Colunista Vitreo

Pré-mercado: A gasosa está mais cara

15 jun 2021, 8:50 - atualizado em 15 jun 2021, 8:50
Avaliando a arte do século XXI: o preço do petróleo / Trapaça (2013)

Bom dia, pessoal!

Ainda em movimento de cautela, no aguardo da decisão de política monetária de amanhã, Bolsas internacionais amanhecem mistas, predominantemente no positivo, mesmo que em amplitude tímida.

Entende-se que as taxas de juros americanas nivelam os juros de todas as economias do mundo.

Algumas pessoas costumam brincar, inclusive, que apenas um preço importa: a taxa de juros dos EUA, em especial a de 10 anos.

Como você bem sabe, toda brincadeira tem um fundo de verdade.

Nesta manhã, Europa abre seu mercado em tom otimista, ainda que conte, por enquanto, com baixas na Itália e na Espanha.

Futuros americanos se animam também, na espera dos dados de hoje, na véspera do encontro do Federal Reserve (Fed). A ver…

Privatização e Copom

Na expectativa para a votação da MP da Eletrobras, o mercado se animou com as iniciativas do governo para antecipar a entrega de vacinas, o que ajuda a esperar por uma retomada mais rápida da economia nacional.

Depois da discussão da medida provisória, ainda precisaremos seguir com a reforma administrativa e tributária, temas quentes e caros tanto para o mercado como para a equipe econômica de Guedes.

Cíclicas domésticas e teses de valor, ainda bastante descontadas, deverão ir bem nos próximos meses nessa sequência – o Vitreo Deep Value Brasil busca capturar, entre outras coisas, justamente tal tendência.

Claro, mais atividade, como antecipamos no Transparência Radical de ontem, deve entrar nas ponderações do Copom (a reunião começa hoje e termina amanhã, com a decisão sendo publicada depois do fechamento de mercado).

A elevação contratada para a reunião desta quarta-feira (16) é de 75 pontos-base, mas devido às últimas revisões de crescimento e aos dados recentes de inflação acumulada, parte do mercado tem verificado como viável uma alta mais agressiva de até 100 pontos na Selic Meta de amanhã.

Uma mudança como essa teria efeito não só no câmbio e na curva de juros, como também na Bolsa, uma vez que os ativos de risco teriam seus valores descontados com base em uma nova taxa.

Discute-se um Banco Central disposto a levar a taxa de juros para além da neutra, o que prejudicaria a retomada econômica em função de evitar uma inércia inflacionária para 2022.

Preços ao produtor ou preços do petróleo

Ainda na expectativa para a decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC na sigla em inglês) de amanhã, os EUA seguem trabalhando com agenda importante hoje diante da entrega dos preços ao produtor (PPI), vendas no varejo e produção industrial – todos com pesos relevantes para os modelos do mercado e geradores de pressão na véspera do encontro do Fed.

Cabe dizer, como exploraremos em um próximo tópico, que os efeitos base do petróleo (o quão baixo o preço da commodity chegou no ano passado) impactarão destacadamente a inflação dos preços ao produtor.

Nota-se como os preços mais altos contribuem para mudar os padrões de consumo, conforme antecipamos no Transparência Radical já há algum tempo.

Os gastos que se seguiram em paralelo ao alívio inicial das restrições à pandemia parecem ter sido substituídos por consumidores mais sensíveis às variações dos preços – o efeito deverá se diluir ao longo do próximo semestre.

Para quem ainda não conhece o Vitreo Petróleo para aproveitar o ganho das empresas no setor nos próximos 12 meses com a alta destacada dos preços, fica aqui o convite.

Que rufem os tambores para a chegada do verão americano

Alguns tranches da força de trabalho americana estão experimentando níveis extraordinários de emprego na véspera do verão. Quem vocês acham que são? Bem, se você pensou em jovens, acertou.

O emprego de adolescentes entre 16 e 17 anos é o maior desde a crise financeira de 2008, com mais de dois milhões de contratados.

Essa bonança de empregos não atingiu os jovens de 18 e 19 anos, que melhorou em linha com o da população geral.

O emprego dos adolescentes mais jovens está crescendo com os dados ajustados sazonalmente – o emprego de adolescentes normalmente atinge um nível mais alto durante o verão (empregos do setor de serviços).

À medida que as restrições econômicas diminuem em todo o mundo, o desejo dos consumidores de se divertir parece estar imitando os padrões típicos de gastos no verão.

Isso sugere que empregos sazonais de verão estão disponíveis no início deste ano, incluindo aqueles geralmente preenchidos por alunos do ensino médio nos Estados Unidos.

Anote aí!

O dia começou com dados de balança comercial da Zona do Euro, que perdeu força em abril ante o mês de maio, e com os dados do mercado de trabalho do Reino Unido, que mostraram força contínua.

Os resultados, ainda que em linha, dão sustentação para as altas verificadas na Europa.

Ainda no exterior, contaremos também com as vendas no varejo de maio nos Estados Unidos, para além dos preços ao produtor e da produção industrial.

Tais vendas já deverão capturar algumas das mudanças nos padrões de gastos (cosméticos e vestuário, por exemplo).

No Brasil, a agenda de dados é mais fraca. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgará o Indicador do Comércio Exterior do mês de maio, que deverá vir forte em meio ao processo de alta dos preços das commodities.

Entre outras coisas que podem nos afetar, destaque para os estoques de petróleo nos EUA, que podem movimentar os preços internacionais da matéria-prima, PIB do primeiro trimestre da Rússia, nosso parceiro pelo BRICS, e as vendas no varejo chinês, bem como sua produção industrial e investimentos em ativos fixos – os dados serão divulgados durante a noite, às 23 horas, impactando entre hoje e amanhã os mercados emergentes.

Muda o que na minha vida?

Os investidores preocupados com o aumento da inflação estão também de olho no que está acontecendo na bomba de gasolina dos postos não só do Brasil, mas do mundo inteiro, em especial nos EUA, que sofreram com o choque do desligamento temporário de um importante gasoduto na costa leste.

Para você ter uma ideia, os preços da gasolina nos EUA atingiram seu nível mais alto desde 2014, mesmo antes do início oficial do verão.

Tanto os futuros do petróleo Brent como do West Texas Intermediate (WTI), o benchmark dos EUA, saltaram para cima do patamar de US$ 70 por barril, seu nível mais alto desde o final de 2018.

Se esses ganhos se manterão no curto prazo dependerá da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), que deve manter seu plano de diminuir gradualmente os cortes de oferta promulgados no início da pandemia – em abril, o grupo optou por devolver 2,1 milhões de barris por dia ao mercado entre maio e julho, antecipando o aumento da demanda global.

A Opep+ enfrenta um difícil equilíbrio. É preciso levar em consideração uma forte recuperação da demanda, o que justifica o aumento da oferta, uma vez que, se os preços subirem muito, isso pode estimular a produção dos EUA a aumentar, o que prejudicaria a participação de mercado da Opep+.

Entende-se que a Rússia busque acelerar o ritmo de produção, mas os sauditas preferem manter o aumento mais conservador devido às altas de casos de Covid na Ásia, em especial na Índia.

De todo modo, o aumento global dos preços das commodities está sendo sentido atualmente pelos consumidores do mundo inteiro, principalmente na forma de aumento dos preços da energia.

A discussão, entre outras coisas, enseja outro debate: a sustentabilidade energética.

Em meio às discussões mais profundas de uma economia mais verde, a insalubridade sobre os preços derivada da alta do petróleo coloca ainda mais pressão sobre os líderes na busca de uma matriz energética mais limpa.

Se as economias dependentes de combustíveis fósseis não conseguirem abandonar o petróleo e o gás no futuro, elas poderão ficar suscetíveis à instabilidade econômica e à estagnação nas próximas décadas.

Foi pensando nesse desdobramento que desenvolvemos o Vitreo Carbono, justamente para capturar ganhos no desenvolvimento de mercados mais verdes.

Fique de olho!

O FoF Melhores Fundos está decolando.

Dá só uma olhada nesses resultados para tirar as suas próprias conclusões:

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Quase 3,5 vezes mais resultado do FoF Melhores Fundos em relação ao seu benchmark.

A estratégia do produto funciona e já se provou no tempo, como você pode notar – sendo importante a gente lembrar que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura, como você já sabe.

Mas as nossas expectativas para ele são muito positivas para qualquer cenário, desde o mais perene ao mais desafiador.

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  • Antes de investir, verifique se o apetite a risco do fundo está em linha com o seu perfil de investimento.
  • Retornos passados não garantem retornos futuros.
  • Não há nenhuma garantia de retorno.
  • As rentabilidades apresentadas nas comunicações da Vitreo não são líquidas de impostos.

Um abraço,

Jojo Wachsmann

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