Powell, do Fed, diz ser provável que economia dos EUA tenha “expansão sustentada”
As autoridades do banco central dos Estados Unidos veem uma “expansão sustentada” à frente na economia norte-americana, com o impacto total dos recentes cortes na taxa de juros ainda a serem sentidos, ao mesmo tempo que o baixo desemprego impulsiona os gastos das famílias, disse o chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, nesta quarta-feira, em comentários que deixaram de lado preocupações acerca de uma desaceleração.
“O cenário-base permanece favorável”, disse Powell em comentários preparados para um discurso ao Comitê Econômico Conjunto do Congresso, painel que inclui alguns membros da Câmara dos Deputados e do Senado.
Apesar dos “riscos notáveis”, incluindo a desaceleração do crescimento global e as consequências da guerra comercial EUA-China, “meus colegas e eu vemos uma expansão sustentada da atividade econômica… como a opção mais provável”, disse Powell em observações preparadas para um discurso que será realizado ainda nesta quarta-feira.
No entanto, as observações iniciais de Powell vieram com uma ressalva: no caso de uma forte desaceleração, as autoridades eleitas precisarão estar preparadas para combatê-la via política fiscal, e isso pode ser difícil, uma vez que a dívida dos EUA está “em um caminho insustentável”.
“Dívida alta e crescente… pode restringir a disposição ou a capacidade dos formuladores de políticas fiscais de apoiar a atividade econômica durante uma crise”, disse Powell em comentários que entram em um debate controverso sobre o quanto o ritmo de tomada de dívida pelos EUA é sustentável.
Após três cortes nos juros este ano, o Fed sinalizou em sua reunião de política no mês passado que provavelmente já encerrou seu ciclo de redução do custo dos empréstimos, deixando sua taxa de juros entre 1,50% e 1,75%.
Powell repetiu em seu depoimento que é improvável que o Fed use sua capacidade restante para reduzir a taxa de juros, a menos que haja uma “reavaliação material de nosso cenário”.
“Vemos que a atual postura da política monetária provavelmente permanecerá apropriada à nossa perspectiva de crescimento econômico moderado, um forte mercado de trabalho e inflação próxima ao nosso objetivo simétrico de 2%”, afirmou.