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Pré-Market: Mercado busca motivos para seguir em frente

12 mar 2018, 7:58 - atualizado em 12 mar 2018, 7:58

Olivia Bulla é jornalista e escreve diariamente sobre os mercados financeiros no blog A Bula do Mercado

A semana começa com um rali nos mercados financeiros, ainda ecoando os dados de emprego nos Estados Unidos divulgados na sexta-feira passada, que restabeleceu o otimismo entre os investidores. A forte geração de vagas de trabalho no país combinada com a ausência de pressão inflacionária nos salários mantém o prospecto de somente três altas na taxa de juros norte-americana, o que renova o apetite por ativos de risco.

As principais bolsas europeias abriram em alta, seguindo o sinal positivo vindo da Ásia e também dos índices futuros das bolsas de Nova York. O dólar, por sua vez, perde terreno para as moedas rivais, mas as commodities são negociadas em baixa, ao passo que o juro projetado pelo título dos EUA de 10 anos está estável em 2,90%, antes do maior leilão de bônus desde 2014, programado para esta semana.

Com o alívio vindo do relatório oficial de emprego nos EUA (payroll), os investidores buscam, agora, motivos para renovar o ímpeto do mercado de alta (bull market). O revés, contudo, pode vir do cenário político, em meio à guerra comercial travada pelo presidente norte-americano, Donald Trump. No Japão, o primeiro-ministro, Shinzo Abe, sofre pressão por causa de um venda controversa de terreno feita pelo ministro das Finanças, Taro Aso.

Já no Brasil, as preocupações com a segurança pública continuam na pauta do Congresso, enquanto no Palácio do Planalto, o foco do presidente Michel Temer está em mais duas investigações contra ele. A ideia da Câmara e do Senado é de voltar a discutir propostas contra a violência, ao passo que o governo monta um arsenal para se defender das denúncias e demonstrar força política.

Temer convocou líderes e vice-líderes governistas para reuniões marcadas para o fim da tarde de hoje, em uma tentativa de articular a imagem a favor do governo, afastando a ideia de fragilidade diante dos inquéritos que investigam pagamento de propina pela Odebrecht e benefício a empresas do setor portuário. Temer que passar aos aliados a imagem de que será peça importante na sucessão presidencial e na definição dos nomes dos candidatos.

Porém, buscando-se afastar desse noticiário negativo, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, participa de um seminário em Mato Grosso, onde fala sobre as perspectivas econômicas para o Brasil. Ainda assim, ele sabe que se Temer ganhar uma sobrevida no governo até julho, pode ser escolhido como o candidato do governo, tendo a ajuda do presidente para também minar a candidatura do rival Rodrigo Maia.

Já a agenda econômica desta semana começa bem fraca, trazendo apenas as tradicionais publicações do dia no Brasil: Pesquisa Focus (8h25) e balança comercial semanal (15h). Os destaques domésticos ficam com o desempenho em janeiro das vendas no varejo (amanhã) e do setor de serviços (sexta-feira), além do primeiro índice geral de preços (IGP) de março, o IGP-10, na quinta-feira.

Na safra de balanços, a temporada de divulgação de resultados trimestrais se aproxima do fim e traz como destaque o demonstrativo contábil da Petrobras, na quinta-feira. A petrolífera deve continuar mostrando uma melhora no desempenho financeiro, beneficiada pela nova política de reajuste nos preços dos combustíveis e no botijão de gás.

No exterior, saem dados de inflação e atividade nos Estados Unidos. Amanhã, será conhecido o índice de preços ao consumidor (CPI) e, no dia seguinte, o índice de preços ao produtor (PPI), quarta-feira. No mesmo dia, saem as vendas no varejo em fevereiro e, na sexta-feira, é a vez da produção industrial norte-americana no mês passado. Também são esperados dados do setor imobiliário e sobre a confiança do consumidor.

Ainda lá fora, merecem atenção os dados do mês passado de atividade na indústria da China e da zona do euro, amanhã e quarta-feira, além da inflação ao consumidor na região da moeda única no mesmo período. Enquanto os números esperados sobre a economia dos EUA tendem a confirmar um bom ritmo de crescimento, com a inflação subindo gradualmente, na China, deve haver discreta desaceleração econômica neste início de ano.

É válido lembrar que, com o início do horário de verão nos EUA ontem, a costa leste norte-americana está apenas uma hora atrás de Brasília. Com isso, as bolsas de Nova York passam a abrir a partir das 10h30 e os principais indicadores econômicos norte-americanos serão conhecidos logo cedo, às 9h30. Tal mudança também altera o horário do pregão regular na Bovespa, que passa a ser das 10h às 17h.

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