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Pré-Mercado: A meticulosa análise de atas das autoridades monetárias

07 jul 2022, 8:21 - atualizado em 07 jul 2022, 8:21
Investidores lendo as atas das autoridades monetárias | Todos os Homens do Presidente (1976)

Oportunidade do dia

Semana da Renda Fixa: Penúltimo Dia

A Semana da Renda Fixa vai acabar. Hoje é o penúltimo dia para você aproveitar a chance de investir nos títulos mais turbinados do mercado, que podem pagar até dois dígitos de retorno ao ano, com segurança. Fique atento ao seu e-mail para ser comunicado sobre a oferta do dia e não deixe de aproveitar.

[QUERO SABER MAIS]

Trade do Dia

Por Nilson Marcelo, analista quantitativo de ações da Vitreo

Após o fechamento do último pregão, identifiquei uma oportunidade de swing trade – compra dos papéis da Marfrig (MRFG3)

MRFG3: [Entrada] R$ 13.40; [Alvo parcial] R$ 13.94; [Alvo] R$ 14.82; [Stop] R$ 12.45

“A formação de um engolfo de alta – associado ao aumento acima da média do volume negociado – oferece oportunidade de ganhos para os compradores deste ativo.”

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Observações sobre a operação:

– Esta recomendação é válida apenas para o pregão de hoje.

– Caso haja um gap inferior ao alvo parcial, considerar este como novo preço de entrada. Caso haja um gap superior ou igual ao alvo parcial, a operação não deve ser iniciada.

– Assim que o alvo parcial for atingido, o stop deve ser colocado no preço de entrada.

– Se o valor do stop for atingido primeiro, a operação não deve ser iniciada.

Vale lembrar que investimentos em renda variável estão sujeitos a riscos de perda.

Bom dia, pessoal!

Lá fora, os mercados asiáticos fecharam predominantemente em alta nesta quinta-feira (7), seguindo as sinalizações positivas de Wall Street durante o pregão de ontem (6), com os investidores internacionais digerindo a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, que mostrou que o banco central americano continua comprometido em reduzir a inflação — os membros do banco central disseram que haveria espaço para outro movimento de 50 ou 75 pontos-base na reunião de julho para conter a inflação. 

Naturalmente, as preocupações com a desaceleração do crescimento, o aumento nos casos de Covid-19 na China e a fraqueza dos preços do petróleo bruto ainda pesam sobre o mercado. Mesmo assim, os mercados europeus sustentam alta nesta manhã, na expectativa pela ata da última reunião de política monetária do BCE. Os futuros americanos também experimentam alta, dando continuidade ao movimento de ontem. No Brasil, temos sido dominados por discussões de cunho fiscal em Brasília.

A ver…

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Na expectativa para a votação da PEC das Bondades e da LDO

Prevista inicialmente para ontem, a votação da PEC Kamikaze (também chamada de PEC das Bondades, dos Auxílios ou dos Benefícios) foi adiada após pedido de vista da oposição — apesar de ter conseguido assinaturas para o requerimento que poderia atrasar a tramitação da proposta, a iniciativa dos partidos de oposição deve naufragar. O texto deve ser votado hoje em Comissão Especial, seguindo para o plenário.

Ainda que o texto seja mantido sem esgarçamentos adicionais, o impacto de mais de R$ 40 bilhões fora do teto já foi refletido no humor dos investidores por meio da curva de juros, que voltou a pagar mais de 6% em termos reais para vencimentos mais longos. Adicionalmente, temos ainda a discussão da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que deve ficar para sexta-feira (8) — se votarmos a LDO, o Congresso pode entrar em recesso formal a partir do dia 18 de julho.

Digerindo a ata do Fed

As ações americanas subiram na quarta-feira (6) após a divulgação da ata da reunião de junho do Federal Reserve, que marcou o anúncio da alta de juros em 0,75 ponto percentual, a maior desde 1994. Segundo o documento, os membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) concordaram que um aumento da taxa de 50 ou 75 pontos-base provavelmente seria necessário em julho.

Dessa maneira, o texto não trouxe novidades, mantendo a postura “hawkish” do comunicado da reunião de junho. Vale destacar que os investidores já sabiam que o Fed estava entre 0,50 e 0,75 ponto percentual em julho — o presidente do Fed, Jerome Powell, sugeriu que o caso base é o primeiro, mas os investidores precificaram cerca de 90% de chance de um aumento de 75 pontos-base em julho.

A questão que permanece é o que acontece depois de julho (a próxima reunião está marcada para 27 de julho). À primeira vista, tudo indica que o Fed permanecerá agressivo, com aumentos de 0,5 e 0,25 ponto percentual no radar. Ao mesmo tempo, vemos o mercado migrando gradualmente seu foco de inflação para crescimento. Ainda assim, os investidores acompanharão de perto o relatório do índice de preços ao consumidor de junho, previsto para 13 de julho.

A vez do BCE

Se ontem acompanhamos o Fed, hoje ficamos com o BCE, que tem a ata da sua reunião de junho marcada para ser apresentada ao mercado hoje. Basicamente, os investidores querem saber como a autoridade monetária europeia pretende atuar sobre a inflação diante da problemática energética e de crescimento vigente na Europa — considerando a conjuntura, o BCE deve ser menos agressivo do que o Fed.

Enquanto isso, vemos que o euro tenta se recuperar de sua maior queda em quase duas décadas contra o dólar. O que impressiona é que nenhum membro do BCE ainda se pronunciou sobre os movimentos recentes do câmbio, o que eleva ainda mais a expectativa para o evento de hoje.

Ao contrário do Banco da Inglaterra e do Federal Reserve, o BCE ainda não começou a aumentar as taxas de juros, apesar da inflação recorde na Zona do Euro. A expectativa é de que o banco central aumente as taxas em 25 pontos base no final deste mês. O problema é que a autoridade monetária não pode ir muito longe no aperto monetário, pois o risco de recessão severa na Europa é muito elevado.

Anote aí!

Nos EUA, o Departamento do Trabalho informa os pedidos iniciais de seguro-desemprego para a semana que terminou no dia 2 de julho — apesar de relevante, o principal indicador de emprego da semana só chegará amanhã, em meio ao payroll de junho. Na Europa, destaque para a ata do BCE e para os dados de produção industrial alemã de maio, que apresentou alta um pouco mais lenta do que o esperado. No Brasil, contamos com as votações em Brasília, o IGP-DI de junho e os dados de atividade segundo o IBC-Br. Um leilão de títulos prefixados do Tesouro também é esperado.

Muda o que na minha vida?

A OPEP+, ou Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, incluindo a Rússia, mantiveram sua estratégia de aumentar gradualmente a produção de petróleo, apesar da pressão do Ocidente para fazer mais para ajudar a reduzir os preços do petróleo internacionalmente.

O grupo decidiu anteriormente aumentar a produção em 648 mil barris por dia em julho e agosto, tendo anunciado na última quinta-feira que seguirá aderindo a esse plano. Isso significa que, a partir de agosto, os cortes de produção anunciados em 2020 para lidar com os efeitos da pandemia terão sido totalmente desfeitos.

Naturalmente, os preços globais do petróleo caíram de quase US$ 123 por barril no início de junho para algo em torno de US$ 100 hoje, à medida que os temores de recessão vieram à tona — a demanda por combustível cai quando a economia se contrai.

Contudo, vale ressaltar que vários fatores podem elevar os preços do petróleo no médio prazo. Em resposta a tal risco, a Europa está trabalhando para reduzir rapidamente sua dependência do petróleo russo, aquecendo a concorrência por barris alternativos. Além disso, a OPEP+ provavelmente cumprirá apenas metade de sua meta de aumentar a produção em agosto, à medida que a capacidade ociosa diminui.

Isso significa que os preços do petróleo devem subir à medida que a demanda continua superando a oferta. Dessa forma, muitas casas continuam a enxergar um petróleo cotado a US$ 130 por barril em setembro.

Um abraço,

Jojo Wachsmann

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