão sendo abocanhadas à medida que a economia global emerge de seu longo sono.
Os preços do cobre e do aço atingiram recordes, como comentaremos a seguir. As cotações da madeira também estão em alta, graças a um boom épico de construção de casas.
As commodities agrícolas não são exceção, com o milho em seu patamar mais alto desde 2012 e uma alta forte nas cotações da soja.
O repasse de preços era uma questão de tempo, como a Kimberly-Clark e a Procter & Gamble alertaram os clientes no primeiro trimestre.
O resultado dessa equação terá enormes consequências para os mercados financeiros.
Se o Federal Reserve começar a pensar que há um problema estrutural com a inflação, ele poderá aumentar as taxas de juros ou reduzir as compras de títulos antes do esperado, como os investidores de Wall Street temem que ele o faça.
Isso provocaria uma venda dramática de ativos de alto crescimento, como tecnologia, cuja performance deu o tom na era da pandemia.
Paralelamente, o Federal Reserve tem sido extremamente claro que acredita que a inflação será transitória e não sustentada.
Se ele estiver correto, as preocupações atuais são mais estresse de curto prazo do que estrutural. A discussão continuará ao longo de todo o ano de 2021.
Anote aí!
Hoje (11), a agenda está cheia.
No Brasil, sequência de resultados é importante, com IPCA de abril, com expectativa de alta de 0,29% contra o mês de março, na mediana das expectativas, e primeira prévia do IGP-M de maio.
A sequência da CPI da Covid com a presença do presidente da Anvisa também tem sua importância.
Lá fora, atenção para o relatório mensal da Opep e o relatório bianual da ONU sobre as perspectivas da situação econômica global.
A Europa contará com o índice de sentimento econômico alemão, enquanto os EUA aguardam o relatório JOLTs de emprego para o mês de março, falas de autoridades do Fed e estoques de petróleo – devido ao problema com o oleoduto, mais investidores deverão acompanhar este indicador.
Muda o que na minha vida?
O boom nos preços do minério de ferro tem chamado a atenção. À medida que os investidores apostam na recuperação econômica, há um novo frenesi que toma conta dos mercados. Em todo o mundo, há uma corrida para comprar metais.
O quadro da demanda na China é muito favorável, enquanto fora do país asiático a situação econômica também parece mais otimista, principalmente pelas expectativas de demanda dos EUA e da Europa.
A pressão sobre o fornecimento de ferro e aço, frente aos problemas de relacionamento da China com a Austrália, já discutidos aqui, também é um fator para a alta dos preços.
A explosão nos preços do minério de ferro ocorre em meio a uma expansão mais ampla dos metais.
A cotação do cobre também atingiu uma alta histórica na segunda-feira (10), enquanto os preços do aço estão quase o triplo de sua média de 20 anos.
Esse frenesi é uma ótima notícia para as ações das empresas de mineração, que estão em forte valorização.
E note que o minério de ferro não precisa estar nesse patamar para a exposição no setor de mineração ser interessante.
Patamares mais contidos de preço ainda são benéficos para essas empresas, que ganham também com sua própria eficiência.
O Brasil tende a se beneficiar deste movimento, em especial por sua matriz econômica.
A concentração do Ibovespa em nomes de commodities também ganha, como comentamos anteriormente.
Fique de olho!
Preço do carbono na União Europeia atinge o recorde de 50 euros por tonelada.
De acordo com a matéria divulgada pela agência de notícias Reuters, este é um marco importante no que os analistas dizem ser uma escalada de longo prazo em direção aos níveis de preço necessários para desencadear investimentos em tecnologias limpas inovadoras.
Aqui na Vitreo, nós antecipamos o mercado brasileiro e criamos um fundo inédito sobre o tema, chamado Vitreo Carbono. Ele é o único fundo de investimento do Brasil que aloca o seu patrimônio no promissor mercado de créditos de carbono europeu.
Essa é uma oportunidade de investimento que conversa diretamente com iniciativas sustentáveis e dos acordos internacionais. Inclusive, o presidente norte-americano Joe Biden colocou os Estados Unidos novamente no Acordo de Paris. A medida já pressiona o mundo a seguir o tratado firmado pela ONU para combater o aquecimento global.
E na contramão deste movimento sustentável, podemos estar observando o último super ciclo de alta do petróleo. Desde o dia 1º de novembro de 2020, o petróleo BRENT, que é usado como referência mundial, não para de subir.
Só para você ter ideia, em 2020 o preço médio do barril foi de US$ 40 dólares. Hoje (11/05), o preço do barril já está batendo US$ 67 (Fonte: Investing.com)
Especialistas do JP Morgan Chase e do Goldman Sachs estão prevendo que os preços poderão atingir US$ 80, ou até mesmo US$ 100 por barril.
Então, se você quer aproveitar o possível último super ciclo do petróleo com o que consideramos ser as melhores empresas do mundo deste setor, recomendamos fortemente o nosso fundo temático: Vitreo Petróleo.
Com este fundo você pode investir na principal commodity do mundo.
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Atenção: Não deixe de ler o regulamento do fundo e seus fatores de risco antes de investir. E lembre-se que a aplicação em fundos de investimento não conta com a garantia do FGC, de qualquer mecanismo de seguros ou dos prestadores de serviço do fundo.
Um abraço,
Jojo Wachsmann