Powell diz que eleição de Trump não impacta política monetária no curto prazo e nega saída do cargo, se requisitado
O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, disse nesta quinta-feira (7) que, por enquanto, o banco central norte-americano não está levando em conta o resultado das eleições desta semana em suas escolhas de política monetária.
“No curto prazo, a eleição não terá efeitos sobre nossas decisões de política monetária”, disse Powell em uma coletiva de imprensa após a reunião do Fed.
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“Não adivinhamos, não especulamos e não presumimos” quais serão as futuras escolhas políticas do governo, disse após o ex-presidente Donald Trump ser eleito com uma plataforma potencialmente inflacionária e deficitária.
“É possível que as políticas de qualquer governo ou as políticas colocadas em prática pelo Congresso possam ter efeitos econômicos que, ao longo do tempo, importariam para a busca de nossas metas de mandato duplo”, afirmou.
O presidente do Fed disse ainda que, “junto com inúmeros outros fatores, as previsões desses efeitos econômicos [das propostas de Trump] serão incluídas nos modelos e serão levadas em consideração”.
Economistas avaliam que a vitória de Donald Trump na disputa pela presidência dos Estados Unidos (EUA) deixa o banco central norte-americano em posição de cautela com o risco inflacionário.
Fed reduz ritmo de cortes
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) cortou os juros de referência dos EUA em 0,25 ponto percentual. A taxa, que estava no intervalo de 4,75% a 5%, foi reduzida para 4,50% a 4,75% ao ano.
“Indicadores recentes sugerem que a atividade econômica continuou a se expandir em um ritmo sólido. Desde o início do ano, as condições do mercado de trabalho têm melhorado e a taxa de desemprego tem subido, mas continua baixa. A inflação progrediu em direção à meta de 2%, mas continua elevada”, diz o comunicado.
O corte já era esperado pelo mercado. Powell, inclusive, já havia dito que a redução de 0,50 p.p. na reunião passada não instalava um “novo ritmo” para o afrouxamento monetário.
*Com informações da Reuters