Powell aplaude CPI de maio, mas diz que falta confiança para Fed cortar juros; ‘segue acima da meta’
O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, disse nesta quarta-feira (12) que os números melhores do que o esperado da inflação de maio são “bem-vindos”. No entanto, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) precisa de mais dados positivos para ter confiança para começar a cortar juros.
“Vemos o CPI de hoje como um progresso e um reforço da confiança, mas ainda não temos confiança suficiente para começar a afrouxar a política monetária”, disse em entrevista coletiva após a divulgação da decisão do Fomc.
“Os indicadores de inflação mais recentes foram mais favoráveis do que no início do ano e registaram novos progressos modestos em direção a nossa meta. Precisaremos de mais dados positivos para reforçar a nossa confiança”, completou.
Powell acredita que vai demorar mais tempo para o Comitê estar confiante de que o índice de preços ao consumidor está evoluindo para o objetivo de 2%. Apesar disso, destacou que estão “fortemente empenhados em trazer a inflação de volta à meta”.
“A inflação diminuiu substancialmente, passando de um pico de 7% para 2,7%, mas ainda está elevada. […] segue acima da nossa meta”, afirmou.
Segundo o presidente do Fed, certamente, mais boas leituras do CPI ajudarão no início do afrouxamento monetário.
“Estamos preparados para ajustar os juros conforme apropriado, mas achamos que estamos obtendo o que gostaríamos em termos gerais e é por isso que estamos nessa política há quase um ano. Fizemos um bom progresso na inflação com a nossa posição atual”, disse.
Projeções do Fed para a inflação
Na decisão de hoje, o Fomc atualizou as expectativas para cima. Agora, o Comitê espera que o índice de preços ao consumidor fecho este ano em 2,6%, ante 2,4% em março.
O presidente afirmou que a perspectiva oferecida pelo Fed é “uma previsão bastante conservadora”, que pode não ser confirmada pelos dados futuros e está sujeita a revisão.
CPI de maio
Os preços ao consumidor dos Estados Unidos (EUA) surpreenderam e ficaram inalterados em maio diante da gasolina mais barata, mas a inflação continua alta demais para que o Fed comece a cortar os juros antes de setembro, tendo como pano de fundo um mercado de trabalho persistentemente forte.
A leitura inalterada do CPI divulgada pelo Departamento do Trabalho hoje, mostra desaceleração após aumento de 0,3% em abril.
O índice de preços ao consumidor tem apresentado uma tendência de queda desde que registrou leituras fortes em fevereiro e março. As pressões dos preços podem continuar a se moderar à medida que os principais varejistas reduzem os preços de produtos, na tentativa de atrair os consumidores preocupados com a inflação.
Nos 12 meses até maio, o índice avançou 3,3%, de 3,4% em abril.
*Com informações da Reuters