TSE

Posse de Moraes no TSE tem climão com encontro de desafetos

17 ago 2022, 7:09 - atualizado em 17 ago 2022, 7:09
Pose Alexandre de Moraes
A solenidade reuniu no mesmo ambiente os adversários na corrida eleitoral pelo Planalto Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) (Imagem: Isac Nóbrega/PR)

A posse de Alexandre de Moraes na Presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta terça-feira, reuniu o alto escalão dos Três Poderes da República, o que gerou um certo climão entre autoridades por desavenças do passado e do presente.

A solenidade reuniu no mesmo ambiente os adversários na corrida eleitoral pelo Planalto Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e também deixou a duas cadeiras de distância a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e seu sucessor Michel Temer (MDB) — a quem Dilma chama de golpista.

A disposição dos presentes acabou deixando Lula e Bolsonaro quase frente à frente um com o outro — o petista sentou na primeira fila do auditório, enquanto Bolsonaro, por ser presidente, sentou-se à mesa, ao lado dos comandantes de outros Poderes.

Negócios à parte

Bolsonaro sentou-se ao lado de Moraes, que conduz diversas investigações sensíveis contra o presidente no STF. Os dois trocaram um aperto de mão. Há pouco mais de um ano, no 7 de setembro, o presidente chamou Moraes de “canalha” e insinuou que não cumpriria ordem judicial dada por ele.

Também chamaram a atenção, pelo inusitado, dois momentos de cordialidade pouco antes do início da cerimônia. Um deles foi quando o ministro da Economia, Paulo Guedes, cumprimentou Dilma e Lula. O outro ocorreu durante cumprimento entre Temer e o ex-ministro da Justiça de Dilma, José Eduardo Cardozo, que defendeu a petista durante o processo de impeachment que a retirou da Presidência.

Clubes do Bolinha e da Luluzinha

Antes do início formal da solenidade, duas rodinhas de conversa se formaram lado a lado: Dilma conversava com as ministras do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber e Cármen Lúcia, logo ao lado de uma troca de palavras entre o ministro do STF Dias Toffoli, o ministro Paulo Guedes, e o ex-ministro Nelson Jobim.

Vice calado

O ex-ministro e general da reserva Walter Braga Neto (PL) estreou nesta terça oficialmente na campanha como companheiro da chapa à reeleição do presidente Jair Bolsonaro afirmando que o vice tem que ficar quieto e não atrapalhar.

Não vou falar muito, porque vocês não vieram aqui pra me ouvir, mas pra ouvir o presidente. Eu sou o vice, vice não tem muito. Ele tem que ficar quieto e não atrapalhar”, disse o general em rápido discurso em Juiz de Fora (MG).

“Ódio e paixões despolitizadas”

O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, iniciou oficialmente sua quarta tentativa de chegar ao Palácio do Planalto no bairro paulistano de Guaianases, periferia da capital paulista, e pediu o fim do que chamou de “ódios e paixões despolitizadas”.

“A ciência da insanidade é você repetir as mesmas coisas e esperar resultados diferentes. Vamos mudar, vamos dar oportunidade, eu vou pedir o seu voto porque hoje é o primeiro dia de campanha”, disse em vídeo publicado em suas redes sociais diretamente do bairro na zona leste de São Paulo.

Na ocasião, Ciro, num distante terceiro lugar nas pesquisas, também prometeu, se eleito, um programa de renda mínima de 1.000 reais, a ser colocado na Constituição, e que será financiado com os recursos do Auxílio Brasil, antigo Bolsa Família, e com um imposto sobre grandes fortunas, que ele também prometeu criar, e que terá alíquota de 0,5% sobre patrimônios superiores a 20 milhões de reais.

Metáfora botânica

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que buscará um novo mandato parlamentar na eleição de outubro, recorreu a uma metáfora botânica para marcar o início oficial da campanha eleitoral, comparando a democracia brasileira a uma árvore e pedindo um clima de paz na disputa.

“Hoje, com o início da campanha eleitoral, a democracia no Brasil começa um processo vigoroso de visitar suas raízes, para fortalecer seus troncos e alimentar seus galhos e folhas”, escreveu no Twitter Lira, que apoia a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Vibração de esperança”

O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), comemorou no Twitter o resultado da pesquisa eleitoral do Ipec que confirmou a liderança do petista na corrida ao Planalto.

“O dia começa hoje com uma vibração de esperança no ar. As pesquisas ontem mostraram: o povo quer mudança e as mentiras ficarão pelo caminho. Chegou a hora de defendermos a democracia e vencermos, mais uma vez, a fome, a inflação e o desemprego”, escreveu o ex-tucano.

Na noite de segunda, o Ipec divulgou sua primeira pesquisa neste ano sobre a eleição presidencial com Lula 12 pontos percentuais à frente do presidente Jair Bolsonaro (PL).

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