Colunista Vitreo

Pré-mercado: A reta final da semana

11 jun 2021, 8:44 - atualizado em 11 jun 2021, 12:24
Mercado fazendo as pazes com os yields de dez anos / Invictus (2009)

Bom dia, pessoal!

Hoje (11), aqui no Brasil teremos dados de atividade de serviços, que deverão nos ajudar a ter uma maior previsibilidade para a Selic Meta a ser definida pelo Comitê de Política Monetária na semana que vem.

Lá fora, os yields (rendimentos) dos títulos americanos inicialmente subiram após os dados de inflação de ontem (10), mas depois caíram no final da tarde para 1,43%, – o mercado parece ter feito as pazes com esse seu temor inflacionário.

Seguimos acompanhando quaisquer desenvolvimentos na cúpula do G7 na Grã-Bretanha – Joe Biden já se encontrou com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

É a primeira reunião desse tipo desde antes da pandemia.

Entre as coisas boas que podem ser discutidas, a distribuição de até 1 bilhão de doses de vacinas para países que ainda enfrentam a pandemia é destaque – a pandemia já matou mais de 3,7 milhões de pessoas.

A ver…

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O que o IBGE ainda reserva para nós?

Mais um indicador econômico, agora relacionado com o nível de serviços, pode influenciar os diferentes prognósticos possíveis para a decisão de política monetária do Copom na semana que vem (teremos decisão de taxa de juros no Brasil e nos EUA).

A pesquisa mensal do setor de serviços em abril, marcada para ser divulgada às 9 horas de hoje, deve apontar números positivos (com crescimento) – lembre-se de que, na reabertura, o setor de serviços deverá ganhar força em detrimento do segmento de bens.

A dúvida que permeia o mercado é sobre onde deve parar o processo de normalização de taxas de juros no Brasil – em nocionais recentes, entende-se que, ainda que a taxa de juros suba, ela deveria permanecer abaixo do patamar neutro, ainda estimulando a economia.

Se o Banco Central mudar o entendimento, porém, devido às recentes revisões para cima para o crescimento do Brasil, teme-se que um ajuste para além do ponto neutro (entre 5,5% e 6,5%, a depender do modelo) possa ser necessário para ancorar as expectativas de inflação.

Confiando no Fed para semana que vem

Os investidores verão na próxima semana como o Federal Reserve (Fed) está lendo a inflação mais recente e quais mudanças na política monetária, se houver, o banco central pode considerar.

O Comitê Federal de Mercado Aberto, chefe na formulação de política monetária, deve entregar sua decisão sobre a taxa de juros na próxima quarta-feira (16).

Por enquanto, o mercado confia nos pronunciamentos de economistas e bancos centrais e parece aceitar a ideia de que as atuais pressões inflacionárias terão vida curta – ontem (10), a inflação acumulada nos EUA bateu 5%, o patamar mais alto desde 2008.

Os investidores também reagiram positivamente a mais dados econômicos, que mostraram uma melhoria contínua no mercado de trabalho (menor patamar de pedidos de auxílio-desemprego em 15 meses).

Lembrem-se: a preocupação aqui é que, se os sinais de inflação persistirem, os bancos centrais podem mover-se para retirar o estímulo da economia para aliviar as pressões sobre os preços.

Hoje, contudo, estamos comprados na posição do Federal Reserve de que o atual surto de inflação é transitório.

Acordo nuclear com o Irã podendo afetar os preços do petróleo

Os preços do petróleo nos EUA (WTI) atingiram US$ 70 o barril (Brent já está a US$ 72/barril) pela primeira vez em quase três anos.

O retorno foi impulsionado pela recuperação da demanda por gasolina e combustível para aviação, à medida que a economia global volta à vida.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia também continuam restringindo a oferta, embora planejem diminuir os cortes de produção nos próximos meses.

Enquanto isso, os investidores estão acompanhando a última rodada de negociações entre o Irã e potências globais.

Um acordo nuclear poderia resultar em mais oferta atingindo o mercado, fazendo com que os preços caiam.

Ontem, o mercado comemorou a notícia de que os EUA concordaram em remover sanções às exportações de petróleo do Irã como parte do acordo nuclear.

Todas as mudanças provavelmente serão graduais, mas a etapa vencida é positiva para a estabilidade na região.

Anote aí!

Os preços no atacado alemão em maio aceleraram nesta manhã, o que promove otimismo para a atividade mais do que suficiente para que ignorem a produção industrial britânica, que veio abaixo do esperado – como a produção industrial global já excedeu o nível de dezembro de 2019, desfalques pontuais não são preocupantes.

As Bolsas europeias triunfam hoje pela manhã, bem como os futuros americanos.

Para hoje, a pesquisa de sentimento do consumidor nos EUA inclui as expectativas de inflação dos consumidores, o que deverá atrair a atenção do mercado.

A Agência Internacional de Energia divulga relatório mensal de petróleo, enquanto também se acompanha novidades no G7.

No Brasil, destaque para encontro da Febraban com banqueiros, Indicador de Antecedente de Emprego de junho e dados de serviço (expectativa de alta de 0,35% na comparação de abril contra março).

Muda o que na minha vida?

A pandemia proporcionou mais desigualdade no mundo. Os países ricos despejaram bilhões para garantir vacinas com antecedência para seus cidadãos.

Para ilustrar, em 2020, os EUA gastaram US$ 12,4 bilhões no desenvolvimento e distribuição de vacinas. Agora, mais da metade dos adultos norte-americanos estão totalmente vacinados.

Adicionalmente, os países ricos puderam pagar programas de estímulo para apoiar suas economias – os EUA gastaram colossais US$ 5 trilhões, mais do que qualquer outro país.

A consequência? A economia dos Estados Unidos, por exemplo, deve crescer 6,5% este ano, sua taxa mais alta desde a década de 80.

Outros países ricos também estão se recuperando: a economia da China cresceu a um recorde de 18,3% no último trimestre, e o Reino Unido está crescendo no ritmo mais rápido desde a Segunda Guerra Mundial.

Agora, porém, as economias ricas e pobres estão em caminhos divergentes. Enquanto os países ricos se recuperam, as nações pobres estão ficando para trás.

A pandemia segue acontecendo, as economias e os sistemas de saúde estão desmoronando e a pobreza está aumentando.

A pandemia causou o primeiro aumento da pobreza extrema desde os anos 90.

Os mercados emergentes estão a caminho de vacinar menos de um terço de seus cidadãos este ano, contra 72% para os países desenvolvidos.

Na África, apenas 0,4% da população foi totalmente vacinada. 34 milhões de pessoas estão à beira da fome, um aumento anual recorde de 35%, agravado pelo aumento dos preços dos alimentos.

Na América Latina, mais da metade das crianças está fora da escola e muitas provavelmente não voltarão.

As implicações de longo prazo podem ser bem negativas. As economias em desenvolvimento levarão anos para se recuperar.

Antes da pandemia, a lacuna entre o mundo em desenvolvimento e o mundo desenvolvido estava diminuindo. A pandemia reverteu esse progresso, aprofundando a desigualdade.

Fique de olho!

Nos últimos meses, as commodities agrícolas têm provado o seu valor.

As cotações da soja e do milho atingiram suas máximas na Bolsa de Chicago.

A soja registrou uma valorização de 81% nos últimos 12 meses, enquanto o milho avançou 110% no mesmo período.

O açúcar, em um ano, operou nos maiores valores nos últimos quatro anos, acumulando uma  valorização de 45%. (Fonte: investing.com – 08/06/2021)

Essas são apenas algumas commodities agrícolas que estão surfando esse superciclo. Além disso, podemos destacar a importância do agro para o Brasil.

Em 2020, o nosso PIB foi de R$ 7,45 trilhões e somente o agronegócio representou 26,6% deste resultado, com quase R$ 2 trilhões, de acordo com o IBGE.

Literalmente, o agro é cash no Brasil.

O time de gestão da Vitreo está o tempo todo procurando oportunidades de investimentos que possuem potenciais bastante lucrativos para você.

E pensando em tudo isso, a nossa equipe vai lançar uma série inédita abordando esse tema, chamada  “Agro Cash”.

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Um abraço,

Equipe Vitreo