Potencial de alta do petróleo pode ajudar commodities por ganhos do etanol e biodiesel
A disparada do petróleo, que segue a sessão de alta da Ásia de ontem, quando drones atacaram áreas de produção da Arábia Saudita, pode mexer com os mercados de commodities agrícolas na rabeira dos mercados financeiros.
As altas ainda não foram sentidas na bolsa de Chicago (CBOT) com a soja e o milho presos aos seus fundamentos, mas a situação explosiva no Oriente Médio é vista com potencial de propagação, a ponto de retirar oferta do mercado.
O barril do Brent em Londres abriu a sessão a mais de 20% e amenizou para 10,30% a US$ 66,39 (10h40 de Brasília) e o WTI, de maior precificação nos Estados Unidos, vem ganhado mais força, agora em torno de 9,50%.
Num cenário, portanto, durando mais tempo um conflito, envolvendo Arábia Saudita e Irã – acusado de praticar os ataques – as altas do petróleo estimulariam a produção maior de etanol de milho e biodiesel de soja. Portanto, maior demanda destas commodities na Europa (biodiesel) e nos Estados Unidos (etanol).
No Brasil, além do benefício de preços da soja, cuja safra 19/20 começou, também daria força ao consumo de etanol, coincidindo com o final de safra no Centro-Sul e menor produção e menores estoques.
Mas também haveria o risco de menor disponibilidade de etanol já que o consumo vem de alta e a entressafra de janeiro a abril já prometia volumes menores.
O açúcar em Nova York, em mais 2,25% (11,18 c/lp), a sente um pouco da pressão favorável do petróleo, na medida que os fundos olham a perspectiva brasileira de desviar mais cana para etanol e menos para açúcar. Mas o fôlego disso é curto, pois, frisa-se novamente, a safra já caminha para o final.