Política

PR e Solidariedade defendem reforma da Previdência, mas pedem mudanças

09 abr 2019, 15:00 - atualizado em 09 abr 2019, 15:20
Jair Bolsonaro e partidos
“FGTS e PIS não têm nada a ver com a reforma da Previdência. Têm 22 milhões de brasileiros que recebem PIS, não pode acabar com o PIS”, defendeu Paulinho da Força (Imagem: Marcos Corrêa/PR)

O PR e o Solidariedade anunciaram hoje (9) ao presidente Jair Bolsonaro que apoiam a reforma da Previdência, mas querem mudanças na proposta enviada pelo governo ao Congresso Nacional. Representantes dos dois partidos estiveram com o presidente, que retomou o diálogo com dirigentes de partidos políticos em busca de apoio para a aprovação de medidas do governo, especialmente a reforma da Previdência.

De acordo com o presidente do Solidariedade, deputado Paulinho da Força (SP), mudanças na aposentadoria rural e no Benefício de Prestação Continuada (BPC) pago a idosos de baixa renda devem ser retiradas do texto. O partido também defende uma Previdência melhor para os professores e é contra a retirada do FGTS dos aposentados que continuam trabalhando e a redução do abono salarial (Programa de Integração Social) para aos trabalhadores que ganham menos.

“FGTS e PIS não têm nada a ver com a reforma da Previdência. Têm 22 milhões de brasileiros que recebem PIS, não pode acabar com o PIS”, defendeu o dirigente partidário.

Paulinho da Força disse que o Solidariedade continua independente, e que não vai fechar questão sobre a reforma da Previdência. “Queremos discutir as ideias, a reforma da Previdência está ruim e precisa ser melhorada”, disse.

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Servidores estaduais

Para o Solidariedade, a reforma das aposentadorias de servidores estaduais e municipais também não deve estar atrelada à reforma da Previdência do governo federal. “Nós achamos que a Previdência dos estados tem que ser tratada em cada estado. Não dá para o governador ficar lá [no estado] falando mal da reforma e os deputados aqui em Brasília assumindo o ônus”, ressaltou, acrescentando que o presidente Bolsonaro não se manifestou contra as propostas do partido, mas disse que as alterações devem ser debatidas no Congresso.

O Solidariedade propôs ainda a Bolsonaro regras alternativas para a Previdência, como idade mínima de 62 anos para homens e 59 para mulheres, e uma transição com pedágio de 30% de tempo de serviço para todos. “Uma transição igual para todo mundo de 30%, não essa confusão que o [ministro da Economia] Paulo Guedes inventou, de 10 formas de transição. A gente faria 30% a mais do tempo que falta para se aposentar para todos”, explicou Paulinho da Força.

Sobre o modelo de capitalização da Previdência, o presidente do Solidariedade disse que é possível, desde que inclua a contribuição patronal e abra espaço para as entidades sindicais. “No mundo todo os sindicatos têm os principais fundos de pensão. Ainda precisamos construir propostas alternativas que pudessem incluir as instituições financeiras junto com as entidades sindicais para criar grandes fundos de pensão”, defendeu.

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PR

O presidente do PR, Alfredo Nascimento, disse que o partido também é favorável à reforma “com alguns ajustes”, como na aposentadoria dos professores e trabalhadores rurais e no BPC. “Vamos discutir essas mudanças na proposta dentro do partido, vamos alterar algumas coisas, mas vamos votar com o governo, porque isso [a reforma] é bom para o país, nossa economia precisa disso”, ressaltou.

Alfredo Nascimento, disse que, assim como o Solidariedade, o PR é um partido independente e não vai fechar questão em torno da reforma apresentada pelo governo. “Não queremos participar do governo, mas vamos tirar do partido a votação da maioria para ajudar o país”, disse.

Comunicação

O deputado Augusto Coutinho (PE), líder do Solidariedade na Câmara, disse que chamou a atenção do presidente sobre a necessidade de melhorar a comunicação com a sociedade da importância da reforma da Previdência para o país. “O governo está perdendo a batalha da comunicação na questão da Previdência. O que a gente sente é que hoje já se mudou o clima da opinião pública da importância da reforma, hoje já amenizou bastante. Hoje, a matéria não passa no Congresso, é preciso ouvir todas as bases partidárias para que haja consenso. Nosso sentimento é que o Brasil precisa da reforma mas é preciso que o governo ajude muito”, disse.

Conselho político

Assim como Paulinho da Força, o presidente do PR apoia a intenção do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, de criar um conselho político com a participação de presidentes e líderes de partidos. Na semana passada, após se reunir com seis partidos (PRB, PSD, PSDB, DEM, PP e MDB), Onyx propôs a criação do conselho de governo para viabilizar a interlocução entre o governo, os partidos e o Parlamento.

Reuniões

O presidente Jair Bolsonaro ainda se reúne esta semana com representantes do PSL, Novo, Avante e Podemos.

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