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Potencial do Brasil no SAF vai além da matéria-prima, vê BP Bunge

26 mar 2024, 15:50 - atualizado em 26 mar 2024, 15:50
SAF BP BUNGE
Metas mais claras para o SAF no Brasil foram desenhadas no PL do Combustível do Futuro, com os primeiros compromissos em 2027 (Imagem: Hayden Smith/ via Reuters)

As discussões sobre combustível sustentável de aviação (SAF) ganham cada vez mais espaço, em meio aos avanços nas medidas de descarbonização.

De acordo com dados da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO, em inglês), o setor aéreo responde por cerca de 3% das emissões globais de gases de efeito estufa sobre a atmosfera.

Em novembro do ano passado, mais de 100 países membros da ICAO definiram como meta a redução de 5% da intensidade de carbono do combustível utilizado nas aeronaves até 2030.

Entre as matérias-primas que podem ser utilizadas para produção do SAF, destaque para o etanol, que faz com que sua pegada de carbono seja até 80% menor em relação ao similar de querosene, de acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).

O setor brasileiro já está, inclusive, se estruturando para atuar no fornecimento do etanol como matéria-prima para a produção de SAF em plantas construídas no exterior para esse tipo de operação (por enquanto, apenas nos Estados Unidos).

“Temos potencial no país para ir muito além da matéria-prima. Enxergo o Brasil como um produtor local deste novo SAF, uma vez que não há justificativa para exportar o nosso etanol e importar o SAF produzido a partir dele. Para isso, entretanto, assim como acontece nos Estados Unidos e no Japão ― dois países que atualmente despontam no desenvolvimento dessa indústria ―, faz-se fundamental a implementação de políticas e incentivos que respaldem esse processo”, diz Ricardo Carvalho, diretor comercial e de originação de cana-de-açúcar na BP Bunge Bionergia

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O potencial e os avanços do Brasil

No projeto de lei “Combustível para o Futuro” (PL 4.516/2023) foi instituído o Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação (ProBioQAV) com o objetivo de incentivar a pesquisa, produção, comercialização e uso energético do SAF no Brasil

O programa determina que os operadores aéreos ficarão obrigados a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em suas operações domésticas por meio da utilização de SAF em, no mínimo, 1% entre 2027 e 2028. A partir de então, esse percentual sobe 1 ponto a cada ano, até chegar a um compromisso de corte das emissões de 10% em 2037.

De acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), o SAF pode contribuir com cerca de 65% da redução de emissões necessária para o transporte aéreo atingir a neutralidade de CO2 em 2050. Mas, para isso, será necessário um aumento na produção de combustível sustentável para o setor. O Brasil ocupa o posto de segundo maior produtor e exportador mundial de etanol.

“Historicamente, o Brasil tem sido um exportador de commodities e, embora isso represente uma parte significativa de nossa economia, é imperativo explorar alternativas que nos levem a outros patamares. A aviação sustentável oferece uma via promissora nesse sentido, permitindo-nos não apenas fornecer insumos, mas também produtos acabados que impulsionam a transição global para um planeta mais verde”, finaliza Carvalho.

A BP Bunge Bioenergia é uma empresa formada pela joint venture das operações de açúcar e etanol da BP e Bunge e atua na transição energética com fontes mais limpas e renováveis.