Powell continua reticente com relação aos cortes de juros americanos, mas C6 Bank tem aposta; veja

Nesta sexta-feira (22), Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), participou do evento Fed Listens, que tem como objetivo escutar setores da economia norte-americana. Powell abordou os efeitos da pandemia de Covid-19 e setores afetados pela política monetária, mas não abordou os cortes de juros no país.

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Durante o Fed Listens, o presidente reiterou a importância de escutar a população norte-americana para ter uma perspectiva mais correta sobre como as decisões nas taxas de juros afetam a população.

Sobre a pandemia, Powell afirmou que por conta do evento a forma de atuação da economia do país também foi alterada, com um peso menor na indústria e maiores compras no segmento de serviços.

Qual é a expectativa para os juros norte-americanos?

De acordo com o Sumário de Projeções Econômicas (SEP, em inglês), os membros do Comitê esperam juros maiores no curto prazo. Detalhadamente, o cenário segue a seguinte fórmula:

• 1 dirigente vê juros entre 4,25% e 4,50%, em corte de 1 pp;
• 9 dirigentes veem juros entre 4,50% e 4,75% ao fim de 2024, em corte de 0,75 pp;
• 5 dirigentes veem juros entre 4,75% e 5% ao fim de 2024, em corte de 0,50 pp;
• 2 dirigentes veem juros entre 5% e 5,25%, em corte de 0,25 pp;
• 2 dirigentes veem juros no nível atual ao fim de 2024

Na quarta-feira (20), após a decisão de manter as taxas de juros dos EUA inalteradas ter sido divulgada, Powell afirmou que, “em termos de tempo, eu diria que podemos reduzir as taxas muito em breve, mas não quero ser mais específico do que isso”.

De acordo com o CME FedWatch Tool, ferramenta que mostra as probabilidades de cortes nos juros para as próximas reuniões do Fed, o mercado está confiante de que o início das reduções ocorrerá em junho, com 75,5% do mercado acreditando nesta data.

Mas nem todos estão otimistas. Para Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank, não há espaço para os três cortes de juros mencionados pelo Federal Reserve, com a inflação estabilizando acima da meta de 2% e apoiada por indicadores mostrando uma trajetória de preços ainda resistente.

Ela afirma que “Prevemos dois cortes até o fim de 2024, com o ciclo de redução das taxas começando no segundo semestre, mais em função da comunicação do Fed do que pela nossa visão sobre a tendência da inflação e do cenário macroeconômico nos EUA”.

“Não descartamos a possibilidade de juros estáveis ao longo do ano”, complementa.