Colunista Vitreo

Pré-mercado: A Super Quarta chegou!

17 mar 2021, 8:38 - atualizado em 17 mar 2021, 8:38
Powell regendo a política monetária / Amadeus (1984)

Bom dia, pessoal!

Os investidores estão aguardando a decisão de taxas de juros do Federal Reserve, esperada para a tarde de hoje (17), e do Copom, que divulgará seu comunicado depois do pregão desta quarta-feira.

Nos EUA, os economistas esperam que o presidente do Fed, Jerome Powell, tente convencer os mercados de que o banco central pode continuar a fornecer apoio sem provocar uma inflação mais alta.

Hoje, na expectativa para o grande evento, mercados abrem em baixa na Europa, acompanhados pelos futuros americanos. A ver…

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Copom durante o pior momento da pandemia

Na esteira de dados econômicos positivos, acima do esperado – ontem (16), o Caged divulgou um saldo líquido de emprego formal positivo em 260.353 vagas em janeiro, mais de 81 mil novas vagas além do esperado –, o BC tem se visto em uma encruzilhada.

Se por um lado haverá de ir contra seu próprio discurso sustentado nos últimos meses, de que a inflação atual seria transitória, por outro uma elevação da taxa de juros poderá balancear melhor a equação de forças.

O mercado entende como certo um movimento na Selic Meta hoje, depois do pregão, com as estimativas variando das mais agressivas para as mais moderadas.

Anteriormente, a expectativa era de que, para não haver um choque de comunicação muito grande, o BC optaria por ser mais contido na elevação, com algo como uma alta de 25 a 50 pontos-base (bps), ao passo que manteria um discurso duro.

Porém, depois de indicadores econômicos mostrarem uma atividade acima do esperado, a inflação insistir em não desacelerar (IGPs rodando acima de 20% e IPCA acumulado de 12 meses acima de 5%), a perspectiva fiscal se agravar e o dólar perder um pouco da estribeira que lhe cabia – o quadro de maior fragilidade fiscal colaborou com a fuga de capital –, os agentes já consideram uma alta de 50 a 75 bps como mais provável.

No momento atual, uma Selic de 2,50% a 2,75% poderá ajudar a conter as expectativas de inflação e achatar a curva de juros. O problema?

Estamos subindo taxa de juros mesmo com desemprego na casa de dois dígitos. O mercado já espera o movimento do BC, então resta ver como o comunicado em conjunto virá – se mais “hawkish” (sinalizando mais aperto no futuro) ou se mais “dovish” (mantendo o tom flexível).

Entendemos que a primeira opção seja a mais provável e deverá contribuir para reduzir um pouco da volatilidade relativa.

Cada Copom tem seu Fomc

O Federal Reserve dos EUA também se reunirá hoje. Ninguém espera um movimento de fato da autoridade, então o nome do jogo é “trabalho com expectativas”.

A depender do comunicado que segue a decisão de política monetária e da fala de Powell na coletiva, os investidores podem ter novos inputs para trabalhar sobre as expectativas.

Provavelmente, o Fed terá uma visão mais positiva da economia. Entre novas entregas de dados diariamente, indicadores seguem sendo revisados para cima, enquanto novos passam a ser apresentados acima da expectativa.

Uma novidade desde a última reunião do Fed: o pacote fiscal foi bem maior do que o esperado (poucos contavam com US$ 1,9 trilhão com casca e tudo). Ainda há muita capacidade ociosa na economia e o desemprego está acima de 6% (estima-se que o dado real seja um pouco acima disso).

Logo, o Fed terá sua desculpa para acrescentar medidas de estímulo, uma vez que é improvável que toda a capacidade ociosa do mercado de trabalho dos EUA seja ocupada neste ano.

Novos direcionamentos sobre o programa de compras de ativos ou comentários inéditos sobre inflação ou curva de juros serão bem-vindos.

A volta dos que não foram

A vacina da AstraZeneca, que estava sendo suspensa temporariamente em diversas localidades da Europa, voltou a ser colocada em uso – a Itália e França voltaram atrás, depois que a Agência Europeia de Medicamentos disse acreditar que os benefícios da vacina da AstraZeneca são maiores do que os riscos.

A proibição era um problema, pois poderia dissuadir as pessoas de serem vacinadas, provocando uma recuperação econômica mais demorada.

A Europa ainda está atrasada no calendário de vacinação, principalmente se comparada com os EUA – em novo comunicado, Biden foi vocal em dizer que nos próximos dias quer vacinar mais 100 milhões de pessoas.

Pelo menos a suspensão durou pouco tempo, mal foi colocada em prática e as autoridades já começaram a voltar atrás na decisão.

Anote aí!

Os grandes dados do dia são as decisões de política monetária. Fora isso, o Brasil contará com IPC-Fipe da segunda quadrissemana de março e IPC-S Capitais, ambos indicadores de inflação importantes em tempos como os atuais.

Adicionalmente, a FGV divulga seu monitor do PIB brasileiro de janeiro e o Ministério da Economia divulga o Boletim MacroFiscal (estimativa de indicadores econômicos do governo).

No exterior, resultado do setor de incorporação (construção civil) e preços ao consumidor da Zona do Euro chamam a atenção, bem como estoques de petróleo nos EUA – faz preço na commodity.

Muda o que na minha vida?

Depois de aprovar um pacote de US$ 1,9 trilhão, vacinar a população e já planejar a campanha contra a Covid-19 para 2022, qual o próximo passo de Biden? Wall Street já está justamente de olho no próximo plano trilionário do presidente. O foco? Infraestrutura.

O estímulo de US $ 1,9 trilhão foi adotado sem muito barulho e o governo Biden agora começa a definir uma grande proposta de infraestrutura. A equipe de Yellen afirma já estar com as mangas arregaçadas, de modo a não perder tempo.

Entre os temas do novo pacote, infraestrutura, educação (treinamento para os desempregados) e meio ambiente (energia renovável, principalmente) estarão na lista para abordar a seguir. Ambicioso é pouco para o plano.

Há quem espere que a Casa Branca proponha pelo menos mais US$ 2 trilhões para infraestrutura, mas projeções mais agressivas acreditam que o projeto pode chegar a US$ 4 trilhões se o próximo pacote fiscal também tentar resolver questões relacionadas à saúde.

Além do tamanho e escopo do pacote, espere que grande parte da discussão futura se concentre em como o governo dos EUA planeja pagar pela iniciativa.

Isso mesmo, vem aumento de imposto aí. O panorama fiscal dos países, gradualmente, voltará a ser o foco das discussões macro. A conta Covid chega para todo mundo, inclusive para o Brasil (parece que ela já chegou antes mesmo da pandemia). A abertura de discussão sobre impostos deverá se espalhar.

Fique de olho!

Nossa prateleira de fundos de previdência ficou muito mais recheada. Lançamos 14 novas opções de investimento nas diversas classes, atendendo todos os públicos.

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No segmento de multimercados, há diversas casas renomadas. A previdência da Absolute se baseia na estratégia de mais sucesso da gestora e foca na análise macroeconômica para investir nas diversas classes de ativo. Outro fundo com estratégia similar é o da Adam, que possui como gestor Márcio Appel.

Na mesma linha, há o fundo da Legacy Capital e o Garde Aramis, que tem como premissa seguir as principais ideias de cada casa. Uma alternativa para quem gosta da análise fundamentalista, é o Vinci Equilíbrio. Outra opção, é o SPX Lancer.

No mundo de renda variável, há o Alaska 70, fundo que busca investir em ações com potencial de retorno em longo prazo. Para investidores qualificados, há a versão que aplica em até 100% de ações do fundo. Em renda fixa, a opção é o Capitânia Credprev.

Ainda há opções exclusivas para investidores qualificados. O Hix Prev adota estratégia Long Only a partir do value investing. O Miles Virtus e o Equitas Prev também possuem o foco em ações.

As previdências da Verde, gestora do icônico Luis Stuhlberger, e da Ibiuna estão fechadas para novos aportes no momento.

Um abraço,

Jojo Wachsmann