Pré-Mercado: A interminável novela sobre Petrobras (PETR4) ganha mais um capítulo
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Trade do Dia
Por Nilson Marcelo, analista quantitativo de ações da Vitreo
Após o fechamento do último pregão, identifiquei uma oportunidade de swing trade – compra dos papéis da NeoEnergia (NEOE3)
NEOE3: [Entrada] R$ 16.62; [Alvo parcial] R$ 16.95; [Alvo] R$ 17.22; [Stop] R$ 16.21
A formação de um engolfo de alta em um ponto de suporte recente oferece ganhos nesta operação de curto prazo.
Observações sobre a operação:
– Esta recomendação é válida apenas para o pregão de hoje.
– Caso haja um gap inferior ao alvo parcial, considerar este como novo preço de entrada. Caso haja um gap superior ou igual ao alvo parcial, a operação não deve ser iniciada.
– Assim que o alvo parcial for atingido, o stop deve ser colocado no preço de entrada.
– Se o valor do stop for atingido primeiro, a operação não deve ser iniciada.
Vale lembrar que investimentos em renda variável estão sujeitos a riscos de perda.
Bom dia, pessoal!
Lá fora, os mercados de ações asiáticos encerraram o pregão predominantemente em alta nesta terça-feira (21), seguindo os sinais positivos dos mercados europeus da noite para o dia, com os investidores procurando por pechinchas após a recente realização nos mercados globais, a pior desde 2020. No entanto, a preocupação com a possibilidade de uma recessão continua, em meio a apostas de maiores altas de juros dos principais bancos centrais.
Na Europa, assim como nos futuros americanos, as coisas vão bem nesta manhã, abrindo espaço para que o Brasil acompanhe o humor internacional. O problema é que temos que resolver nossos próprios problemas, em especial o imbróglio envolvendo a Petrobras, que está sob o escrutínio intervencionista de Brasília. Pela relevância da companhia para o cenário doméstico e para a composição do Ibovespa, o caráter sistêmico da questão é evidente. Tudo isso em dia de ata do Copom, para apimentar ainda mais as coisas.
A ver…
Não faltará volatilidade hoje
No Brasil, o dia reserva a apresentação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que buscará descrever em mais detalhes o último encontro do Banco Central do Brasil, que aumentou a Selic para 13,25% ao ano. O importante será procurar por sinais de que estamos realmente caminhando para a última alta da taxa de juros — poderemos ter indicação de que o objetivo atual não é mais com a inflação de 2022 ou 2023, mas, sim, de 2024, considerando o ambiente cada vez mais complexo de preços.
Ainda que seja muito importante, o evento divide a atenção com a agenda política da capital federal. No prazo-limite para o presidente Bolsonaro sancionar a lei que altera incentivos tributários para a indústria química e petroquímica, os olhares se voltam para a Petrobras. Ontem (20), os papéis da estatal chegaram a ter negociação suspensa depois da renúncia do presidente. Vista como inevitável, a saída de José Coelho acabou sendo bem absorvida pelos investidores.
Em meio à crise desde a última sexta-feira (17), quando a companhia decidiu elevar os preços dos combustíveis, a ausência de Coelho esfria a possibilidade de uma CPI. Ainda assim, os deputados parecem interessados em aumentar o CSLL sobre a petroleira, assim como o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o governo federal querem intervir na política de preços. O problema virá se todo o movimento servir de motivo para alterar a Lei das Estatais, o que pode gerar uma grande dor de cabeça no mercado doméstico.
Voltando do feriado
Nos EUA, as Bolsas de NY voltam do feriado sem indicadores relevantes previstos na agenda. Ainda assim, os investidores têm um catch-up internacional a realizar, o que geralmente eleva os ânimos do pregão, exacerbando a volatilidade do dia.
A terça-feira também reserva o depoimento de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve dos EUA, na Câmara. No evento, a autoridade poderá destacar a determinação do banco central dos EUA de guiar a inflação de volta à meta de 2 por cento do Fed.
A nova postura europeia
Ontem, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, falou ao mercado e reiterou que o BCE aumentará as taxas em 0,25% em julho, devendo aumentar novamente em setembro, alinhando mais uma vez as expectativas dos investidores.
O plano gradual do BCE é justificado porque a política monetária precisa ser transmitida uniformemente em toda a área do euro, o que torna tudo muito mais difícil. Adicionalmente, parece haver um entendimento de que há uma baleia morta para aparecer na praia depois que as taxas começarem a subir. A depender de quem for, o efeito dominó sobre as economias europeias poderá enfraquecer o euro.
Anote aí!
Para hoje, no ambiente político, o ex-presidente Lula e o seu candidato a vice, Geraldo Alckmin, lançam as diretrizes do programa de governo da chapa, podendo gerar certa repercussão sobre o mercado a depender do que for apresentado. Na agenda, o ministro da Economia, Paulo Guedes, participa da reunião de abertura da semana Brasil-OCDE. Entre os indicadores, destacam-se o Monitor do PIB de abril e a sondagem Indústria da Construção, além da ata do Copom, claro. No exterior, contamos com falas de autoridades monetárias, em especial a de Jerome Powell.
Muda o que na minha vida?
O problema com os combustíveis não é uma exclusividade brasileira; sim, um fenômeno global. Todos estamos sentindo a dor de um combustível mais caro na bomba, inclusive os americanos. Ao que tudo indica, se trata de um grande choque no mercado de refino.
Em uma carta às refinarias de petróleo dos EUA, o presidente Biden criticou a indústria por ter margens de lucro bem acima do normal durante um tempo de guerra e solicitou soluções para a atual crise de refino de petróleo. Qualquer semelhança com as falas dos políticos de Brasília (quase todos) atualmente não é mera coincidência — em certos momentos, a classe política, na média, sempre pensa igual.
Os governos do mundo parecem preparados para usar todas as ferramentas à disposição, conforme apropriado, para abordar as barreiras ao fornecimento de energia segura e acessível aos consumidores. De fato, a crise que as famílias estão enfrentando merece ação imediata, mas é necessário que as medidas de hoje não machuquem demais os mercados no futuro.
Nos EUA, enquanto a revolução do xisto permitiu que o país passasse do maior importador de petróleo do mundo para o maior produtor do mundo, o mesmo não pode ser dito para a capacidade de refino. Algumas empresas como a Exxon investiram no setor, enquanto outras estão com medo, já que o período de retorno é de cerca de 10 anos. O Brasil se defronta com o mesmo problema, tendo que importar pelo menos 30% do combustível consumido internamente.
Um abraço,
Jojo Wachsmann
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