Pré-Mercado: A Super Quarta chegou
Oportunidade do dia
FOOD11 – Investo ETF Global Agribusiness Fundo de Investimento de índice
FOOD11 é um ETF, que por meio de seu processo de estruturação, consegue englobar toda a cadeia produtiva do setor do Agronegócio, que engloba desde a produção de sementes, ciência no campo, até empresas com propósito vegano, conferindo um alto dinamismo ao produto. Trata-se de uma alternativa internacional que replica o Índice MVIS Global Agribusiness Index.Encerramento das reservas: 28/06/2022 | Liquidação: 30/06/2022 | Investimento mínimo: 1 cota | Valor indicativo: R$ 100,00
Bom dia, pessoal!
Lá fora, os mercados acionários asiáticos fecharam de forma mista nesta quarta-feira (15), sem uma única direção, seguindo as sinalizações predominantemente negativas dos mercados globais durante a noite, com os investidores tomando medidas cautelosas antes da decisão sobre a taxa de juros dos EUA.
Repercute também os dados chineses, A atividade ganhou força na China em maio, com as vendas no varejo chinês caindo menos do que o esperado e a produção industrial crescendo mais do que o projetado.
A Europa consegue sustentar altas em seus principais nomes nesta manhã, acompanhada de tímidas tentativas de recuperação nos futuros americanos. De fato, em apenas quatro dias, o S&P 500 caiu 9,9%. Para se ter uma ideia, desde o fim da crise financeira global, vimos uma queda tão acentuada do mercado (> 9% em quatro dias) apenas três outras vezes. O momento é paradigmático, sem dúvida.
Agora, no ambiente doméstico, na véspera das decisões do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) e do Comitê de Política Monetária (Copom), o mercado se posiciona com cautela, esperando por uma alta de 0,75 ponto percentual nos EUA e 50 pontos base no Brasil. Os BCs devem ser agressivos, uma vez que, caso não o sejam, podem ter sua credibilidade questionada.
A ver…
Entre ruídos fiscais e monetários
Ontem, a Câmara dos Deputados aprovou o texto base do projeto que limita o ICMS sobre combustíveis, energia, telecomunicações e transporte coletivo, sendo que o relator acatou 10 emendas do Senado — entre elas, a que garante o ressarcimento dos recursos do Fundeb aos estados e municípios. Mas não acaba por aí, uma vez que a Câmara deve continuar a análise do texto hoje.
Enquanto isso, o Senado concluiu a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece que os biocombustíveis tenham imposto mais baixo de modo a garantir a competitividade em relação aos combustíveis fósseis. Para a semana que vem, aguardamos a votação da PEC que permite que a União custeie a redução a zero do ICMS nos estados — o aumento do vale gás deve ser considerado, com custo estimado de R$ 15 bilhões nos próximos seis meses.
Apesar das discussões fiscais serem importantes, o que chama a atenção hoje é o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que deverá anunciar a taxa básica de juros (Selic). Espera-se uma alta de 50 pontos-base, colocando a taxa em 13,25% ao ano. No entanto, diante das reviravoltas externas, o Copom poderá não encerrar o ciclo neste mês, deixando aberto mais um ajuste de 0,50 ponto percentual em agosto, para uma Selic de 13,75%.
Mudança de tom
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) deverá concluir sua sessão de dois dias hoje, contando também com uma coletiva de imprensa do presidente Jerome Powell na sequência da divulgação da decisão. O Fed havia comunicado claramente a sua intenção de aumentar em 0,5 p.p. a taxa de juros nesta reunião. Contudo, como a inflação dos preços ao consumidor subiu inesperadamente, o mercado começou a esperar uma mudança de tom, antecipando uma alta de 75 pontos base, para o intervalo entre 1,50% e 1,75%.
O Fed não aumenta as taxas em mais de 50 pontos base em uma única reunião desde a década de 1990. Naturalmente, satisfazer essa expectativa aumentará a volatilidade futura, tornando o índice de preços ao consumidor o principal foco de inflação para os mercados. A ideia seria, porém, a de que, para um Fed atrasado no combate à inflação, os dados deixam pouca opção a não ser avançar mais rápido.
O mercado futuro agora espera outro aumento de 50 pontos base em setembro. Há pouco consenso para as reuniões de novembro e dezembro do Fomc, com aumentos de 25 ou 50 pontos base os mais prováveis. Além da decisão, é claro, também teremos a atualização das projeções de crescimento econômico, taxa de desemprego, inflação e taxas de juros futuras, o que dará aos economistas e investidores uma visão mais ampla dos possíveis próximos movimentos.
E a inflação ao produtor?
Ontem, nos EUA, os dados de inflação ao produtor não foram tão ruins quanto os dados ao consumidor da semana passada, mas também não foram promissores. O índice de preços ao produtor subiu 0,8% em maio, estendendo sua alta anual para 10,8%. Isso ficou em linha com as expectativas, mas acima do aumento de 0,4% do mês anterior.
A explicação benigna do ponto de vista da inflação é que os consumidores estão começando a resistir aos aumentos de preços, o que seria uma má notícia para a lucratividade do varejo, mas pode sinalizar um próximo arrefecimento da inflação. A explicação alternativa é que as lojas interpretaram mal o quanto precisavam aumentar os preços para recuperar seus custos mais altos.
Qualquer que seja a resposta, se trata de mais uma evidência de como a inflação está causando estragos na economia. Não apenas os custos estão aumentando em mais e mais áreas, mas também é difícil operar um negócio quando as coisas estão mudando tão rapidamente.
Anote aí!
Por aqui, além da reunião de política monetária e novos desdobramentos no Congresso (hoje teremos a abertura do prazo para apresentação de emendas ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias), acompanhamos também o ministro da Economia, Paulo Guedes, que participa de reunião virtual com a diretora de Ratings Soberanos para Américas da Agência Fitch, Shelly Shetty. Entre os dados, contamos com a Sondagem da Indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o IGP-10, que poderá registrar alta de 0,78% em junho. Nos EUA, temos também o índice do mercado imobiliário para junho, os dados de vendas no varejo de maio e o índice de preços de exportação. Contudo, sem dúvida, o mais importante do dia será a reunião do Fomc.
Muda o que na minha vida?
Ao que tudo indica, para piorar ainda mais a situação local, um reajuste de preços pela Petrobras nesta semana parece ser inevitável, tendo em vista a alta do petróleo e do câmbio, o que faz com que a defasagem em relação ao mercado internacional fique em torno de 16% — o preço da gasolina não é alterado há 96 dias e o do diesel, há 36 dias.
Como a decisão é tomada por maioria entre três executivos (o diretor de Logística e Comercialização, o diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores e o presidente), basta que dois concordem para que haja aumento. Levando em conta que o atual presidente, José Mauro Coelho, já foi demitido no final do mês passado, tudo indica que ele não teria nada a perder por aumentar mais um pouco o preço.
A decisão, apesar de corrigir uma defasagem, terá contornos polêmicos, podendo suprimir parte do esforço realizado pelo Executivo e pelo Legislativo para baratear o custo dos combustíveis ao consumidor — ou seja, o impacto fiscal estaria sendo invalidado, gerando mais atrito político e inflacionário no país em um ano eleitoral.
Um abraço,
Jojo Wachsmann
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