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Positivo (POSI3) despenca quase 6% nesta quarta; entenda o motivo por trás da queda da ação

29 jun 2022, 17:25 - atualizado em 30 jun 2022, 9:05
Positivo
As ações da Positivo mostraram queda de 5,52% nesta quarta-feira (29), cotadas a R$ 5,65 (Imagem: Positivo/Youtube)

Os papéis da Positivo (POSI3) estiveram entre os destaques negativos do Ibovespa (IBOV) nesta quarta-feira (29), mostrando uma queda de 5,52%, a R$ 5,65.

Charo Alves, analista da Valor Investimentos, destaca que não só a Positivo, mas todas as companhias do segmento de tecnologia e varejo e em grau de maturação de alto crescimento estão sofrendo no momento atual de juros elevados, com a inflação consumindo o poder de compra de todas as classes.

Para Alves, o motivo que impulsiona a queda da Positivo é o pronunciamento de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA), indicando que os índices de inflação estão em patamares desafiadores e que, no curto prazo, o “remédio” para conter a inflação são os juros altos.

Na visão do analista, o fato leva à expectativa de que, daqui para frente, o mercado lá fora tende a trabalhar com juros mais altos, e isso é ruim para o Brasil, pois impacta no crescimento.

Alves pontua que, com o aperto monetário, as empresas tendem a ter uma correção de dívida mais impactante, devendo um número nominal maior.

“Com a dívida ficando mais cara, o valor da companhia também é impactado pois, hoje, se existe uma expectativa de estagnação de crescimento para as empresas, isso bate diretamente no valor delas”, explica.

Lucro da Positivo não sustenta um P/L elevado

Segundo o analista, para empresas como a Positivo, que envolvem expectativa de crescimento, o P/L (preço sobre lucro) é dado por números mais altos.

“Nesse momento em que não há mais expectativa de crescimento por conta da estagnação dos juros elevados, a empresa é impactada, porque, não havendo mais a expectativa de que cresça de tamanho nos próximos anos, o lucro da Positivo não sustenta um P/L tão elevado”.

Para Alves, o mercado começa a atingir essas empresas para poder trabalhar em um P/L mais normalizado.

Momento atual é bom para Positivo?

Para Alves, pensando no longo prazo, a empresa tem um potencial de crescimento interessante, bem posicionada nas linhas de notebooks e dispositivos móveis.

O analista diz gostar do setor de tecnologia no longo prazo. Já no curto prazo, ele não acha que as ações viverão momento oportuno. Alves enxerga espaço pra maiores correções na Positivo.

Em um cenário internacional de deterioração, com menos poder de consumo e, eventualmente, uma recessão, o analista enxerga a empresa caindo ainda mais por conta do seu segmento e da sensibilidade aos juros.

“Nesse momento, prefiro focar em empresas que atuam de forma global, de setores mais tradicionais, como commodities, bancos e utilities, que são empresas que negociam a um P/L mais apertado, mas que geram caixa”, explica.

Para o analista da Valor, o fluxo de curto prazo, visando a proteção de carteira, está muito mais para o modelo de negócios das empresas pontuadas acima, por serem segmentos que não têm mais uma grande expectativa de crescimento, mas sim de geração de lucro e pagamento de dividendos.

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