Potencial para dividendos e Selic a favor: IRB(Re) (IRBR3) é ‘uma das melhores apostas’ do BTG Pactual para 2025
O BTG Pactual reiterou a sua recomendação de “compra” para o IRB(Re)(IRBR3), após participar de reuniões entre investidores e o CEO Marcos Falcão. O preço-alvo é de R$ 56,50, um potencial de alta de 20%, em relação ao preço de fechamento em 14 de janeiro, de R$ 47,12.
As ações registraram alta de cerca de 15% nos últimos 12 meses. No entanto, o banco acredita que ainda há espaço para mais.
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Com o desempenho na sessão desta quarta-feira (15), os papéis acumulam valorização de cerca de 16% desde o início de 2025. A empresa de resseguros hoje é avaliada em pouco mais de R$ 4 bilhões na B3.
Embora o CEO afirme que o IRB é uma tese de investimento “em andamento”, uma vez que continua seu longo processo de reestruturação, os analistas do BTG apontam que o futuro parece promissor, com avanços contínuos nos resultados a cada mês e trimestre.
A projeção do banco é de um lucro líquido de aproximadamente R$ 350 milhões em 2024, o que avaliam como “bastante razoável” considerando os acontecimentos do último ano, incluindo a catástrofe no Rio Grande do Sul. O IRB divulgará os números do quarto trimestre de 2024 (4T24) em 25 de fevereiro.
“As renovações de preços e uma taxa Selic significativamente mais alta indicam que um lucro líquido de R$ 500 milhões deve ser visto cada vez mais como um piso para 2025 (estimamos R$ 550 milhões). Os recentes incêndios na Califórnia também indicam que o ‘hard market’ permanecerá por mais tempo, o que é positivo para a rentabilidade do setor”, avalia o BTG.
O CEO Marcos Falcão destacou ainda que, embora o IRB deseje crescer mais, a companhia não pretende reduzir preços para isso.
Somado a isso, o aumento da demanda por seguros e resseguros, impulsionado pela maior frequência de eventos climáticos extremos, fomenta a visão construtiva. Para os analistas, os números de subscrições devem continuar melhorando em 2025.
“Essa perspectiva positiva é ainda mais reforçada pela nossa confiança aprimorada na equipe de gestão, liderada pelo CEO Marcos Falcão e pelo VP de Resseguros Daniel Castillo. Por outro lado, ainda há visibilidade limitada sobre o ROE (retorno sobre o patromônio) sustentável”.
Os analistas estimam um ROE líquido “contábil” de 8,3% para 2024 e 11,6% para 2025. Mas 50% do patrimônio líquido é proveniente de créditos fiscais, lembram os analistas.
“Ainda assim, consideramos as ações atraentes neste nível de valuation, assumindo lucros/ROE que ainda não são considerados ‘níveis recorrentes’, o que significa que devemos ver mais crescimento nos próximos anos”, ponderam.
Potencial para dividendos
O BTG calcula que, caso o IRB entregue R$ 600 milhões em lucro líquido em 2025, uma alta de 70% na base anual — o que é cerca de 15% acima do consenso — as ações seriam negociadas a um atrativo preço/lucro de 6,5 vezes para 2025.
Na terça-feira (14), a resseguradora anunciou o cancelmento de todas as 420 mil ações ordinárias mantidas em tesouraria, sem reduzir o capital social da empresa, adquiridas principalmente em fevereiro de 2020 como parte do programa de recompra executado pela, na avaliação do BTG, “antiga/problemática administração”.
Com o cancelamento de ações, os analistas pontuam que aumentam as perdas acumuladas no balanço, de maneira que, se antes a companhia estava prestes a acabar com o ciclo de perdas já no primeiro trimestre de 2025, essa meta agora provavelmente será empurrada para o segundo ou terceiro trimestre.
“Isso significa que podemos esperar uma retomada dos dividendos a partir de meados de 2025, 2026 em diante”, pondera o BTG.