Natura vive desafio de reerguer The Body Shop
Os dados do quarto trimestre da Natura&Co (NTCO3) não surpreenderam a equipe de análise do BTG Pactual (BPAC11), que já esperava por um resultado “mais decente”.
Embora o lucro tenha caído, as vendas consolidadas cresceram 7,3% ano a ano, vindo 1% acima das estimativas do banco.
A receita líquida do grupo subiu 7,8% em 2019, com o montante somando R$ 14,4 bilhões. O Ebitda atingiu R$ 1,9 bilhão – crescimento de 3,2%.
“A boa performance reportada no quarto trimestre deve suportar o atual ‘momentum’ positivo da Natura (mesmo com a alta de 74% do papel nos últimos 12 meses)”, destacaram os analistas Luiz Guanais e Gabriel Savi. “Os investidores estão de olho em sinergias e potenciais oportunidades de crescimento que possam vir com a aquisição da Avon”.
Apesar de adotar uma melhor perspectiva em relação à empresa, o BTG decidiu manter recomendação neutra, com preço-alvo por ação de R$ 45, devido à fraca atuação da The Body Shop nos últimos tempos. Segundo Guanais e Savi, a Natura encontra dificuldades de reviver a marca, cujas vendas no fim do ano passado permaneceram tímidas.
A The Body Shop reportou crescimento de 6,3% na receita líquida anual. O Ebitda da empresa também variou positivamente em 30,6%. No entanto, a Aesop performou melhor, registrando altas de 22,5% e 40% para os dois resultados, respectivamente.
A Mirae Asset também analisou o balanço do grupo, que veio abaixo do esperado. Ainda assim, um cenário de juros e inflação baixos, bem como a recuperação gradual da economia, deve beneficiar os negócios da Natura.
A recomendação da corretora também é neutra, com preço-justo de R$ 34,23.