PPI: Enquanto mercado ainda digere dados, outro índice americano entra em cena; confira
Nesta quinta-feira (11), o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos (EUA) divulgou o Índice de Preços ao Produtor (PPI, em inglês), que apresentou aumento de 0,2% em março, representando queda ante o dado anterior de 0,6% em fevereiro.
Anualmente, a inflação medida pelo PPI aumentou 2,1%. De acordo com o consenso LSEG de analistas, era previsto um aumento mensal de 0,3% e 2,2% nos 12 meses.
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O núcleo do índice, que exclui componentes mais voláteis, como alimentos e energia, subiu 0,2%, apresentando alta anual de 2,8%.
O destaque fica para a aceleração nos preços que os produtores pagam por bens e serviços, que reflete a persistência da inflação americana.
À CNN americana, Alison R.H. Schwartz, co-fundadora da companhia All Pets Considered, afirma que a precificação e a inflação estão estáveis, após subirem drasticamente em 2022 e 2023,
“Não significa que ainda não estamos vendo aumentos de preços, mas não é como se estivéssemos em 2022, onde era apenas uma questão de tempo e conseguíamos observar dois ou três aumentos de preços de marcas diferentes”.
PPI surge em momento indigesto
Os dados do PPI surgem um dia após os Estados Unidos divulgarem o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), com números acima da expectativa do mercado.
Thomas Monteiro, estrategista-chefe do Investing.com, afirma que “levando em consideração que o Federal Reserve (Fed) olha diversos fatores além da inflação – como crescimento econômico e mercado de trabalho -, os dados ainda não parecem suficientemente ruins para mudar totalmente o plano inicial”.
David Kohl, economista-chefe do Julius Baer, destaca que “o foco para o início da flexibilização política mudou para a reunião de julho, e as expectativas de que não haverá flexibilização na política monetária estão crescendo”.
“Se o deflator principal do índice de preços das despesas de consumo pessoal (PCE, em inglês), a ser divulgado no final do mês, mostrar uma perspectiva de inflação mais benigna, como esperado e implícito no atual relatório de inflação, um primeiro corte da taxa na reunião do Fomc de junho continua sendo provável”, complementa.
O CME FedWatch Tool, ferramenta que analisa as probabilidades para cortes nas taxas de juros americanas, apresenta setembro como a data principal para os cortes de juros, com 71,2% acreditando em reduções para a data.