Powell, Campos Neto e um exercício de futurologia: Banco Central, melhores FIIs de março, Carrefour Brasil, Oscar 2023 e outras notícias do dia
Há uma cena muito comum nos Estados Unidos e que talvez se torne corriqueira também aqui no Brasil em um futuro próximo. Falo do depoimento semestral do presidente do Banco Central perante o Congresso.
Faça chuva, caia neve ou faça sol, o dirigente máximo da autoridade monetária norte-americana presta contas aos congressistas. A data não é fixa, mas o evento ocorre uma vez a cada semestre.
Por lei, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, justifica suas ações de política monetária – primeiro perante uma comissão do Senado e no dia seguinte perante a Câmara dos Representantes.
Quando a sessão é aberta, Powell apresenta uma fala preparada de antemão para em seguida responder a questionamentos dos parlamentares norte-americanos. O teor da apresentação e das respostas raramente muda.
O atual presidente do Fed tem fama de usar esses depoimentos para apresentar argumentos capazes de tranquilizar o mercado. Pelo menos no primeiro momento. Mas vai que ele gagueja, enfatiza inadvertidamente uma palavra qualquer ou se perde em um pensamento aleatório. Aí a situação azeda e não é pouco.
Aqui no Brasil, a lei que proporcionou autonomia ao Banco Central obriga o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, a comparecer uma vez por semestre perante o Senado somente. Não é obrigado a testemunhar perante a Câmara.
Desde 2021, quando a autonomia entrou em vigor, os depoimentos de Campos Neto estiveram longe de alcançar a publicidade que tradicionalmente têm as sessões com o presidente do Fed. Ainda não ganharam a projeção que merecem.
É muito provável, porém, que isso esteja prestes a mudar. O motivo é a recente contestação pública feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à condução da política monetária pelo BC.
Enquanto isso não acontece, voltemos a Powell. O depoimento é aguardado com expectativa pelos participantes do mercado.
Como ele só vai começar a falar lá pelo meio-dia, é improvável que os ativos de risco ganhem uma direção mais clara antes disso, seja para cima ou para baixo. Salvo por reações pontuais a resultados financeiros ou a informações muito específicas.
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