Combustíveis

Postos sem frentistas e volta do carro a diesel vão diminuir o preço da gasolina?

28 ago 2021, 15:06 - atualizado em 28 ago 2021, 19:08
Gasolina
Segundo o Kim Kataguiri, também conhecido como posto de gasolina “self-service”, a bomba de autoatendimento “tem potencial para ajudar a diminuir os custos de combustíveis” (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Desde que chegou à Câmara dos Deputados, a medida provisória 1.063/2021, que permite, entre outras coisas, a postos embandeirados vender gasolina de outros fornecedores, já recebeu mais de 70 emendas. 

Entre elas está a volta de carros a diesel, proibidos desde da década de 70, e a autorização para que os postos funcionem sem os frentistas. Ambos são de autoria do deputado Kim Kataguiri (DEM/SP). 

Segundo o parlamentar, também conhecido como posto de gasolina “self-service”, a bomba de autoatendimento “tem potencial para ajudar a diminuir os custos de combustíveis no Brasil”.

“As bombas de autoatendimento não geram desemprego. Elas vão baixar o preço da gasolina e aquecer a economia, criando mais empregos em ramos diferentes. Além disso, a bomba “self-service” vai gerar trabalhos novos, com melhores condições e com salários maiores”, argumenta.

Em relação à volta do diesel, o deputado afirma que a regra que proíbe veículos de passeio de usarem biodiesel vigora desde 1976 e tem a ver com as crises petrolíferas da década.

“A situação atual é diferente e a proibição não se justifica. Diversos países usam o diesel para veículos de passeio”, completa.

Isso é suficiente?

De acordo com o economista e coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), Ricardo Balistiero, as medidas, por si só, não são suficientes para dirimir os preços da gasolina, que dispararam nos últimos meses.

“Não me parece que reduzir o número de frentistas reduzirá o preço da gasolina, pois o combustível está atrelado aos valores internacionais, tampouco retomar a produção em larga escala de carros a diesel. As soluções mais práticas e pró-mercado são mais simples, como fazer abertura de mercado, uma vez que, ao incentivar competições, normalmente os preços tendem a cair”, diz

Além disso, ele afirma que diversificação da matriz energética é uma alternativa interessante, “associada ao estoque de combustíveis que a Petrobras (PETR3;PETR4) deveria ter para regular o mercado em momentos de crise para amortecer o preço do mercado”.

Tá caro?

O preço médio do diesel nos postos de combustíveis do Brasil registrou leve queda ao longo da última semana, suficiente para interromper uma série de três altas consecutivas, enquanto os valores de gasolina etanol voltaram a subir, mostrou pesquisa publicada nesta sexta-feira pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Segundo o levantamento da agência reguladora, o valor médio do diesel comum nas bombas atingiu 4,608 reais por litro nesta semana, queda de 0,17% em relação à anterior.

A gasolina comum, por sua vez, apresentou alta de 0,45%, alcançando média de 5,982 reais/litro.

Com isso, a gasolina mantém sua tendência de valorização, engatando a quarta semana seguida de ganhos e se aproximando ainda mais do patamar médio de 6 reais por litro.

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