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Poupança: Saldo dos brasileiros cai no 1T22, quebrando sequência positiva; entenda causas

20 jun 2022, 12:03 - atualizado em 20 jun 2022, 12:10
Poupança
Dados mostram que famílias brasileiras estão colocando menos dinheiro na poupança em 2022. (Imagem: Pexels/@cottonbro)

O saldo das famílias brasileiras na poupança caiu no primeiro trimestre (1T22), quebrando sequência de sete trimestres consecutivos no azul, de acordo com pesquisa divulgada nesta segunda-feira (20).

O valor do saldo foi de menos R$ 32,4 bilhões, queda equivalente a 6,1 % do saldo existente em dezembro de 2021, segundo levantamento do Centro de Estudos de Mercados de Capitais da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Cemec-Fipe).

A hipótese dos autores do levantamento é de que os brasileiros pouparam mais durante o arrocho da pandemia de Covid-19 e que agora, o sentimento de controle da doença no país, implica na perda dos fatores que levaram as famílias a apertar os cintos e economizar.

A tendência de queda nos saldos dos brasileiros na poupança deve continuar nos próximos trimestres, com destinação desses recursos para reforçar a demanda de consumo.

“O impacto potencial desse movimento pode ser substancial e mudar até as projeções do crescimento do PIB para 2022. Por exemplo, o saldo de poupança financeira acumulada, de R$ 497 bilhões equivale a 9% do consumo total das famílias em 2021″, destaca Carlos Antônio Rocha, coordenador do levantamento.

Para onde está indo a poupança?

Nos dados de Contas Nacionais, o consumo das famílias tem crescimento anual de 2,20%, atingindo já nível ligeiramente superior, de mais 0,36% em relação ao observado no primeiro trimestre de 2019.

O volume dos serviços prestados às famílias, atividades que mais sofreram os impactos negativos da pandemia, mostra forte recuperação no primeiro trimestre de 2022, com crescimento de 50,6% em relação a igual período de 2021, embora ainda estejam 17,4% abaixo do mesmo período de 2019.

Por outro lado, não há indicações de que a queda da poupança financeira das famílias tenha sido influenciada por aumento das aplicações em carteira no exterior ou pelo aumento da parcela de poupança das famílias destinada à aquisição de imóveis.

A despeito que tenha ocorrido aumento da atividade construção imobiliária ao longo de 2021, os dados mais recentes de aquisição de imóveis novos sugerem uma reversão desse movimento nos últimos meses.

Veja o levantamento do Cemec-Fipe:


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