Economia

Poupança tem saída líquida de R$ 5,832 bi em fevereiro, diz BC

04 mar 2021, 16:06 - atualizado em 04 mar 2021, 16:06

 

Em fevereiro de 2016, a poupança teve um saque de 6,638 bilhões de reais (Imagem: Unsplash/@anniespratt)

A tradicional caderneta de poupança registrou em fevereiro o segundo mês seguido de saídas líquidas, de 5,832 bilhões de reais, maior saque para o período desde 2016, informou o Banco Central (BC) nesta quinta-feira.

O desempenho negativo se dá após a poupança ter batido recorde de investimentos no ano passado e coincide com o fim da concessão do auxílio emergencial aos mais vulneráveis, pago pelo governo em medida de enfrentamento à crise da Covid-19 até dezembro.

No mês passado, os saques superaram os depósitos em 5,005 bilhões de reais no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), enquanto na poupança rural houve retirada líquida de 827,5 milhões de reais.

Em fevereiro de 2020, a poupança teve uma saída líquida de 3,571 bilhões de reais mas, no acumulado do ano passado, a aplicação recebeu um total de 166,3 bilhões de reais em depósitos líquidos, valor recorde. Este ano, a poupança já acumula saídas de 23,9 bilhões de reais.

Em fevereiro de 2016, a poupança teve um saque de 6,638 bilhões de reais.

As retiradas da poupança se dão hoje a despeito do aumento relativo da competitividade da aplicação, que é isenta de imposto de renda, frente a outros investimentos, em um cenário de juros baixos.

A aplicação rende 70% da taxa Selic quando o juro básico está em até 8,5% ao ano. Atualmente, isso coloca a remuneração da poupança em 1,4% em 12 meses.

Caso a Selic fique acima do patamar de 8,5%, a poupança passa a render 0,5% ao mês mais Taxa Referencial que está em zero.

Como outras alternativas de investimento na renda fixa podem sofrer mais tributação, acabam entregando rendimento similar ou mesmo inferior ao da poupança.