Poupança

Poupança teve segundo maior resgate anual em 2023; para onde foi esse dinheiro?

15 fev 2024, 17:32 - atualizado em 15 fev 2024, 17:33
resgate poupança 2023
O número teve influência dos movimentos da Selic em durante o ano de 2023. (Imagem: Getty Images)

O ano de 2023 apresentou uma capitalização líquida negativa na caderneta de poupança. Segundo os dados registrados pelo Banco Central, o resgate foi de R$ 87,819 bilhões. Esta foi a segunda maior retirada, perdendo apenas para o ano anterior. Em 2022, o número de resgates da poupança chegou em R$ 103,237 bilhões.

A queda na capitalização nos últimos anos acompanha o cenário em que os juros permaneceram em um patamar elevado por bastante tempo. Mesmo com a queda da Selic nos últimos meses, a taxa continua alta. Desta forma, este tipo de alocação se torna menos atrativa se comparado a investimentos que rendem próximo aos juros.

No caso da poupança, a sua remuneração é baseada na taxa referencial (TR), hoje em 0,0912% ao mês, mais uma taxa de 0,5% ao mês (6,17%). Enquanto isso, os investimentos atrelados à taxa Selic rendem 11,25% ao ano.

O educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios, Fernando Lamounier, ressalta que outras aplicações, como o Tesouro Direto, CDB’s (Certificados de Depósitos Bancários) e demais produtos da renda fixa tem apresentado maior atratividade ao invés da poupança.

Em 2023, a renda fixa tomou mais espaço na carteira dos brasileiros

Segundo os dados mais recentes da Anbima, em 2023, é possível de fato ver um aumento da renda fixa na carteira dos brasileiros, porém pequeno. No setor private – investidores com mais de R$ 1 milhão disponível para investimento – o avanço foi de 2,9 pontos percentuais, atingindo 35,4%. Entre os investidores de varejo, o crescimento foi de 0,9 ponto percentual, chegando a 82%.

“Produtos de renda fixa mais conservadores, sejam estes isentos ou convencionais, a exemplo dos CDBs , passaram a ser a maioria nas carteiras dos clientes. Justamente por se beneficiar da taxa de juros, que, apesar de ter entrado em um ciclo de redução, ainda permanece em dois dígitos, explica Ademir A. Correa Júnior, presidente do nosso Fórum de Distribuição.

Considerando o volume total investido pelos brasileiros, o crescimento é evidente. Na comparação com 2022, o aumento de 14%.

A hipótese também pode ser outra

Lamounier, além de citar a atratividade dos investimentos incentivada pelos movimentos da Selic, destacou também um outro fator importante que podem ter influenciado as retiradas na poupança que são as dívidas dos brasileiros.

Segundo indicador da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), o número de brasileiros inadimplentes em dezembro de 2023 é 3,58% maior que na comparação anual.

“A necessidade das famílias brasileiras quitarem as dívidas em aberto, já que o número de inadimplentes continua alto no país, faz com que haja a retirada do dinheiro da poupança”, analisa o educador.

Para este ano, a projeção é que a taxa Selic chegue a 9%, diante de um cenário inflacionário positivo.

Com essa possível queda, Lamounier entende que os investimentos se tornam novamente atrativos, principalmente quando se fala de renda variável. “Com isso, a tendência é que a retirada líquida da caderneta de poupança seja menor”, finaliza.

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar